Youtube ou o perigo da referência universal.

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É sempre a mesma coisa: quando surge alguma novidade, enquanto os guetos antenados ejaculam de prazer precoce, a plebe desconfia ou rejeita. Mas logo depois, quando o assunto já virou notícia de revista de cabeleireiro, daí, como num passe de mágica, sem meio-tom, a coisa vira referência universal, bíblia sagrada, catecismo evangelizador.

O Youtube é bacana? Não diga. É legal essa coisa de se expressar livremente, de virar conteúdo, de ter audiência anônima, de diversificar seus mananciais de referências. É democrático, divertido, blablablablaba.

E a proposta aquí não é discorrer sobre o Youtube ou qualquer veículo de cunho colaborativo. É só debater algumas manias universais.

O que é o Youtube? Um repositório caótico de porcarias inúteis, um rebotalho desqualificado do lixo do lixo da produção pseudo criativa da humanidade, o desesperado vômito dos párias. Com raras, raríssimas exceções. Como se do mar inglório de banalidades surgisse, vez por outro, pérolas.

Normal. Tão normal que não é diferente de qualquer biblioteca pública, programação de televisão, loja de aluguel de dvd, line-up de rádio. Tão normal quanto qualquer discussão, brainstorm, conversa de boteco. A diferença não está no conteúdo portanto, está tão somente na organização, na possibilidade pretensa de encontrar mais rapidamente o que se procura.

Portanto, a diferença não está no conteúdo. E se não está no conteúdo, referir-se ao Youtube como fonte de inspiração é mais ou mesmo a mesma coisa que referir-se à biblioteca do congresso americano na hora de escrever um livro.

Estar no Youtube não é carta de nobreza de nenhum conteúdo. ?Ah, é legal, achei no Youtube? é o mesmo que dizer ?Ah, é legal, achei nas seleções do Readers Digest?. Pega até mal. É uma referência estúpida dizer ?achei no Youtube?. Sem sentido, burra. Ninguém diz que encontrou uma referência ou inspiração ótima na coleção ?Clássicos da Literatura?!

E mais: desde quando o Youtube é fonte? O Youtube ou qualquer veículo de cunho colaborativo não tem, por definição, autoria mas autorias. Nem opinião, nem estilo, nem nada.

É neste quesito que reside todo o interesse desse tipo de veículo.

No quesito ?me expresso sem filtro? (mais ou menos porque alguns assuntos são sim proibidos no Youtube) está o interesse do veículo.

No quesito ?pega aí, chupa à vontade? reside toda novidade de qualquer veículo com uma proposta colaborativa.

Perceberam a tolice de sequer citar o Youtube como referência? [Webinsider]

.

Fernand Alphen (@Alphen) é publicitário. Mantém o Fernand Alphen's Blog.

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Mais lidas

19 respostas

  1. Oi!
    Eu discordo do autor, pois ele retrata o youtube como uma coisa ruim. Mas não é! o Youtube é um bom site, as pessoas e que fazem mau uso dele!!!

  2. Me corrija se estiver errada, mas, mal comparando e sendo simplista, o Youtube é fonte tanto quanto o Google, é isto?! Mera ferramenta para encontra todo o luxo e o lixo de que estão disponíveis na Web!? Pois se foi isto que quis dizer em seu artigo, não sei o porquê da polêmica… é até meio óbvio!
    Talvez só tenha exagerado no ?Com raras, raríssimas exceções?.

  3. Fernand Alphen, o povo entendeu foi nada.

    Foi muito divertido ler essas respostas e imaginar a tua cara de perplexidade, do tipo aonde foi que eu errei?!!

    Ah eu não vou nem tentar explicar o teu artigo, está bem claro, o título já diz tudo. Mas o povo é passional…

  4. Eu acessei o YouTube pela primeira vez por causa das notícias que vi na Rede Globo sobre eles quererem remunerar os produtores de vídeos. Eu dei uma clicada na aba Science e vi alguns thumbs de vídeos sobre magnetismo mas não cheguei a baixar nada. Não sei se o YouTube dá uma página na internet pro usuário mostrar um making-of do próprio vídeo, mas acredito que eles deveriam oferecer ao menos uns cinco megabytes pro usuário mostrar isso. Deveria ser liberado também a colocação de links comerciais, do tipo conta bancária ou PayPal pros espectadores que gostarem dos vídeos contribuírem em dinheiro. Imagina um estudante de faculdade mostrando a tese dele em vídeo e pedindo financiamento e doações pra pesquisa. Isso é melhor do que publicar aquele vídeo do teu primo batendo a cabeça na parede numa crise de raiva, ou a tua namorada fazendo divagações proféticas por que tu não levou ela naquele lugar esquisito naquela noite.

  5. Elizabeth, obrigado pelo seu post.

    Acho q vc não me entendeu direito ou, melhor, eu é q não fui claro.

    Não importa, mas se vc me permitir, eu preferia te responder – a você e a outros – através do próximo artigo q vou publicar aqui, ok?

