O trabalho em casa e a emissão de carbono

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Desde muito novo sempre gostei de autores como Alvin Toffler, Pierre Lévy e John Naisbitt, cujos livros muitas vezes tratam de previsões a respeito do futuro. Títulos do tipo “Como serão as coisas no futuro” de Richard Oliver sempre me atrairam muito.

Eu normalmente devorava tudo que pudesse me preparar, mas confesso que não esperava de forma alguma viver esse futuro tão cedo. Mas isso aconteceu! O livro “Choque do Futuro” de 1970, por exemplo, é cheio de referências a situações que passamos a viver no mundo pós web, apesar do livro ter sido escrito muito antes da popularização da invenção de Tim Berners-Lee.

A web nos trouxe maravilhas que a internet por si só nunca poderia realizar, fazendo com que as ideias dos futurologistas se materializassem numa velocidade estonteante. O comércio, as relações humanas e as telecomunicações nunca mais seriam os mesmos depois da web, transformando a expressão Aldeia Global numa verdade inquestionável.

E à medida que o tempo passa as ideias futuristas de Toffler começam a fazer parte de nosso presente. O artigo “Telecommuting: How to Save the World in Your Pajamas“, no blog da “Nature Conservancy” trata de trabalho remoto em casa como uma alternativa para diminuir as emissões de carbono. O objetivo final é bastante nobre, porem a ideia existe há anos e sempre foi tratada como uma das vantagens que a tecnologia nos traria.

Segundo os futurologistas do passado, a tecnologia nos permitiria ter mais tempo ocioso e consequentemente mais tempo para ficarmos próximos da família e dos amigos. Infelizmente neste caso a tecnologia nos conduziu para o caminho inverso.

Nossos telefones celulares, PDAs, smartphones, notebooks, aviões a jato, internet de alta velocidade, VoIP etc só conseguiram uma coisa – fazer o trabalho invadir nossos lares e nossos momentos de lazer. Ou seja, hoje trabalhamos em dobro (ou em triplo!): no local de trabalho, no lazer e no descanso.

Onde os futurologistas erraram? Na minha opinião eles não erraram, nós é que estamos errando. O conceito original era trabalhar em casa porém em horários e condições específicas. A ideia era evitar o tempo e o dinheiro gastos em deslocamento e aproveitar o conforto de casa e da família. E o que estamos fazendo? Nos deslocando como no passado e num segundo e em alguns casos num terceiro turno trabalhando também em casa.

O artigo da “Nature Conservancy” ilustra as diversas vantagens de sempre para os empregados e empregadores, bem como algumas desvantagens. Mas o que chamou minha atenção foi o fato da ideia agora estar sendo tratada como uma forma de preservar o meio ambiente e neste caso pode vir a ser finalmente colocada em prática da forma correta, uma vez que os olhos do mundo começam a se voltar cada vez mais para assuntos relacionados a preservação do meio ambiente.

Se finalmente começarmos a trabalhar em casa da forma prevista pelos futurologistas do passado finalmente teremos nossos tão merecidos momentos de lazer e alegria junto a família e amigos, sem deixar de lado nosso precioso trabalho. [Webinsider]
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Vladimir Campos é escritor. Veja mais sobre ele.

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12 respostas

  1. Estou a procura de algo p/ fazer respondendo CARTAS,enviando EMAIL;pela INTERNET se pode me AJUDE estou DESEMPREGADA e tenho 2 filhas,não sei mais o q fazer não tenho renda.

  2. Esse é meu sonho de consumo. Na verdade o Home Office faz parte do meu dia a dia, mas ainda não sei dosar da forma certa. Comumente trabalho até altas horas e nos finais de semana.
    O fator ambiental é com certeza um apelo louvável e que deve ser levado em conta. As empresas realmente deveriam pensar nisso, e como disse o Stefano trabalhar por metas seria muito mais produtivo, o que mais tem por ai são os batedores de cartão!

  3. O artigo foi muito bom, os comentários, melhores ainda. Especialmente do meu vizinho Stefano, gostei das dicas.
    Pra mim, o home office é questão de tempo!

  4. Adorei o artigo, mas adorei muito mais os comentários de pessoas que já praticam e nos mostram o caminho das pedras. Adoraria trabalhar em casa 🙂 Vou mandar para o meu chefe, quem sabe ele não fica com dó do planeta e adere.
    Abraços a todos.
    Lilia

  5. Amei seu artigo! Útil e realista.
    Trabalho em casa há vários anos e fico fazendo uma rotina sanduíche. Hora na empresa, hora em casa. Quando isto acontece, trabalho em dobro e ás vezes em triplo. Mas vejo e acompanho meus filhos, como melhor, converso mais com minha família. Também produzo muito mais. Só não dá tempo dormir direito.
    Em casa anulo a rotina que o escritório da empresa me institui e isto é bom e ruim. Encontrar o equilíbrio é a árdua tarefa que pode melhorar a qualidade de vida, aumentando o tão desejado ócio criativo!

  6. Muitos dos trabalhos podem ser perfeitamente realizados a partir da sua própria casa. O problema não é a tecnologia, o problema é a cabeça ultrapassada de muitas pessoas.

    O importante é salientar que realmente temos que proteger a natureza, e essa é uma das formas de se fazer isso, e conseguir uma qualidade de vida ainda melhor, tanto na parte profissional, como na pessoal e do relacionamento com o planeta.

  7. Pratico o Home Office a mais de 10 anos, graças aos avanços que a internet permitiu.

    Home office é um processo de educação de todas as partes. As pessoas precisam apreender a gerenciar tempo(agenda), terem disciplina e assumir responsabilidades.

    O desafio maior que percebo é fazer as outras pessoas entenderem essa metodologia de trabalho.

    E incluo familia, gestores e colegas de trabalho acostumados a ter que estar no escritório para trabalhar.

    Hoje divido meu tempo em Home Office e trabalho presencial. Dosar essa agenda é essencial, pois o contato com outras pessoas do trabalho é importante.

    Porém dependendo do cargo e função, em média 75% do trabalho pode ser feito de forma remota.

    Outro desafio que ajudaria a ampliar o Home Office seria trabalhar por metas e projetos e não apenas por horas. Desafio esse que deveríamos aprofundar nas discussões sindicais.

    Tenho certeza que geraria mais emprego, reduziriamos custos, com isso aumentando as receitas e principalmente melhorando a qualidade de vida de todos.

  8. Oi Vladi,

    Adorei a reflexão do seu artigo mas no meu caso não acho que o smartphone me faça trabalhar mais. Com ele e trabalhando em casa, consigo ficar mais tempo disponível para que me contactem e também consigo fazer meu horário. Consigo malhar, ficar mais atenta aos filhos e ter mais qualidade no trabalho e de vida.

    É o caso típico do modelo home office de sucesso. No início, não gostei do isolamento mas achei várias maneiras de evitar isso. Ou seja, tudo é adaptação.

    Vejamos como tudo vai evoluir mas uma coisa é certa, cidades como Sampa precisam disso correndo!

    Beijos proce e família!

    P.s. Só pra constar, to escrevendo do meu iPhone 🙂

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