Poucas pessoas estão acompanhando de perto a transformação que está por acontecer na Internet e nas redes sociais. Prova disso foi um evento que aconteceu recentemente em Palo Alto, na Califórnia. Batizado como F8, foi destinado a desenvolvedores e parceiros do Facebook.
Para os que puderam estar lá, o CEO do Facebook Mark Zuckenberg, apresentou talvez a grande novidade da empresa para os próximos anos – uma série de ferramentas que ajudarão o Facebook a dominar a Internet nos próximos anos. A mensagem do evento foi simples: “queremos tornar o Facebook sinônimo da web”.
Não é novidade para ninguém o poder excepcional que essa rede social exerce em quase todos os países nos quais está presente. No Brasil, ele ainda está longe do líder Orkut, mas cresce a passos largos. Com quase 500 milhões de usuários cadastrados e um número ainda maior de usuários únicos a cada mês (isso é possível, pois boa parte das páginas podem ser vistas sem ser cadastrado no site), a liderança do Facebook entre as redes sociais é inquestionável.
Recentemente, o site tornou-se o principal destino na web nos Estados Unidos, superando o todo poderoso Google.
Ainda mais imponente é a rapidez com que o Facebook está se espalhando nos celulares. Enquanto levou cinco anos para atingir 100 milhões de usuários na internet, levou apenas três anos para atingir o mesmo número nos celulares.
Por que o Facebook é diferente?
Apesar dos números incríveis, o Facebook poderia ser mais um caso de site que obtém sucesso rápido para pouco depois cair no esquecimento. A Internet está cheia de casos como esses – Altavista, Lycos, Geocities são apenas alguns dos exemplos mais conhecidos de empresas que estiveram na liderança por algum tempo, mas não conseguiram se manter nesta posição.
Com a concorrência feroz, mesmo os líderes invejáveis, como a Microsoft, não conseguiram grande sucesso. Apesar do MSN e Messenger terem grandes audiências, a empresa perde cada vez mais dinheiro nesta área. Yahoo e AOL, que realmente lideraram por longos períodos, estão claramente num caminho declinante.
O que torna o Facebook diferente da grande maioria das empresas é sua capacidade de enxergar à frente dos outros, definir a estratégia e executar efetivamente.
Em outras palavras, o crescimento e a busca por patamares cada vez mais altos são resultado de uma visão estratégica fantástica e de execução à altura. Com exceção do Google, é difícil citar outra empresa que tenha acertado tantas vezes na definição de prioridades e tenha implementado essas prioridades de forma tão impecável.
Mark Zuckenberg, apesar de várias críticas (e processos judiciais) que pesam sobre ele, sempre teve uma visão extremamente clara do seu objetivo: conectar pessoas da forma mais eficiente possível por meio da Internet. Nada pode detê-lo – nem seus concorrentes, nem seus sócios (desde a fundação várias brigas e mudanças na sociedade ocorreram), e nem os costumes e normas vigentes (desde sua primeira “violação” de normas em Harvard, antes do lançamento do site, até seu descaso com as normas atuais de privacidade). Para o CEO do Facebook, o futuro é das redes e de um planeta sem privacidade.
Apesar de ter começado bem atrás de seus concorrentes em termos de usuários, o Facebook inovou diversas vezes e foi atropelando um por um dos seus concorrentes nos Estados Unidos e no mundo – Friendster, MySpace, Beboo foram alguns que ficaram pelo caminho.
Além da interface e navegação mais simples do Facebook, sua estratégia de ser uma plataforma para a qual outros desenvolvedores podem contribuir através de aplicativos, foi definitiva para atingir a atual liderança.
Alguns percalços aconteceram ao longo do caminho – como o lançamento do seu programa de publicidade Beacon que ignorava completamente a privacidade de seus usuários. Rapidamente a empresa voltou para a rota certa e continuou desafiando limites de crescimento.
Entre todas as tacadas de Zuckenberg, talvez a mais brilhante tenha sido seduzir para trabalhar com ele Sheryl Sandberg – que era na época vice-presidente de operações e vendas online do Google e havia sido chefe de gabinete do Ministro da Economia dos Estados Unidos. Sheryl é uma executiva única que reúne uma visão estratégica ímpar com uma execução impecável.
Nos seus anos de Google, criou e implementou a estratégia de vendas para pequenas empresas no mundo inteiro – que no seu auge chegou a representar mais da metade da receita do grupo e um terço de funcionários. Sheryl trouxe, além de todo seu conhecimento do Google, um time de executivos que elevou o potencial do Facebook a um novo patamar.
O futuro
O lançamento ocorrido em maio pode parecer um detalhe bastante simples para um usuário comum. Sua aplicação mais imediata, que já pode ser vista em sites como Yelp, IMDb ou CNN (inclusive no Terra, no Brasil) é uma caixa no canto da página que diz quais dos seus amigos gostaram daquela página ou notícia.
Isso é feito através de um botão “Like” incluído nesses lugares. A atividade registrada com os cliques nesses botões será tratada como “feeds” no seu perfil e de seus amigos no Facebook. Além disso, você poderá receber sugestões baseadas no que seus amigos estão fazendo pela Web.
Para editores de conteúdo essa novidade é muito interessante. Ela torna muito facilmente qualquer site numa experiência social e personalizada. Não é interessante ver quais artigos da CNN meus amigos leram e gostaram? Além disso, essa vinculação com o Facebook deve gerar mais tráfego para aqueles sites que adotarem a novidade – qualquer conteúdo marcado como interessante por um usuário será apresentado para todos seus amigos.
