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Parece que todo mundo descobriu a pólvora molhada. O que liga agora é fazer viral. ?Vamos fazer um viralzinho aí, gente!?

Não dá mais para suportar esses modismos, esses surtos modernizantes, essas febres, essas sim, virais.

Mas sejamos construtivos.

As pessoas de repente descobriram que viral é uma maneira barata de difundir uma mensagem. Só não descobriram também que é a mais preguiçosa delas. De repente caíram da cama e acordaram para um fenômeno avassalador. Só não se deram conta de que há mais mistério entre o céu e a terra, etc. De repente, acharam que tudo pode virar viral. Só não falaram ?Sim, Pedro Bó!?.

Mas o que está por detrás desse frenesi? Talvez um entendimento gauche do que está acontecendo de verdade nas mídias, digamos, novas.

Será que não era tempo de entender que hoje, o poder está com o consumidor que virou editor que virou media-man? Será que não deu para sacar que quem decide o que vai se ?viralizar? (que palavra feia, meu Deus) é o consumidor? Será mesmo que ainda achamos que se manipulam as audiências?

Isso para não falar dessas insuportáveis gincanas baseadas em fatos pretensamente verdadeiros. Isso se tornou hoje quase um atentado à inteligência coletiva. E não se engane quem ache que as pessoas são tolas a esse ponto. Estão carecas de saber que é tudo mentira e só se interessam pelo prêmio. Acho mesmo que está na hora do povo ler William Gibson sem atrasos.

Quando se descobre uma coisa dessas, quando de repente está todo mundo fazendo, quando aparecem ?empresas especializadas?, quando enterram caminhões a torto e a direita, eu já desconfio.

Vamos lá, funcionar funciona. Às vezes. Mas o que é funcionar? Se funcionar for ?milhares de pessoas foram atrás?, então, beleza. Funcionou. Agora, se funcionar significar ?fizemos uma ação ousada que ajudou minha marca a ser mais querida?, aí, sei lá, acho que não. Acho o contrário até. Acho que as pessoas estão mais para dizer ?Olha só que trouxa essa marca, ela acha que me engana!?.

Talvez seja mais simples a gente se concentrar um pouco. Vamos fazer filmes legais e daí, pode deixar, não se preocupe não, ele se viraliza facinho, facinho. Vamos fazer promoções, gincanas, jogos, coisas para celular (ai, que preguiça!), legais.

E chega de modismos. Chega de pensar primeiro a mídia, depois a idéia. [Webinsider]

Avatar de Fernand Alphen

Fernand Alphen (@Alphen) é publicitário. Mantém o Fernand Alphen's Blog.

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17 respostas

  1. Sobre o que comentas do
    Olha só que trouxa essa marca, ela acha que me engana!? é perfeito.

    Acredito mesmo que não estamos utilizando a web de maneira correta, não um crítica, mas sim uma constatação.

    Parabéns!

  2. Bom artigo. Acho que muita gente fica tentando fazer algo como: Vamos fazer com que as pessoas percebam como somos bons, em vez de Vamos fazer algo bom para as pessoas. Acredito que invariavelmente a segunda opção vai ter um retorno muito mais sincero e simpático, até pq ele parte de um princípio, e não de um fim.

  3. Respeito Fernand, e a das pessoas acima. Mas virar as costas para isso que você chama de modinha. É o que as pessoas estão vendo, centenas delas passam horas na internet vendo vídeos. Recebem em seus e-mails, repassam para seus amigos. É uma comunicação sem limites a um preço que, pela quantidade de pessoas atingidas e tempo de permanência no ar, é muito menor.

    Falar que são as pessoas que viralizam algo é certo. Lógico que é. Mas o controle de disso está nas mãos dos criadores, que criam pensando nisso, que escolhem um tema, que trabalham um material para que as pessoas tenham o interesse em ficar mandando para seus conhecidos.

    Quanto a funcionar. Quando você diz: Agora, se funcionar significar ?fizemos uma ação ousada que ajudou minha marca a ser mais querida?, aí, sei lá, acho que não.

