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Antecipado por muitos, o anúncio da união da Nokia com a Microsoft para a briga pelo share de mercado dos dispositivos não chega a ser uma surpresa, mas será uma batalha dura de vencer para as duas gigantes. Isto porque o futuro dos dispositivos está agora dependente do design e dos ecossistemas de desenvolvedores de aplicativos.

A nova guerra foi iniciada em janeiro de 2007 com o lançamento do primeiro iPhone e a criação do primeiro ecossistema funcional para desenvolvedores de aplicativos. O iPhone vendeu assustadoramente e ganhou o market share que ganhou não apenas pelo charme de Steve Jobs e a mágica de marketing da Apple.

Ganhou pelo seu maravilhoso design, mas principalmente pela janela para um mundo virtualmente de possibilidades criado a partir da soma das possibilidades dos mundos dos apps. Use um app de medicina e o iPhone se torna um instrumento de trabalho. Coloque um set de efeitos digital e ele vira um equipamento de um guitarrista. Coloque um app de alfabetização e ele virá um poderoso instrumento de educação. A chegada do iPad, inaugurando de verdade o mercado dos tablets, só potencializou este universo de possibilidades.

Na mesma batida, chegou o Android com uma diferença profunda e fundamental: liberdade de hardware. No mundo Android, não existe a ditadura da Apple e você pode combinar um universo também fortíssimo de aplicativos com o hardware da sua preferência. Assim como a Microsoft fez nos anos 90. Mas os tempos são outros.

O avanço de iOS e Android pegou de frente a Nokia e a Microsoft e mudou suas realidades em menos de cinco anos.

A Microsoft, apesar de presente no mundo mobile desde os tempos do Pocket PC em 2000, não conseguiu seduzir o universo de desenvolvedores como fizeram a Apple e o Google.

A Nokia por sua vez sofreu duplamente. Apostando em seu OS e hardwares próprios, passou a enfrentar fogo pesado em todas as frentes. Não foi a única fabricante a enfrentar com esta nova configuração, mas sua perda de mercado foi certamente a mais emblemática, saindo de uma posição de liderança absoluta para uma crise sem precedentes. A plataforma está em chamas.

O que faria a Nokia para se reinventar? Hoje tivemos a resposta já antecipada por muitos: uma associação com a Microsoft, que por usa vez também luta para manter vivo sua plataforma Windows Mobile. O que resultará desta união?

A resposta se divide em duas.

Para a Microsoft tudo vai depender do quanto mais ela vai conseguir mobilizar o mercado de desenvolvedores independentes. Será que há como recuperar o terreno perdido? Há espaço para um terceiro ecossistema de aplicativos tão forte quanto iOS e Android? É possível que as empresas líderes em vendas como a Rovio efetivamente cheguem venham a adaptar seus apps também para Windows Mobile (como parece que será o caso de Angry Birds este ano), mas certamente não será o caso do ecossistema por completo.

Os pequenos desenvolvedores vão precisar escolher suas plataformas e devem ficar com as mais fortes e sem a rica cauda longa de opções o sistema perde encanto.

Para a Nokia, tudo dependerá do design e do hardware. Utilizando um sistema operacional não proprietário e enfrentando concorrentes, caberá à gigante torcer muito para que o Windows Mobile efetivamente mobilize o mundo dos desenvolvedores e tirar da cartola os mais lindos e poderosos aparelhos que se puder imaginar, uma vez que ela estará agora rodando um sistema e dependendo de um universo de apps disponível também para outros concorrentes.

Esta deverá ser a dinâmica, não apenas para a Nokia, mas para todos os demais fabricantes de hardware existentes: apostar em uma das duas principais plataformas abertas (Android e Windows Mobile) e investimento pesado em design e hardware para conseguir o mais poderoso e econômico dispositivo que puderem fabricar.

Como fica a RIM/BlackBerry nesta equação? Apostando em hardware e OS próprios se vê numa configuração similar à da Nokia e deve vir a enfrentar problemas nos próximos anos, mas por hora se vê extremamente bem estabelecida dentro do mercado corporativo com seu foco no sistema de dados e serviços de e-mail e já busca alternativas de flexibilização.

Assistindo a tudo isso de camarote, fica a Apple, que parece ter entendido ou mesmo inventado este modelo lá atrás e agora guarda seu fantástico espaço de mercado.

Sofrerá com o avanço de Android e Windows Mobile? Certamente, mas já funciona dentro da dinâmica hardware, design e aplicativos necessária para brigar e garantiu um pedaço deste incrível mercado gigantesco que é mais do que suficiente pra deixar seus usuários, desenvolvedores e acionistas felizes. [Webinsider]

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Avatar de Michel Lent Schwartzman

Michel Lent Schwartzman (michel@lent.com.br) é um empreendedor serial e especialista em marcas e negócios digitais, com sólida experiência em acompanhar carreiras e aconselhar empresas. Pioneiro na indústria digital, é formado em Desenho Industrial pela PUC-Rio e mestre pela New York University. Ao longo de quase 30 anos, fundou e dirigiu agências e atuou como CMO em grandes fintechs, além de prestar consultoria para diversas empresas globais

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5 respostas

  1. Tenho sempre a impressão que faz uma década que a Microsoft fica pegando o bonde andando, não cria nada efetivamente novo fica pegando carona na criatividade alheia,,, e eu passei horas na fila para comprar o primeiro CD do windows 95, vocês se lembram???? Acabou, se vamos para a fila agora é porque Jobs andou criando algo novo.

  2. Eu vi esse filme antes em outro mercado… o mercado de games. Praticamente “impossivel” de ser dominado, disputado com gigantes nintendo e sony, e o que deu ?. Em alguns anos sim, teremos uma ótima briga entre plataformas (ios, android, windows mobile, alem do OS6 da RIM e o WebOS da HP). android e windows mobile são sistemas oem para fabricantes de celulares (lg, samsung, htc e etc), ja Apple, OS 6 e WebOS são ainda embedded e deste so o da apple se superou por enquanto. Agora é esperar pra ver e saber ao que veio essa parceria e eu como usuario levanto apenas a bandeira do que é melhor pra mim, atendendo o que quero acima de tudo.

  3. Em 2020: “Microsoft? Sei, sei…além de HALO, ouvi dizer que tentaram fazer uma parceria com a Nokia, mas não deu muito certo.” O modelo de negocio da Microsoft, ja esta falido. Não vejo isso como uma solução.

  4. Eu acredito que seja uma boa para ambas empresas, existem muitos fiéis ao Windows. Eu particularmente não sou muito fã do Android, para falar a verdade quantas vezes já me vi jogando meu XPERIA na parede e voltando para o meu bom e velho Omnia. O Windows ainda é um SO que renasce das cinzas e esta concorrendo com 2 grandes rivais, mas não subestimo a MS, ela ja deu a volta por cima de muitos casos perdidos. Mas enquanto o Windows não se torna um SO maduro, eu particularmente estou optando pelo iPhone. Mas de qualquer jeito, a concorrencia sempre é bem-vinda.

  5. Resta saber se o usuario vai querer o Nokia Windows Phone 7, nao tem suporte a multitask, HTML5. HTML5 e o motor da nova geracao de Redes Sociais Moveis.
    Infelizmente o elo fraco dessa parceria e a Nokia se o Windows Phone 7 nao vender, a Nokia fecha pra balanco em inovacao ja que demitiu todo mundo.

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