Twitter é comunicação, informação ou distração?

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Toda ferramenta na web permite o multi-uso.

Cada um inventa um jeito melhor, dentro das limitações. Ou seja, depende do freguês, como já dizia Sherlock Holmes:

?A imprensa, caro Watson, é uma valiosa instituição quando a gente sabe usá-la?, no livro os Seis Napoleões.

Existe, assim, a característica da ferramenta e a versatilidade do uso que cada um faz nas fronteiras delimitadas pelas características do meio. O Twitter seria, na minha pouco científica definição:

Um MSN que permite colocar mais gente na roda de forma mais fácil com saída para celular, que limita o papo furado de cada um, com seus 140 cruéis (mas bem-vindos) caracteres, que cria o conceito do eu te sigo e você me segue (na verdade externando uma nova cultura), com um pitada da lista de discussão (a la Yahoo Groups) mais dinâmica, sem spam, propício para dicas rápidas, que passou a ser, fundamentalmente, a sala de chat dos eventos coletivos, reunindo quem está e quem não está no recinto.

O que faltou?

O que eu tento evitar no uso do bichinho:

Seguir gente muito ansiosa.

Um ?seguido?, a meu critério, deve, no máximo, se limitar a três twittadas por dia. Passou disso, bye, bye.

Não sigo quem cobre eventos.

Optei por criar uma conta minha só para isso para evitar gerar lixo para os meus modestos seguidores.

E sugiro que outros o façam para que fique algo mais limpo. Num evento, cada twiteiro passa das 50 mensagens!!! Haja lixo se não me interessa o tema?

A tendência de várias contas parece que já ganha corpo com o serviço splitweet, já não sendo, assim, tão complicado gerenciar mais que uma.

Tenho usado durante as palestras, principalmente, nas horas vazias ou chatas. E deixo de lado quando o palestrante se torna interessante.

Para mim, o grande mérito da ferramenta é justamente este e nisso venho para ficar ou trazer herdeiros: criamos, finalmente, uma ferramenta de fácil uso para ocupar o espaço vazio da troca coletiva da silenciosa palestra, que mudará completamente a maneira de pensar, organizar e assistir eventos.

Agora, quem era mudo, se comunica, comenta, critica.

Há, finalmente, um equilíbiro entre o poder unidirecional do microfone e o barulho silencioso da platéia. Quem fala, pode depois ver como ?bateu? na massa.

Quem twitta, agora tem um caderninho de anotação online, que cria um histórico de como ?bateu? a palestra para os outros. Quem anota no papel está, na verdade, twittando off-line. 😉

Mais: a tendência é termos várias salas de twitters em cada evento, seguindo a mesma linha dos chats web como da UOL ou Terra, por idade, profissão, etc? tem patotas que entram com assuntos paralelos que precisam ser separadas para aumentar a relevância. Cada um na sua, certo?

Se me perguntarem, para valer, o Twitter é primo do MSN, do ICQ e de outras ferramentas de comunicação, com pouco espaço para informação mais reflexiva e, se vacilar, muita distração, se não houver uma certa moderação e reflexão no uso.

O palestrante, por fim, a partir de agora, terá que mudar a maneira de conduzir seus papos, pois se deixar a platéia entendiada, perde completamente o controle dela e se arrisca a sair queimado.

Arrisco dizer que o modelo ?eu falo e vocês escutam? já está meio 1.0. Eventos como o que fui na Petrobras, no I Seminário de Redes, mostra um outro modelo. Várias mesas foram colocadas diante do palco, nas quais a platéia conversava entre si, trocando impressões sobre os papos dos palestrantes.

No fundo, assumindo que a idéia de um ?iluminado? e um ?conjunto de dummies? está ficando demodê.

Não faz muito mais sentido, o que nos leva a problemas arquitetônicos das futuras salas participativas. Ou seja, é assumir que o pessoal agora quer falar entre si.. co-criar. E se deixar, fica todo mundo no Twitter tricotando e teremos pouca produção ao final e uma interação pífia entre a platéia.

Temos que pensar agora em wikishops, wikilestras, wikinários. É um novo desafio?para nossa eterna procura do evento 2.0. Deixo aberto para novas contribuições? [Webinsider]

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Avatar de Carlos Nepomuceno

Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.

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10 respostas

  1. Essa história de que o maradona é amado pelos jogadores da selecinha argentina, é a maior mentira … Ta na cara que ninguem gosta dele lá …Reparem na comemoração do gol …ninguem abraça ele .Ele tenta abraçar os caras e nada todo mundo foge…

  2. como um usuario iniciante no twitter, confesso que gostei muito do seu artigo e com tudo que colocaram aqui nos comentarios.
    no quesito uso, ainda estou me adaptando, até porque nao há limite para isso, fica a criterio do grupo e dos individuos.
    acho que será um jeito legal de mandar noticias para todos sem ser um spam.