    Como não?! Tornar a marca mais querida não significa atingir um objetivo? Na minha opinião para se construir uma marca forte é necessário muitas coisas. Uma delas é conquistar o carinho das pessoas. E isso é feito aos poucos, como pequenos gestos, outros grandes, outros regionais (que são vistos apenas por algumas pessoas) e que de pouco em pouco está na cabeça de todos.

    É muito bom discutir isso, encontrar pessoas com opiniões diferentes e quebrar o pau, no bom sentido, em busca das melhores soluções.

    Abraço a todos.

  4. Haha, me faz observar uma coisa:
    Aê, zé! não esquece do botão clique pra assitir a campanha!

    Mas que viralzinho safado esse, hein…

    Povão com preguiça, adapta o off pro on, espalha pra meia dúzia no orkut que tá bom…

    Ai, que preguiça

  5. Excelente artigo, aliás como todos os outros já publicados.

    Esse negócio de Viral ou toma outro rumo ou ainda vai Viral meu saco no avesso!

    Fui!!

  6. Fernand,
    Meus parabens, como sempre um comentario mais ponderado, contrario a moda. Acho que esse artigo ira se viralizar!!(da maneira que voce pensa!)

  7. Sábias palavras! Tem muita gente importante na área tratando o fenômeno do marketing viral como se fosse matemática. Puro papo de vendedor…

    Nossa área tem que aproximar o discurso da prática. Para isso, a preocupação maior é em fazer um trabalho de qualidade. Como disse nosso caro Alphen, o viral é conseqüência.

  8. Cara concordo com vc!!
    Num dá pra chegar a falar Vamos fazer um viral! (embora fosse mais fácil assim), tem que rolar todo um estudo em cima do público e ter uma boa idéia para comunicação, senão nem rola MESMO. Acaba virando só mais um entre tantos outros vídeos caseiros no YouTube.

    A favor da idéia,
    Renan ;D

  9. A maneira como foi abordado o tema nao poderia ser melhor concluída com seu último paragrafo. Acredito que a queima de fosfato por uma boa produção nao deixará nenhum consumidor insatisfeito.

    Abraços
    Dado

  10. É, boa, meu amigo Fernand. Estou contigo, pra variar. Mas me espanta agora ver comerciais ganhando prêmios de internet na categoria viral.

    Ora, que voltem para os festivais de publicidade tradicional, pombas. Se é pra fazer viral, promoção, consumer generated media, vamos fazer alguma coisa adequada, contemporânea mas, acima de tudo, que traga algum resultado para o cliente.

    Já passou a época da pegadinha virtual e do fazer por que tá na moda. Dá pra gente pensar em novas mídias e fazer coisas com objetivo e resultados.

    Sei lá, bronca de sexta-feira.

    Abraços, M

  11. quando a idéia é boa, e a execução melhor ainda; acredito sim que um viral pode ser manipulado . tome como exemplo meu preferido do ano passado, a campanha da superbonder feita pela DM9 acho (colar o monitor na parede) . aquilo espalhou igual leite no café; e quando eu achava que finalmente perdeu o buzz, eles conseguiram voltar simulando ali a queda do monitor . um grande exemplo de como pensar fora da caixa e prever um viral foi o recente viralcartoon (http://viralcartoon.blogspot.com/) .. apesar disso, concordo que os maiores virais não podem ser controlados, e caem aleatóriamente nas graças do povo; como a propaganda da Twix . acho que aquilo não foi feito pra ser viral, mas isso é só especulação mesmo .. isso salvo as webcelebridades bizarras como a Sanduiche-Iche, Jeremias, Katilce .. (salvo também celebridades em cenários obscenos ;]) ..

    enfim, não acho que o viral vai sair da moda; o que acredito é que ele seja moldado até um formato que tenha níveis suportáveis, porque francamente; um viral a cada 3 dias está enchendo o saco já .

    ótimo artigo, assino a webinsider já tem bastante tempo mas nunca comentei; só não me pergunte porque . 🙂

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