Para falar de inovação, se me permite, vou contar uma história.
Esses dias, pedi para meu marido comprar um varal para colocar na lavanderia.
Imediatamente, pensei no meu último varal para locais pequenos: aquele que sobe e desce para você colocar as roupas, bom para pessoas de qualquer estatura.
Pensei: ótimo! Parece ser o modelo ideal para o meu tamanho e espaço.
Então me lembrei que ao usar, machucava as mãos e ainda podia correr o risco de o varal cair na cabeça com roupa e tudo.
Meu marido então recomendou: vi aqueles que encolhem e esticam feito sanfona para você colocar as roupas. A vantagem, é que quase não muda a estética da lavanderia. Ok, a lavanderia já é pequena e cheia de coisas, coloco um banquinho para usar, a estética e organização em uma lavanderia, são bem importantes. Vamos com esse!
Chegando à loja, observei e vi um varal com uma cordinha que enrolada dentro de uma caixinha: você puxa para pendurar as roupas e a cordinha encolhe quando você não está usando, o que não prejudica a estética da área, e a mantém organizada quando não estiver com roupas secando.
Perfeito.
A opção foi a mais próxima da realidade básica do conceito de varal: uma cordinha que você coloca roupas. Sem pés, sem dobradiças, sem excessos, e o melhor: sem machucar as mãos. Afinal, quero só um varal.
Pergunto: os designers de varal que fizeram a opção 1 e 2 não foram inovadores? Será que eles não venderam? Será que para mudar o conceito de varal da cortinha feita em casa para algo feito para pequenos espaços e para donas de casa cada vez mais modernas, não foi uma decisão de caso pensado? Não posso responder, mas acredito que sim.
De alguma forma, as empresas simples, que não produzem tecnologia, também usam métodos de pesquisas e de encontrar sentido pela opinião das pessoas. As opção 1 e 2, antes da opção 3, foram inovadoras. Porém, a mais eficiente, e aquela que mais inovou para meus conceitos, foi aquela que pensou em uma solução simples e eficiente, com características próximas da concepção básica do varal.
Inovar em tecnologia pode ser ‘disruptivo’, e pode ser simples da mesma forma.
Muitas vezes, buscamos reinventar a maneira como as pessoas usam ou percebem um determinado produto. Com isso, as empresas ganham dinheiro, designers ganham prestígio e os usuários, no universo das poucas possibilidades sem muitos atributos, são obrigados a usar, comprar e até passam a gostar de algo que não é necessariamente a melhor alternativa. Até que venha uma pessoa, uma empresa que simplesmente observou (às vezes sem dados quantitativos) a essência das pessoas sob o uso de um determinado produto e trouxe ela à tona, mostrando que é com um barbante e um mecanismo retrátil que hoje se faz um bom varal.
Inovar é observar. Se quiser chamar isso de pesquisa, vale também. O importante é voltar-se à essência das coisas e das pessoas. E pensar como você pode fazer parte dessa essência, trazendo design, conforto e eficiência para as pessoas e para o ambiente que elas se relacionam.
Deixar-se sensibilizar. Esse é o jeito simples de se fazer pesquisa e buscar inovação. [Webinsider]
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Melina Alves
Melina Alves (@melinalves) fundadora da DUX Coworking. Consultora em User Experience, Designer de Experiência e Interação. Mantém o blog Melina Alves.