  6. Não defendo o You tube, mas defendo a socialização do conhecimento, das fontes de informação e interação entre as pessoas. Me parece que a Internet é um vasto campo para isso. Depende do uso que as pessoas fazem dela. E essa premissa vale para qualquer outro meio….

    Agora, eu pergunto: qual sua sugestão para reverter essa situação? De que forma modificar isso?

    Em contrapartida às suas observações, gostaria de saber suas propostas, já que você aponta, reclama, desacredita….mas o quê, concretamente, é proposto no seu texto?

  7. Ôps! Quis dizer dizer!! Hahahaha!! Êita nóis!!

    É isso aê, Alphen, a própria expressão pessoa antenada é ultrapassada. Porque é impossível estar por dentro de tudo quando se fala de internet.

  8. É verdade, Cris, eu estava mal humorado mesmo.

    Mas sabe o q? Acho bobo esse negócio de dizer achei no Youtube…sempre me soa como um veja como eu sou antenado!…

    E convenhamos, pessoas q precisam sub-entender q são antenadas são chatas pacas.

    Fernand

  9. Nossa, Alphen, que mal-humor. Nunca ouvi falar do Youtube como referência de qualidade de nada. Encontrei no Youtube só quer dizer que o sujeito encontrou no Youtube. Mas nada.

  10. Para o João, Cartago e Jack,

    Acho q eu não me fiz entender direito…ou talvez, um amigo q me chamou de profeta das banalidades estava correto.

    O q eu criticava, com linguagem abusiva, não era o Youtube ou aqueles que nele postam suas geniais criações. Eu estava apenas me referindo à tendência q certas pessoas têm de transformar o adubo animal em referência universal. Ou seja,transformar uma fonte em única. Mas tudo bem, o assunto não é tão relevante assim, confesso.

    O q me interessa do Youtube e de qualquer outro veículo de cunho colaborativo não é propriamente a colaboração ou a expressão livre – isso é meio antigo já – mas o fenômeno q está por detrás que consiste em, na carona do eu falo o que quero para quem quer, apropriar-se sem nenhum escrúpulo ou vergonha da autoria alheia (e vejam aqui escrúpulo ou vergonha destituido de julgamento moral).

    Em outras palavras, é aqui que nasce a mais pertinente de todas as discussões: direito autoral ainda existe? Ainda serve? Quais são as alternativas?

    Perdão João, eu não queria te ofender com minha linguagem, Cartago, não pretendia ser pretencioso, Jack, não sou tão ranzinza assim. Só queria abordar, com um desvio banal, um tema bem mais polêmico q o Youtube.

    Fernand

  11. Discordo do autor.

    Referências podem ser encontradas em qualquer lugar sim. a questão é O QUÊ se está buscando.

    O que estão buscando no Youtube? Clipes caseiros estúpidos com pessoas dançando de forma ridícula ou os clipes insanos do Chris Cunningham?

    E outra coisa: vai me dizer que é impossível conseguir alguma inspiração em livros como Macunaíma e Memórias Póstumas de Brás Cubas?

    O senhor precisa filtrar melhor suas pesquisas e ler mais, caro amigo. Ou vai virar um daqueles velhos que reclamam de tudo…

  12. Se o assunto é conteúdo, pegue 2 potes iguais, 1 cheio com adubo animal (bosta) e outro com diamamtes. No primeiro pode surgir uma planta (uma rosa?). No segundo com certeza nada vai surgir com vida! Se youtube é o primeiro com milhares de porcaria com certeza algo sairá com vida (e com valor ).E faço a pergunta ao Autor, qual é a Fonte Absoluta de conhecimento ?

  13. Liberdade de expressão até onde?
    Novidade até onde?
    Publicação de vídeo ou imagens sem autorização será que coisa legal? Até onde?
    Até o momento em que ela lhe atinja. Aí você vai ver como uma simples brincadeira pode se transformar numa dor de cabeça sem tamanho. Como uma simples brincadeira, de mau gosto, muitas vezes, pode lhe trazer prejuízos sem igual para você e para os seus. Será que liberdade de expressão é mostrar tudo que você vê ou faz sem ter o mínimo de critério para analisar: a quem interessa, por que interessa, a quem pode prejudicar. Brincamos com amigos não com a vida pessoal de ninguém. Colocou na Net não tem mais como tirar. Analise o conteúdo e veja a quantidade de bobagens que são publicadas. Novidade é sempre bem vinda quando ela trás conhecimento e não prejudica ninguém. Reflita: Será que tudo que é bom está na internet e o outro lado da vertente está onde?

  14. Que post ridículo. Não diz nada com nada, não contribui com nada. Consegue ser pior do que os vídeos que despreza no YouTube, ainda usa linguagem abusiva, uma verdadeira palhaçada.

  15. Se é pra transformar em ouro qualquer merda, ainda sou mais o SBT.
    Se é pra referenciar porcaria, quero sugar na fonte, na essência.

    E, realmente, o YouTube (ou a internet em si) é tão alienante quanto a TV. Mas sempre tem alguns guerreiros no mar de porcaria.

    Coitada da TV Cultura.
    Coitado do blog do Nassif.

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