Acompanhar a evolução de algumas tecnologias é sempre muito interessante, mas não se compara a participar de seu processo de maturação, que é o que acontece hoje com a tecnologia WiMAX, o novo padrão de transmissões wireless (sem fio) para longas distâncias.
Curioso perceber que, pouco mais de um ano atrás, discutia-se se o WiMAX teria vindo para ficar, se seria concorrente ou complementar a outras tecnologias e se teria futuro, no Brasil e no mundo.
Mesmo ocorrido há pouco tempo, esse tipo de debate hoje é passado. Fornecedores de equipamentos, provedores de serviços e, mais recentemente, usuários e potenciais usuários de serviços de banda larga, não discutem mais a possibilidade de que a tecnologia venha a se firmar, mas como utilizá-la.
Este é um fato estatístico e várias pesquisas demonstram isso. Uma delas, divulgada pela ResearchandMarkets em agosto do ano passado, mostrava que, além de sua utilização atual em serviços de banda larga ao redor do mundo como alternativa ao ADSL e ao cable modem, o WiMAX tem em aplicações móveis um mercado maior ainda. Não se trata mais de qual tecnologia, mas de como ela será utilizada.
O mesmo estudo demonstra o potencial de crescimento do WiMAX no mundo, apontando que a tecnologia deve chegar a 2009 com cerca de 15 milhões de usuários no mundo, criando um mercado de cerca de US$ 13,8 bilhões em serviços.
Estudo do Yankee Group divulgado recentemente aponta para um número equivalente. No mesmo ano, a tecnologia deve se tornar a mais utilizada para acesso à banda larga sem fio, graças ao suporte dos grandes fabricantes de equipamentos. Previsões assim não deixam dúvidas sobre a perenidade da tecnologia.
Ainda de acordo com a ResearchandMarkets, o WiMAX vem se adaptando às características específicas de diversos mercados. A região Ásia-Pacífico, por exemplo, desponta com o maior número de assinantes, fator atribuído ao grande número de habitantes e à natureza emergente de suas economias.
No Leste Europeu e na América Latina, a tecnologia surge como melhor opção para o aumento da penetração dos serviços de banda larga. Em regiões mais desenvolvidas, como a Europa e os Estados Unidos, a tecnologia se consolida com altos níveis na oferta de serviços de banda larga. Somente nos Estados Unidos há hoje 394 empresas com licenças WiMAX.
Estes números têm seus reflexos no mercado brasileiro. Outro estudo, divulgado em abril do ano passado pelo instituto Maravedis, faz algumas comparações que dão a medida sobre o potencial do crescimento do WiMAX no Brasil.
Um exemplo: em 2005, os fornecedores de equipamentos WiMAX movimentaram cerca de US$ 6 milhões no país. A previsão é que este mesmo mercado alcance US$ 300 milhões em 2010, alavancado por fatores como o leilão de novas licenças, a certificação de novos equipamentos e a redução do custo de produção destes.
O estudo realizado pelo Maravedis revela que este parque dará suporte, em 2010, a cerca de 770 mil assinantes, incluindo aí usuários residenciais e corporativos.
O mais interessante: a previsão é que 70% deste público seja formado por usuários de serviços móveis, predominantemente residenciais, enquanto o WiMAX fixo, como conhecemos hoje, continuará consolidando sua posição nas grandes corporações e nas pequenas e médias empresas.
As constatações e as previsões deixam claro que o WiMAX está maduro e que seus modelos de utilização estão em franco processo de maturação.
O fato é que não há mais o que se discutir sobre a tecnologia, que vem demonstrando eficiência na oferta de serviços de banda larga, grande potencial de ser um elemento catalisador de iniciativas de inclusão digital (iniciativas como as das cidades de Osasco e Parintins demonstram isso) e mostra ser promissora quando o assunto é mobilidade.
A discussão sobre como desenvolver o WiMAX em todas estas frentes é o que nos cabe agora. O resto é passado e estatística. [Webinsider]
Maurício Coutinho
<strong>Maurício Coutinho</strong> (mbecker@comuni.com.br) é presidente da <strong><a href="http://www.neovia.com.br" rel="externo">Neovia</a></strong>.
8 respostas
tenho 10 inquilinos e quero fazer uma rede sem fio no condominio,mas sou leigo no asunto.me ajudem como devo proceder.abraços
Na boa…uso WiMax há 3 anos pela Neovia,que foi incorporada a DirectNet…e não vejo tana coisa boa assim…só ainda uso,pq pago um valor muito barato.Mas as oscilações na conexão são gritantes.
Mauricio,
Mas que ótima notícia, o WI-MAX realmente irá revolucionar a Internet brasileira. Eu ainda lembro quando a ADSL foi implantada no Brasil. A tecnologia era um sonho tornando realidade, finalmente eu podia dizer adeus aos pulsos telefônicos gastos todos os dias. Era engraçado que após as 12:00am muitas pessoas estavam online porque o custo era menor.
Agora já estamos em outro patamar, onde queremos nos livrar dos cabos partindo para o ar. Infelizmente as redes WI-FI (802.11) não têm o alcance que precisamos, mas felizmente WI-MAX esta para chegar. Um dos comentários questionou a demora para o desenvolvimento da tecnologia no Brasil pôr eu discordo, acredito que a tecnologia ainda esta no ?berço? e o Brasil vai ser um dos primeiros a adquiri-la. Vai ser mais um sonho tornando realidade, poderemos acessar a Internet a qualquer momento a qualquer lugar criando milhões de novas oportunidades para o mercado.
Poucos sabem, mas a PUC-Campinas possuí uma antena de WiMAX em funcionamento. É a única no Brasil, e opera em 2.5 GHZ.
A próxima edição do Jornal da PUC promete abordar esta tecnologia.
Com certeza essa é uma tecnologia que só vem a somar para o mercado nacional. Espero que o nosso país não deixe escapar empresas que venham a investir em tecnologia em nossa região.
Hu-uuu deixou sim Brujah rs rs.
O WiMAX é uma grande tecnologia e no momento em que eu tomei conhecimento dela (num programa de televisão Brasileiro), apertei minha lata de coca-cola, me estiquei na poltrona e pensei: essa vai pegar, com certeza.
Ainda digo mais: o mercado morno, e muitas vezes frio, das aplicações para dispositivos móveis irá crescer enormemente. O WiMAX irá quebrar a principal barreira na utilização (veja bem, utilização e não implementação) de aplicações móveis conectadas: as conexões lentas e caras disponíveis atualmente no Brasil.
Eu apostaria várias das minhas fichas nisso!
Saudações,
Mark Costa
Perai: Eu perdi alguma coisa? Até onde eu sei, WiMax é experimental e ainda não está sendo comercializado… Será que eu deixei escapar algum Feed? 😀
Na minha opinião, o Wimax está demorando muito para aparecer, pois a 3 anos vem se falando nisso e até agora só se ouve falar em testes. Os dois últimos leilões das frequencias Wimax definidos para as regiões do país pela Anatel falharam. Faltam informações sobre custo de montagem de infra-estrutura, licenças da Anatel, tipo do equipamento para o cliente, custo do equipamento, alcance sem antena, com antena. Para os usuários de rádio em cidades do interior do país, o wireless 2.4 está sendo substituído pelo 5.8 que é muito robusto e eficiente. Será que o usuário brasileiro vai ter dinheiro para trocar de tecnologia no meio do caminho??? Porque será que no Brasil as coisas demoram tanto para acontecer???