Mais um dos lançamentos do dia foi uma forma de categorizar conteúdos – seja uma página sobre um filme, uma música e até de um time de futebol – de forma que ao clicar no botão “Like” esse interesse será adicionado ao perfil do usuário no Facebook.
Em outras palavras, a partir de agora, todo conteúdo na web pode e será social. Qualquer página com um simples texto torna-se automaticamente social e personalizada. E, com o alcance que o Facebook tem, seria um suicídio virtual um site não querer participar disso.
É verdade que no momento do lançamento já surgiram gritos de pessoas nervosas com a diminuição imediata da privacidade que todo esse movimento trará já que tudo que alguém faz na internet será visto por seus amigos e talvez por várias outras pessoas também. E os controles de privacidade – é verdade, eles existem – são tão complexos e variados que um usuário médio não sabe nem por onde começar a tomar controle de seus dados.
O que Mark e sua turma estão criando, efetivamente, com essas novidades é um sistema operacional da web – em que tudo é definido e centralizado no Facebook. Logo, um usuário que não tiver uma conta nessa rede social terá uma experiência de navegação inferior.
Com esses recursos, a empresa fica numa posição muito confortável para atropelar qualquer rede concorrente – a primeira vítima pode ser a rede social focada em localização, Foursquare – além de se posicionar muito fortemente no modelo de publicidade por comportamento (Behaviour Targeting) – vale notar que o Facebook já briga com o Yahoo! pela liderança do número de banners servidos nos Estados Unidos.
Em pouco tempo, teremos uma nova transformação tão representativa que irá transformar a forma como nos relacionamos com os amigos, compramos produtos e trocamos conhecimento. O Facebook estará, com certeza, à frente desta revolução. A internet tem um novo líder. [Webinsider]
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Roberto Grosman
Roberto Grosman é sócio da F.biz. Estudou no MIT e já trabalhou em empresas como Google e Amazon.
13 respostas
Sou Raymundomaterp e trabalho com cartão de crédito pré pago.www.pwerbonus.com.br/1649
Esta matéria comn certeza terá uma grande repercursão,a webinsider veio para arrebentar e nós vamos explorar esta oportunidade de ouro.
Esse povo que acha (ou deve ter certeza) que o mundo gira em torno de A ou B, nâo sabe de nada mesmo.
Soraya, pelo visto você ainda usa o orkut né?!
Existem conceitos e estratégtias que quando muito bem formadas, são inegavelmente boas.
O facebook conseguiu implementar sua plataforma de maneira sem igual. Qual anunciante não gostaria de ter acesso a informações sobre o comportamento do seu consumidor?!?
Do mesmo jeito que cada um passa a ter seu “perfil” na internet (leia-se facebook), os anunciantes vão atrás desses perfis. Li sobre Nanopublicidade em um blog que fala disso, como se fosse publicidade personalizada pelo comportamento.
Taí um caminho sem volta!
Olá, eu sou o Raymundo,Marcio Okabe gostei muito de sua matéria, eu faço parte de um programa de instrução de navegação e inclusão social com curso em home office.
contate-me tel.:11-9644.6738
http://www.atenna.net/br-104
e-mail:raymundomaterp@hotmail.com
Skype: raymundamterp
Concordo que o Facebook tem o seu merecido crédito. Mas não gosto de “profetizações”… A concorrência é sadia e faz bem ao mercado, há espaço para todos (Orkut, Facebook, Myspace…). Compreender a ferramenta e saber dar o seu valor é sábio. Mas deixar de acompanhar as demais opções, é obtuso.
É isso ai….ou você compra a idéia ou para no tempo
Parabéns
Faço minhas as palavras do Marcio “Japa” Okabe!
FR
Olá Roberto,
Parabéns pelo artigo muito bem escrito.
Sempre falo em minhas palestras que não é o BING que ameaça o Google, mas o Facebook.
Somente o tempo dirá o que vai ocorrer de fato, mas a certeza é que apenas as pessoas antenadas às novas mídias conquistarão seu lugar ao Sol.
A verdade é que críticas duras sem um argumento forte, mostram que na realidade mostram que muitas pessoas estão enfrentando uma mudança forçada de sua “zona de conforto”.
Abraços,
Marcio Okabe
@marciokonfide
Excelente artigo.
mudou totalmente a minha percepção sobre o facebook!
Parabéns pelo artigo.
É uma visão realmente do que está se passando, os números estão ai para comprovar.
Parabéns pelo artigo, achei excelente, também acho um “suicídio social” não participar disto.
A África, agência do Nizan Guanaes, não tem mais endereço “.com.br” – digite “www.africa.com.br” e você será direcionado para a page da empresa no Facebook – Soraya, você sabe quem é o Nizan?
O artigo traz uma visão clara da movimentação do Facebook, bem afinada com algumas coisas que tenho lido, como um artigo do David Carr na Forbes, “The Facebook Opportunity” – http://zapt.in/H4y -, e uma entrevista do David Kirkpatrick, editor de internet e tecnologia da Fortune, que passou dois anos pesquisando para escrever “The Facebook Effect” – http://zapt.in/Ff9.
Valeu mesmo, com certeza irei indicar.
Abraço!
Soraya. Não. Não tem.
Só me diz uma coisinha. Quem escreveu este texto arrogante?
Tem cara de artigo comprado.