Os arquitetos de informação e os pesquisadores da área de usabilidade sempre procuram maneiras de como deixar o site mais fácil de usar, mas nem sempre utilizam os dados provenientes dos serviços de web analytics para mostrar o melhor caminho.
Estes dados podem nos mostrar as diferenças de navegação durante o passar do tempo, já que podemos comparar os dados atuais com os períodos passados refletindo tendências. Esta visão quantitativa do comportamento do usuário é excelente para ampliar sua investigação, já que se pode ver a qualquer momento as necessidades e interesses das pessoas.
Somada esta visão quantitativa com a visão qualitativa das pesquisas, temos tudo para que o processo de atualização contínua dos sites tenha retornos excelentes.
Missão, objetivos e audiência
Todo o trabalho de criação de qualquer site de uma empresa deveria partir destes três pontos chaves. Em suma, teríamos a informação dos motivos da criação deste site, quais as metas que prendemos alcançar e para quem o estamos criando.
Com estas informações temos as condições de entender quais os processos que iremos criar para que os nossos clientes acessem todo o material que necessitam e também de identificar os pontos de conversão de um visitante para um cliente. Estas informações são levadas em conta deste o processo de implementação de um serviço de web analytics até a análise dos dados levantados.
Estrutura de URLs (Uniform Resource Locator)
Este é um ponto muito importante quando vamos mensurar se os objetivos do site estão sendo cumpridos. O motivo é que os relatórios proporcionados pelos diversos sistemas de web analytics nos mostram as URLs das páginas que foram visitadas.
Sabemos que muitas vezes estas são criadas a partir de um CMS (Content Management System) existente no mercado, como WordPress, Joomla, Lumis, Drupal, entre outros.
Para isso foram criadas algumas boas práticas que auxiliam e muito a análise destas informações:
- Criar nomes que sejam de fácil identificação;
- Manter consistência na nomenclatura;
- Procurar descrever com frases curtas o assunto daquela página;
- Não modificar a toda hora a convenção que você escolheu;
- Procurar criar grupos de conteúdos para que a análise possa ser feita a partir de um nível macro.
Análises
Lembrando que, depois de construído o site, podemos através das métricas entender o que mais chama a atenção de nossos visitantes, através da análise das páginas vistas (quantidade de page views, visitas e visitantes nesta página), da análise de funil (onde estamos perdendo nossos visitantes no processo de conversão), de análises de padrões de uso, da efetividade do site e, através da análise de caminhos, se o site é de fácil uso e se eles não estão se perdendo na procura de informações.
Mas todas estas análises são baseadas nas URLs coletadas no processo de captura dos dados.
Outra análise que deve ser realizada é a das palavras-chave pesquisadas, sejam elas vindas de mecanismos de busca ou do próprio sistema de pesquisa do site. Estas informações nos auxiliam a melhorar nosso trabalho de SEM (SEO+PPC) e também posicionar os conteúdos mais relevantes e rever os processos de navegação criados.
Com estes processos de análise, localizamos os pontos com possíveis problemas ou com potencial de melhoraria.
Novas ideias
Um website é, ou deveria ser, um processo em evolução constante. Para isso é necessário não somente localizar os pontos de melhoria, mas passar para uma outra fase que é a de criar processos de testes e avaliações. Isto é feito através de testes A/B, testes multivariáveis, pesquisas diretamente com os clientes e pesquisas de usabilidade para que novas ideias possam ser testadas. Com isso podemos melhorar sempre a experiência dos nossos clientes e alinhar a estratégia da empresa com o que é feito no site.
Como este processo irá se basear nas análises de atitudes e comportamentos dos nossos visitantes e na análise dos impactos destas modificações nos objetivos traçados para o site, é importante que aconteça um trabalho em conjunto entre os profissionais de web analytics, de usabilidade e de arquitetura de informação.
Depois disso é só colocar no ar, medir, analisar e começar tudo de novo!
Conclusão
Quem ganha com este trabalho? Nossos visitantes e clientes, que vêem o site da empresa melhorando a cada dia, e a própria empresa, que consegue atingir seus objetivos através da fidelização destas pessoas. [Webinsider]
.
Ruy Carneiro
Ruy Carneiro (ruy.carneiro@waconsulting.com.br) é sócio da WA Consulting, consultoria em web analytics e análise de métricas, e diretor do comitê de Web Analytics da IAB Brasil.
7 respostas
Complicado em Ruy, olha este depoimento me e diz, da pra entender que cada caso é um caso e uma dose de bom senso é melhor que números.
http://arquiteturadeinformacao.com/2012/07/04/citacoes-para-tempos-de-analytics/
Perfeito Ruy. Nunca vi colocarem essa relação de forma tão clara e didática. Muito bom.
E o mais legal… você citou o que dá vida e o que não deixa morrer um produto. Partes essenciais de seu ciclo de vida.
Sou suspeito pra dizer, mas essa etapa de QA, testes e análises dos resultados, não apenas com o intuito de amenizar erros (o que também é muito importante), mas com o intuito de evolução é tão essencial quanto o planejamento inicial e deve estar bem integrada as “entidades pensantes”, citadas neste artigo.
Acabei de citar o mesmo em outro tópico e vou citar aqui também uma frase do Steve Jobs:
“Seja um fanático pela qualidade. A maioria das pessoas não está acostumada a um ambiente onde a excelência é a regra.”
Só um toque… o link do “área de usabilidade” tá quebrado.
[]s e sucesso a todos nós.
Oi Ruy,
Que bom que você virou colunista. Escreva bastante, nós leitores vamos gostar muito!
Ah! Hoje vou assistir sua aula no IMBA 🙂
beijo.
Viviane
Ruy,
Muito oportuno falar em métricas e usabilidade. Vejo que, muitas vezes, a empresa que passa o briefing não se sente confortável para dar essas informações para empresas que vão fazer essa auditoria de usabilidade, como é o caso da minha (Usability Expert). A questão é que essas informações são muito ricas e úteis. Os insights são importantes para guiar o trabalho do pessoal de usabilidade e AI.
Obrigada por trazer o assunto à tona.
Amyris Fernández, Profa.Dra.
Eu concordo com o trabalho conjunto entre os profissionais de IA, UX, SEO e Analytics. Todos tem a ganhar e vou além. Eu como profissional de AI, tenho o dever de me interessar e saber pelo menos os principais conceitos de SEO e Métricas para desenvolver e planejar projetos já pensando na integração.
O ciclo de vida de projetos web de sucesso devem ser acompanhados de perto sempre com leitura correta de métricas, pesquisas, testes, enfim …tudo que for possível para medir o uso do sistema e suas funcionalidades para suprir as necessidades dos públicos envolvidos…stackholders e usuários.
Victor,
exatamente isso, por este motivo é que várias agências tem nos procurado, ainda tentando entender como este trabalho em conjunto pode melhorar o trabalho com o cliente da agência e dar a ele retorno dos investimentos realizados. Mas principalmente para desmistificar este tipo de trabalho, já que o pessoal de agência tende a achar que os numeros podem trabalhar contra eles, o que não é verdade.
As melhores agências são aquelas que se tornam mediadoras de dois consumidores bem diferentes, o cliente e o usuário.
Para deixar os dois lados satisfeitos, somente usando as métricas em conjunto com a análise dos objetivos em um conceito de gestão evolutiva que engloba todas as áreas de construção e manutenção dos sites.