A porteira da civilização vai abrir de novo

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Nós habitamos um mundo cultural, portanto, inventado.
Ferreira Gullar, da minha coleção de frases.

Pode parecer estranho, mas vemos a sociedade por que fomos convencidos a olhar para ela sobre determinado ponto de vista.

Ou seja, houve uma negociação entre quem está no poder e quem o aceita. E se espalhou, através da mídia de plantão, um conjunto de conceitos absorvidos, incorporado e reproduzidos.

A sociedade é do jeito que é por que alguém a inventou desse jeito, nós consolidamos e na relação de forças, por comodismo ou falta de opção, aceitamos os seus paradigmas, com suas qualidades e defeitos.

(As revoluções conseguem usando mídias vigentes – jornais por exemplo – criar uma nova alternativa de poder, através da mobilização das massas; foi assim na Revolução Russa e Francesa.)

Tudo vai bem, desde que quem detém o poder possa continuar a difundir esse conjunto de conceitos pela mídia, pelas escolas e garanti-lo através das leis e estruturas vigentes (poderes governamentais dos mais diversos.)

Assim, somos o que somos, em função de determinado controle de mídia.

Se há uma brecha na mídia, novas ideias entram no ambiente e começam a olhar os problemas (aceitos e perpetuados) de outra maneira. E, a partir daí, muda-se o “modus-operandi” da sociedade. Não somos o que somos pelo que queremos, mas pelo que nos é imposto e negociado, através das mídias.

É essa a grande alteração do ambiente quando temos movimentos de novas mídias que permitem a oxigenação social.

Isso é uma visão bem diferente daquela de que termos normalmente da sociedade e muito útil para pensar a nova civilização que vem a partir da internet.

Portanto, mudanças de civilização ocorrem quando há quebras do controle do poder da mídia, através de uma nova que permite oxigenação social de ideias.

(Essa maneira de pensar a história é bem diferente daquela que estávamos acostumados. E é fruto de uma teoria razoável e necessária que consiga explicar a Internet e suas consequências, que se tornou um patinho feio para as Ciências encaixotadas em assuntos.)

  • Foi, portanto, assim quando o livro impresso surgiu – que fundou a civilização pos-feudalismo, ou capitalista.
  • E está sendo assim com a internet – que fundará algo novo, que ainda não temos nome do pós-capitalismo – colaborativismo?

Ou seja, são situações atípicas de ruptura cognitiva, que vêm preencher latências sociais, pois os problemas do sistema começam a ficar insuportáveis e cada vez mais caros para a sociedade pagar por eles.

E precisamos vê-los de outra forma e propor soluções de outro quilate.

Crescemos no feudalismo e no capitalismo a população de tal maneira que o ambiente de produção começa a entrar em um certo colapso para inovar e precisa sofrer um choque cognitivo para pensar os problemas do mundo de outra maneira.

E é esse choque cognitivo que funda uma nova civilização.

Olhar para os mesmos problemas de outra forma. De tal jeito que a relação de custo/benefício seja mais compatível com o que podemos pagar para atender mais e mais gente!!!

É preciso de uma nova maneira de olhar (mudança de conceitos) e uma nova forma de resolvê-los (ações 2.0, através da colaboração e não mais do cada um por si e o lucro por todos).

É disso que se trata a guinada da nova civilização da qual somos os primeiros tripulantes. Um novo ambiente de troca de ideias, que vem resolver uma crise sistêmica, através de uma nova forma de produzir conhecimento, que causa um choque cognitivo na sociedade, que passa a ver soluções de velhos e novos problemas, através de um novo olhar, antes impensável.

E é este novo olhar que irá reformar, a médio e longo prazos, todas as instituições, refundando a sociedade e a civilização. Que dizes?

……………………………….
Alguns conceitos novos aparecem nesse texto dentro das minhas reflexões. São eles: a clareza de que o mundo é criado a partir da força da imposição da mídia e de que a nova civilização nada mais é do que um choque cognitivo.

[Webinsider]

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6 respostas

  1. Assim como Maquiavel o escreveu, se continua fazendo, a política é uma mera questão de como manter-se no poder.Não há noção nenhuma de bem comum.

    Se a colaboração e as mídias permitem que se aumente o conhecimento coletivo e que este possa fazer com que aconteça uma “revolução” colaborativa, não necessáriamente ela tem em vista o bem comum.

    É um pensamento mágico crer que a colaboração, assim como os mercados para o capitalismo, vai se auto-regular. Isto é um problema, mas é claro que a troca de informações, rápida tal qual a internet permite, é em si, uma coisa boa.

  2. Como sempre, ótimo texto… rever conceitos e quebrar paradigmas é palavra de ordem em suas colunas!

    Concordo Carlos, estamos no meio de uma mudança, a dinâmica do mundo mudou, e isso ninguém pode negar… olhos estão sendo abertos em um processo que vêm a anos acontecendo e o efeito dominó começa agora a aparecer. Só falta ainda me convencer de que os detentores do poder estão cientes e prontos para abrir mão do controle, se eles vão nos dar a chave da porteira… pois ainda penso que vamos passar um tempo na surdina, literalmente, pulando a cerca!

    Mas todo sistema cai, e quem sabe, chegaremos a um dia a um sistema colaborativista tão nobre quanto o conceito (utópico) da atual democracia: poder do povo para o povo! (seja quem for esse grupo chamado “povo”)

  3. Eva, concordo, nessa linha…estamos criando o conceito de agentes de mudança…pessoas que compreendem o momento histórico e começam a agir em suas respectivas áreas, bem vinda ao time!

  4. O argumento vai de encontro ao que chamamos de interdisciplinaridade, que é a coloboração entre conhecimentos distintos e objetivos comuns.
    Resta pensar em uma forma de mobilizar essa força interdisciplinar para mudar a realidade de forma positiva para a sociedade; não importa se o a sociedade seja representada pelo país, estado, cidade ou só um pequeno grupo de pessoas dispostas a mudar seus hábitos culturais. Dá para contagiar.

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