O sistema operacional da civilização 2.0 se ajusta

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O destino apenas suscita o incidente; a nós é que cabe determinar a qualidade de seus efeitos. Montaigne, da minha coleção de frases.

Somos seres culturais.

O que nos diferencia dos animais é a nossa capacidade de transformar o mundo, a partir de nossas limitações, para torná-lo habitável.

Diferente dos bichos, que vivem em nichos ecológicos, precisamos criar ecologias do conhecimento.

Por trás de toda nossa civilização, existe, assim, um ambiente informacional (ou sistema operacional) que o suporta e nos faz existir. Quantos mais somos no planeta, mais esse sistema operacional precisa “rodar” mais rápido, com mais velocidade, para atender a demanda crescente de qualidade, quantidade e complexidade –  que é a junção das duas.

Essa demanda, entretanto, é invisível, lenta, quase imperceptível, demora a aparecer, mas é inapelável, vide São Paulo e seus engarrafamentos.

Foram décadas para se chegar a esse caos, sem qualquer planejamento.

Assim, a internet veio ao mundo para viabilizar um novo ambiente de conhecimento para  um planeta de 7 bilhões de almas vivas.

O interessante é que o upgrade nesse ambiente informacional, ou sistema operacional, é feito de forma espontânea, ou melhor na tentativa e erro, sem um “Deus” lá em cima a planejar nosso futuro.

Não, não existiu até aqui na história dessa humanidade um gênio do mal ou do bem, com a percepção desses impasses e latências dos ambientes informacionais, que projetasse o novo sistema operacional do conhecimento.

A coisa vai acontecendo, foi assim em todas as tecnologias que fizeram a diferença, do livro à internet, passando pelo telégrafo e telefone.

Ninguém achava que ia mudar ou encurtar o mundo, vai se lançando coisas e coletivamente vamos migrando, obviamente, incorporando inteligências e interesses conforme o bonde anda e se solidifica.

Os inventores dessas tecnologias de ruptura, na verdade, queriam apenas inventar algo que desse dinheiro, ou que facilitasse de alguma forma a vida de algumas pessoas.

Ou seja, os empreendedores lançam seus produtos e, conforme sua capacidade de atender latências, o pessoal adere.

Ele é construído na base da tentativa e erro, principalmente na adesão, que é sempre imprevisível, pois vai atender a uma demanda das pessoas por algo que facilite a sua vida informacional.

(O livro impresso foi fruto das experiências chinesas, que Gutemberg ouviu falar e resolveu experimentar para vender santinhos na porta da igreja e, sem saber, mudou o mundo.)

As pessoas percebem, assim, o que é mais rápido se comunicar pelo celular, por computadores conectados e uma rede universal, e pronto, estão dentro, já é.

Oxigenação

Se esse ambiente operacional é o pano de fundo, a sociedade e suas instituições são os aplicativos, que passam a rodar em cima do novo ambiente.

Antes, os “aplicativos sociais” eram mais lentos, pois rodavam em cima de um sistema operacional compatível que atendia a uma demanda de impressão e processamento para uma população de tamanho específico.

Hoje, há uma incompatibilidade entre a velocidade das demandas, da rede que começa a acelerar o planeta e as instituições que nasceram nos conceitos e ritmo do ambiente passado.

Somos filhos do livro impresso, que bolou a civilização herdeira da revolução industrial.

Ela já não dá conta do mundo atual, num planeta globa e hiper populoso.

Todos os projetos 2.0, na verdade, são culturais e visam fazer este upgrade mental, passando as instituições para o novo patamar de velocidade, quantidade e qualidade da troca que hoje ocorre na Web, fruto da demanda de mais gente no planeta.

Estamos, assim, diante de um novo sistema operacional mais parrudo e veloz, que veio primeiro criar o ambiente para a troca de ideias para reformular as instituições, que virão no vácuo, a partir de novos conceitos filosóficos, políticos, econômicos sociais, que vão virar hegemonia na nova classe dominante ainda embrionária.

E é essa a tarefa de todos que desejam implantar “projetos Internet” ou seja lá o nome que quiserem.

Revisar as instituições para adequá-las a um planeta mais populoso e, portanto, complexo.

Escolas, hospitais, empresas, justiça, parlamento não são mais compatíveis com o mundo atual e nem com o sistema operacional da vez.

Precisam se internetizar (e não se trata de colocar homepages) para serem mais rápidos e lidar melhor com a complexidade.

Ou seja, pela ordem, caro meritíssimo:

  • 1. Cresce a população, que gera demandas;
  • 2. Cria-se um novo ambiente informacional para a troca de informações e comunicação, portanto, conhecimento, que se alastra como fogo em mato seco;
  • 3. As instituições ficam incompatíveis com o novo ambiente e precisam migrar para o novo sistema, revisando sua forma de atuar.

É isso que é o mundo 2.0: uma revisão civilizacional!

Ou seja, o que chamamos de mundo 2.0 é a revisão da Idade Mídia, do controle dos grandes monopólios, que precisarão ser compatíveis com o novo sistema operacional, que a nova massa de habitantes, resolveu inventar para se proteger, prosperar e seguir adiante.

É a Inteligência Coletiva Oculta em ação. (Você acredita em Duendes? Eu também não, mas não Inteligência Coletiva Oculta, já sim, vou até colocar um plástico no carro: Eu acredito na In…..)

É isso, que dizes? [Webinsider]

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Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.

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