O Digg um site onde as próprios leitores enviam as notícias e decidem quais serão exibidas na capa, sem qualquer intervenção externa. Ou seja, quem faz o conteúdo são os próprios usuários. E saem coisas maravilhosas.
É difícil de acreditar, mas em pouco tempo a popularidade do site superou o New York Times online e vem duplicando de tamanho a cada dois meses. Em menos de um ano foram lançadas três versões, apareceram novas categorias, novidades do DiggLabs e muito espaço na mídia. Tudo isso com uns poucos servidores e uns doze funcionários.
Os usuários não são pagos, mas vasculham a internet inteira em busca da melhor notícia para que sejam votadas e “subam” para a capa. Essas notícias vêm de canais de notícias, blogs ou páginas pessoais. Uma vez destacado na capa, esse site recebe dezenas de milhares de visitas. O usuário que postou a notícia não ganha nada (a não ser que tenha postado uma notícia de seu próprio site) e quem votou para que ela fosse enviada a capa também não. São mais de 1 milhão de colaboradores buscando classificar o que é bom ou não naquele mundo de links.
O fenômeno que impulsiona o Digg é também uma vitória de bloggers e outros geradores de conteúdo anônimos. Um artigo pode ter projeção equivalente à publicação de um grande portal; basta que tenha conteúdo de interesse aos usuários. Muitas vezes o autor do conteúdo destacado nem sabe que está sendo divulgado no Digg, o que pode derrubar servidores de pequenos sites não preparados para tantos acessos repentinos.
Há quem diga que este é um modelo ultrapassado, pois o Slashdot usa há alguns anos um sistema parecido. Não vejo dessa maneira. Existe essencialmente uma enorme diferença entre os dois: o Digg é simples, o Slashdot, complicado. Simplicidade é tudo.
Votos elegem os melhores conteúdos
Há sempre discussão sobre o excesso de conteúdo na internet. O tempo disponível diminui e somos expostos a mais informações. Como saber o que é realmente relevante? Nesse contexto, um site que consegue organizar os conteúdos de forma eficiente, a partir das opiniões dos próprios usuários, atende essa demanda. Não é de se estranhar o sucesso.
Redes sociais
Não é verdade que o Digg se baseia totalmente em conteúdo: o aspecto social do site é muito forte. Existe uma disputa entre os usuários para saber quem traz notícias mais relevantes; há um sistema de comentários bem movimentado e até mesmo perfil de usuários.
Diz a lenda que a Netscape.com meses atrás teria tentado atrair, com a oferta de US$ 1.000 mensais, os melhores postadores para um site clone do Digg que desenvolveu. Não funcionou.
Os problemas
O Digg também enfrenta problemas. Recentemente teve que lidar com denúncias de manipulação da posição das notícias, em questões envolvendo concorrência entre empresas. Grandes grupos fechados de usuários também tentam controlar os destaques da capa, agindo em bloco para promover notícias de seus interesses. A administração do Digg procura neutralizar este tipo de ação com a utilização de novos algoritmos.
E fica a pergunta: um sistema tão democrático e utópico estaria sujeito a ser corrompido por grupos com interesses diversos?
Alternativas brasileiras
No Brasil o fenômeno Digg ainda não pegou; estão nascendo agora as primeiras iniciativas, mas nenhuma ainda emplacou propriamente. Muitas delas pecam nos aspectos mais básicos, outras são promissoras. [Webinsider]
Renato Shirakashi
<strong>Renato Shirakashi</strong> é um dos criadores do <strong><a href="http://www.via6.com" rel="externo">Via6</a></strong>.
8 respostas
Olá Highlander
Eu gostaria de ter sofrido o efeito Digg… hehehe até porque estou hospedando meu site nos EUA e tenho 2 Tera de bandwith. Inclusive acho que um tema interessante para um artigo seria isso. A comparação dos preços e serviços oferecidos em hostings americanos e brasileiros. Apesar de eu ter um pequeno atraso no acesso ao meu site (coisa muitas vezes imperceptível) hoje não troco minha hospedagem americana por uma brasileira. ahhh e não se preocupem que eu não vou fazer jabá aqui do meu host não… =P
Ainda com relação ao seu comentário, você está totalmente correto. O digg é um dos melhores linkbaits existentes hoje.
