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É fato, no progresso econômico e, portanto, no conforto do sistema, a emergência de uma população ontem apartada. Muito se relaciona o ingresso de milhões de pessoas no mercado consumidor à rebarba da bonança econômica no qual o Brasil surfou e a certas políticas públicas ? de assistencialismo para alguns, de justiça social para outros.

O fato é que tais pessoas estão aí, e esse novo mercado interno pode significar um lampejo de esperança para um mundo atolado em recessão e desespero. Um novo mercado significa um novo Brasil para os milhões de sobreviventes de séculos de abandono.

Mário mora na periferia do Rio. Ele tem pouco mais de 20 anos e ganha trezentos e poucos reais com um emprego no supermercado. Mas uma coisa faz do garoto um cara diferente de seus pais, imigrantes nordestinos. Mário faz um bico vendendo DVDs piratas que ele mesmo confecciona. Dá pra tirar uns quinhentos por mês, dependendo da temporada de lançamentos.

Mário também não dispensa o celular, o computador, o pen-drive pendurado no pescoço e está negociando um home theater para sua mãe (negociando, porque vai um pouco de dinheiro guardado, uma moto encostada e um pequeno empréstimo pessoal que ele conseguiu aprovar numa financeira). Mário faz sucesso e não deixa barato: capricha no visual, nas roupas da moda, perfume e produtos de beleza. Sabe tudo o que pega e o que rola.

Essa é a diferença: o desejo de consumo.

Então seria a tal da nova economia uma das novidades desse novo Brasil? Sempre houve informalidade no Brasil. Todo mundo sempre fez bico. A cauda longa é velha nossa conhecida. Só não tinha nome bonito nem frequentava dez entre cada dez congressos para bonitos executivos.

Mas vamos conversar com o Mário. O Mário tem internet faz tempo e também faz tempo que a internet para Mário não é só uma grana a mais. Mário vai nos blogs, frequenta comunidades, se liga nas novidades. Sabe mais de tendências do que a maioria dos bacanas que aplaudem a cauda longa.

Informação universalizada, democraticamente distribuída não quer dizer apenas mais instrução e mais consciência. Não quer dizer apenas mais oportunidades econômicas. Também quer dizer mais desejo.

E o desejo é o reforço positivo indispensável para emergir da sobrevivência. [Webinsider]

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Fernand Alphen (@Alphen) é publicitário. Mantém o Fernand Alphen's Blog.

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2 respostas

  1. Oi Alexandre,

    Obrigado pelo seu comentário. Pena eu nao ter podido participar do evento do Jornalirismo. Eu estava programado e animado para ir. Aconteceu uma série de desencontros (fui no endereço errado, me perdi, enfim, um drama!) e não consegui. Pena mesmo.

    Qto à Skol, é difícil te responder, até porq as estratégias são, como o nome subentende, sigilosas. Mas o q eu posso dizer é q a Skol tem um dos posicionamentos mais longevos entre todas as marcas de cerveja (e não só de cerveja) e ele ainda está muito longe de perder o fôlego.

    Fernand

  2. Fernand,

    Parabéns pelo belo artigo.

    Concordo quando você diz que o mercado interno tem um poder maior de compra hoje.

    Que o desejo de compra está mais incorporado em nossas intenções.

    Um rapaz que trabalha como porteiro no prédio onde trabalho, tem o último modelo de celular, muito melhor que o meu.

    Mesmo que ele fique sem comer, ele prefere ter o último e melhor celular.

    Essa troca de valores é muito comum também agora.

    Fiz questão de participar do evento do Jornalirismo para vê-lo falar.
    Por qual motivo você não pode ir?

    Queria perguntar um pouco sobre estratégia da Skol.

    Qual é hoje o foco das campanhas?

    São campanhas muito interessantes.

    A festa junina, o torcedor e eventos como o Skol Sensation.

    Abs,

    Alexandre

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