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É incontestável que estamos vivendo uma revolução digital. Basta ver o ritmo de mudanças e novidades. Quantas marcas apareceram e quantas sumiram na última década. Pessoas praticamente analfabetas mas que sabem usar uma rede social.

Do lado “de dentro” da rede, aprendemos a dominar alguns fatores técnicos, como por exemplo a arquitetura da informação de um site ou a mensagem publicitária que dá mais resultados.

Do lado de fora, porém, estamos longe de entender o comportamento das pessoas, especialmente o comportamento coletivo. Vou dar quatro exemplos:

  • 1. Troca de mensagens: no início de 2009, assisti a uma palestra que dizia que o e-mail estava sendo trocado pelos messengers como meio de comunicação. Estamos no fim de 2010 e o e-mail e os messengers perderam seu lugar para as mensagens em redes sociais.
  • 2. Compras coletivas: nem o maior caçador de tendências do mundo imaginaria um ano atrás que em dois dias mais de 10 mil brasileiros comprariam uma feijoada em um site de compras coletivas.
  • 3. Pontos de acesso. Lembra que todo mundo dizia que a classe C acessava a internet de lan houses, o que levou muitas empresas a realizarem ações promocionais nesses locais? Pesquisas recentes e matérias dizem que é mito: a classe C tem computador e acessa de casa via banda larga.
  • 4. Anúncios de texto. Enquanto todo mundo pedia mais peso e tecnologia para fazer banners engraçadinhos, o Google criou um formato de propaganda online na forma mais simples que existe, texto, faturando bilhões.

Poderíamos fazer uma lista com mais de dez itens como esses. E é uma lista que incomoda muito, afinal questiona nossa capacidade de entender o meio digital.

Será que entendemos esse meio tanto quanto imaginamos? Será que ele muda mais rápido do que conseguimos absorver? [Webinsider]

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Avatar de Cezar Calligaris

Cezar Calligaris (cezar@gmail.com) é consultor de projetos digitais no Reino Unido.

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5 respostas

  1. “Entender o digital?” Mas isto não é papel de ‘Modems’ e coisas do tipo? (modelador/demolador)
    Não se pode entender nada nos termos superficiais colocados. ‘O digital’ somente é algo num mundo que é, pois, analógico. Para ficar nas expressões ‘clássicas’. E mesmo os eventos parcialíssimos, referidos, como se fossem uma mudança geral, não são parte de um ‘digital’ que exista e expliquemos em si, por si, mas somente frente ao não digital que, inclusive, o forjou e constantemente o reformula. (temos o virtual de um Virilio, talvez mais capaz)

    Sou obrigado a me repetir substancialmente aqui neste webinsider, que assim se faz deveras weboutsider (por fora).
    Pelo marketing e a publicidade, não se entende o mundo (embora, sim, com eles; que são partes do mundo). Estes são meios periféricos (somente existem num mundo sobredeterminado e, nisto, ‘flutuante’ demais para se ter, por eles, algum entendimento das coisas; na superfície só temos indícios, muitas vezes até enganosos, se embarcamos empolgadinhos numa nau de insensatos). No máximo, se promove eventos fugazes insustentáveis, pois eles são a própria expressão de uma circular e eterna insatisfação (obsolescência programada). Se não se aborda o cerne das coisas, somente temos, no lugar de pensamento, slogans.
    Sim, agora concordo, há um “digital” (cada um deixa ali suas pegadas)… Algo que não passa de representação do nada, reiterado. Que sustenta slogans e não mais do que isto. Mas o slogan só se diz… depois se diz outro, mais um, outro, mais outro…
    Ter neste universo a pretensão de entender ou explicar algo é descabido. Já usaram a expressão correta quanto a isto, ‘pegou’. Mas logo ‘despega’.
    Um marqueteiro ou publicitário só tem ao seu alcance surfar a onda, não entender-lhe as razões. Melhor do que tentar comentar aquilo que deve ser dito, então, é dizer.
    O comentário do MP sobre um slogan é slogan sobre slogan. Agora sim, web-in-sider. Digital e o escambau. Ah, finalmente entendi; desculpa aí.

    1. Oi Sergio,

      outsider ou insider, sempre gosto dos seus comentários. Como disse uma vez muito tempo atrás outro baiano: o importante é entrar em todas e sair de todas.

      []s!

  2. Não questiono se entendemos a web e sim se os anunciantes entendem!! Legal ter profissionais como o Cezar do “lado de lá da mesa” para ajudar o “lado de cá” – agências – a realizar mais projetos que vão além do banner!

    Vamos pensar além do http://www...

  3. A soberba no mundo digital é realmente um pecado. Veja por exemplo os probloggers, hoje em dia sairam dos holofotes. Os “especialistas” em redes sociais sem humildade (sabe-tudos) estão seguindo o mesmo caminho.

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