Olá Lineu
Sou o autor do artigo.
Não existe uma lista dos diggs brasileiros pois citei a Syxt em outro artigo e fui repreendido por isso, em vários comentários. É natural que as pessoas associem links ao famoso jabá.
Posso citar aqui o
http://www.rec6.com.br
http://www.eucurti.com.br
http://www.ouvidizer.com.br
http://www.overmundo.com.br
Abraços
Renato
Página de internet gasta papel? Não? Então colocasse mais um parágrafo listando quais são os potenciais diggs brasileiros, o que tem de certo, errado etc. Valé até comparar o Sexyt com o Orkut.
Há algum tempo até me empolguei com o Digg, precisamente por permitir que qualquer um vote nos artigos que acha relevantes.
http://www.phpclasses.org/blog/post/54-PHP-news-aggregated-from-Digg.html
No entanto, já me desiludi por vários fatores:
– Existem sim máfias disseminadas para empurrar artigos combinados, e boicotar artigos concorrentes. O Digg não consegue detetar isso, ao contrário da moderação humana do Slashdot.
– Consequentemente, muitos artigos promovidos não são notícias, mas sim artigos Top 10 qualquer coisa sensacionalista de interesse duvidoso
– O número de votos necessários para aprovar um artigo ficou demasiado elevado. Artigos de interesse em áreas específicas raramente são aprovados.
Penso que existe espaço para clones do Digg, não só de interesse nacional, mas também para interesses mais específicos.
Por exemplo, para quem se interessa por desenvolvimento de software, existe o Dzone.
http://www.dzone.com/
Acredito que hajam outros de interesses específicos. Seriam interessante se alguém aqui que os conheça, aproveite para divulgar.
Boa a matéria…eu já sofri o efeito digg e tive de correr pro meu site não sair do ar. O detalhe é, não apenas o link no Digg trás muitos visitantes, mas sim que, o link se espalha por vários sites a partir do Digg, gerando um grande tráfego.
Wise_guy,
O problema nem é a página ser em português, mas sim, não ser em inglês. Quem já caiu em algum site alemão, russo ou japonês, sabe que, mesmo não dominando plenamente o inglês, ele faz uma falta danada quando o idioma do site é um desconhecido.
Mês passado saiu no ReadWriteWeb um artigo falando sobre aplicativos web 2.0 no Brasil (http://www.readwriteweb.com/archives/top_web_apps_in_brazil.php), inclusive os digg clones. Foram incluídos o Overmundo, Linkk, Ouvi Dizer e Eu Curti.
Artigo excelente!
Fico impressionado com a falta de conhecimento do digg no Brasil. Mas isso acontece pois é em inglês e notícias em portugues não são muito apreciadas por lá.
O segredo é utilizar uma ferramenta brasileira. O rec6 é incrível, não o conhecia, mas só de dar uma navegada já gostei. Os artigos são muito bons.
Conheci um tal de euCurti também, mas é muito para a molecada
Um abraço
Walter
Muito bom o artigo sobre o DIGG. Apenas alguns comentários. Por ser em inglês ele ainda não se espalhou pela internet brasileira.
Eu tentei postar algumas notícias em português, mas a receptividade delas no DIGG foi baixa. Ao contrário, quando postei em inglês as visualizações aumentaram. Uma opção para isso é usar o del.icio.us, que tem a mesma função básica do digg e possui mais brasileiros.
Para os blogueiros de plantão é interessante facilitar a vida dos diggers e colocar um botão de atalho para o digg em cada post. Eu fiz isso no meu blog. Se alguém quiser ajuda para implementar os links de atalhos é só me mandar um email via o blog.
Segue o endereço: http://www.primeiromilhao.com
Abraços a todos.