O moderador apimentado

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Na semana passada aconteceu a 4ª Edição do Digital Age 2.0, que já se consolidou como um dos mais importantes eventos do mercado de publicidade online e internet. Pelo segundo ano consecutivo mediei alguns paineis, o que é sempre uma experiência divertida.

Como eu sou muito crítico, procuro adicionar aos paineis que participo, seja como mediador ou debatedor, um pouco de “tempero”. Afinal, tem coisa mais chata que todo mundo se elogiando, falando maravilhas do mercado e achando tudo lindo?

Um bom mediador tem que estar sempre mais preparado e atento que os debatedores, pois ele deve ditar o ritmo do painel.

Por exemplo, a plateia sempre demora um pouco a entrar no clima e realizar boas perguntas, por isso sempre é bom ter algumas na manga. O Digital Age este ano usou o Twitter como fonte de interação com a plateia – não tinha microfones nem envio de perguntas por escrito. Isso é bacana, mas mesmo assim você fica na dependência de bom material.

O mediador deve provocar os debatedores com perguntas difíceis, desafiadoras. Claro que, antes de qualquer painel, sempre há uma conversa prévia para estabelecer os limites, os temas que devem e os que não devem ser abordados. Não, não é combinar o jogo, mas sim deixar todos seguros dos objetivos do painel, para que os participantes possam estudar e se preparar nos temas que serão efetivamente abordados.

Por exemplo: uma vez fui mediar um painel que contava com executivos bastante importantes de algumas das maiores empresas de internet do país. Uma delas constantemente alvo de críticas dado seu modelo de negócio. Como todo mundo sabe que não tenho muito papas na língua, ficou uma certa preocupação no ar: e se surgir o tema, ela será feita ou não? O Marcelo vai “chutar o balde”?

Resumindo a história: claro que foi a primeira pergunta que a plateia enviou por escrito (não havia microfones). Deixei o debate correr um pouco e em determinado momento peguei o papel, fiz um jogo de cena e falei ao microfone “aqui está a pergunta proibida de um milhão de dólares”. Olhei para o executivo da empresa em questão e disse “mas como combinamos, ela não será feita”.

Risos nervosos no painel, gargalhadas e curiosidade na plateia.

Ao final do debate, coloquei no bolso dele o papel e fomos todos embora felizes – plateia e debatedores.

Este ano no Digital Age não foi diferente: nos dois paineis que moderei e no que participei como debatedor procurei sempre mexer com plateia e participantes. Mas o que me deixou mais feliz mesmo foi ler uma tuitada de um grande amigo do mercado, no momento em que entrava no palco:

“O moderador apimentado entra em cena no #DAge20 nada de debate morno!”

E assim foi… [Webinsider]

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Marcelo Sant'Iago (mbreak@gmail.com) é colunista do Webinsider desde 2003. No Twitter é @msant_iago.

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Uma resposta

  1. Olá Marcelo, infelizmente não conheço a fundo seu trabalho, mas se for isso tudo mesmo, lhe dou os parabéns. hehe 😛

    Brincadeiras a parte. É muito difícil ser crítico sem ser alvo de maus olhares, que diria serem inevitáveis, mas contornáveis.

    Também sou muito crítico, inclusive – e principalmente – com as coisas que eu faço. Então defendo a unhas e dentes o lema “Se for fazer, faça direito”.

    E por isso admiro pessoas que pensam como você.

    Gostaria muito de ter participado do Digital Age, mas não foi possível.

    Mas meu único receio era ocorrer o que você citou: “…todo mundo se elogiando, falando maravilhas do mercado e achando tudo lindo…”, e como já vi em vários debates como esse, acabar perdendo o foco ou ficar naquela lenga-lenga, discutindo o que todo mundo já sabe.

    E já que citei lenga-lenga… aproveito pra fazer uma pergunta sobre comentários no próprio Digital Age… você não se sente retrógrado, discutindo sobre se as agências devem ser on, off, fullservice e todas estas distinções que hoje em dia só servem pra continuar dividindo as águas?

    Concordo que deve-se ter foco e deixar claro para o mercado sua especialidade, e com isso, criar parcerias sólidas para atender outras oportunidades. O que não concordo é dar a entender que essa união (on/off) é uma necessidade atual. Pois essa discussão, pra mim, já deveria ter ocorrido há uns 10 anos atrás, quando começamos a enxergar a internet efetivamente como mídia publicitária especializada e quando essa necessidade se tornou quase que óbvia.

    Aliás, bem citado o lance do CTR médio. Acho uma babaquice esse tipo de medida mercadológica sem fundamento. Sem uma analise de ROI, isso não serve pra nada.

    []s e sucesso pra gente 😉

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