  3. Tentar filtrar a liberdade de expressão no mundo 2.0, colocando parametros ou estabelecendo padrões de uso, acredito que não se terá exito. O Twitter limitou o número de caracteres, acredito eu, já prevendo esta possibilidade, preservando o direito de expressão. Leia quem quiser.
    @jameshp

  4. Oi 🙂

    Eu sou uma usuária intermitente do twitter. Tenho a tendência de esquecer dele e, concordo contigo sobre o número de mensagens e a transmissão de eventos.

    Seria útil que toda twittada que tivesse um #qualquercoisa NÃO fosse para os seguidores e, sim, somente para o #. Aí vai lá ou assina quem está interessado.

    abraço!

  5. Concordo com a Simone.
    E digo que, se exagerarmos nos parâmetros, corremos o sério risco de perder boas, ótimas informações.
    De onde menos se espera, vem conteúdo.
    Abraços,
    @manurangel

  6. Simone,

    achei legal esse ponto de vista de ver o Twitter como comunidade e vc pegou um ponto ótimo que é o lance da tralha, pois com ela vira uma lista e depois não vira mais, a critério.

    Poderia até dizer que enquanto não tem tralha é uma coisa, pois fecha na minha galera de seguidores, com tralha vira outra, pois abre para quem está tralhando igual..isso é uma flexibilidade incrível…um outro ângulo que enriquece a visão da ferramenta.

    Gostei.

    Mas lembro ainda outro ponto importante para você pensar na idéia da comunidade.

    Se eu deixo todo mundo me seguir, não é uma comunidade com a qual me identifico, mas uma lista de divulgação.

    Se eu fecho e só deixo entrar quem é meu amigo, como tem muita gente fazendo, aí sim é uma comunidade de afinidades.

    Veja que temos várias sutilezas, o que mostra que a ferramenta é poderosa.

    Quanto ao uso de cada um, isso varia bastante, pois para mim ainda é bem profissional.

    Sobre esse ponto de vista, quero pouca mensagem e quando vou aos eventos não quero encher a caixa Twittal dos outros, a não ser dos meus seguidores de evento, que já sabem a regra do jogo.

    Mas isso não é regra para ninguém, é apenas um jeito (no caso o meu) de usar.

    Agora, estou com aquele agregador que falo no artigo que me deixa de um ponto só, ver os meus dois perfis e escolher para quem eu mando e o que…

    O que nos leva para uma nova rodada de possibilidades.;;)

    Quando a galera mais intíma entrar vou abrir um perfil pessoal, com seguidores fechados, e ir trabalhando com todos, com um ou outro…conforme o caso…

    Valeram os comentários,

    abraços

    Nepô.

  7. Nepomuceno,
    acredito que Twitter é mais comunidade do que uma sala de chat. Diferentemente de redes sociais disponíveis até então, a relação entre usuários é muito mais tênue do que grupos pré-estabelecidos como um grupo no Orkut sobre futebol e outro sobre mangás. Lembra quando começamos a cadastrar comunidades para estabelecer nossas preferências para outros usuários? Pois é. Não é mais necessário se cadastrar em nenhum grupo. Basta acrescentar uma tralha a uma palavra e pronto: #manga.

    Por este ponto de vista, Twitter é comunicação, informação *e* distração. É broadcast, telefone sem-fio, é falar duas vezes antes de pensar, tudo junto. Quando se estabelece parâmetros como no máximo três twitts por dia ou uma conta apenas para evento, você sempre perde. Acredito que o caminho seja sempre o bom-senso e estatística. O Qwitter é um ótimo termômetro.

    Sobre palestras, ainda estamos longe do novo modelo de interação. Sugiro muito uma experiência como o Descolagem onde as conversas paralelas são complementares, críticas e essenciais para o sucesso do evento. Luli Radfahrer explorou brilhantemente isso no último evento. Em menos de duas semanas, o vídeo de sua palestra foi visto mais de 96 mil vezes. E num evento como este ninguém segue ninguém de fato e sim a tag. Todos usam o livestream do BlogBlogs ou do search.twitter.com.

    Ainda falta acharmos o block temporário para surtos temporários das pessoas que admiramos, mas é bom lembrar que sempre temos a opção de não abrir o Twitter.

    []s

    @s1mone

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