Imitação de marca não é boa ideia: lanchonete pequena copiou a marca da Subway e foi forçada a mudar de nome.
A justificativa de que uma empresa “pequena”, que “não incomoda” pode por isso usar e abusar da pirataria e do plágio é tão falsa quanto uma nota de R$ 3,00, quer ver?
Em abril de 2015, o designer Rafael Dre comentou comigo sobre o caso de uma lancheria que, com a sutilidade de um elefante em uma loja de cristais, se “inspirou” no logotipo do Subway.
Coisa pouca, não dá nem para dizer que foi uma “chupada”…
Inicialmente a discussão nos grupos de design foi a de que o cliente poderia ter sido enganado pelo “sobrinho” (quando não é o mordomo, a culpa é do sobrinho!). No entanto, um dos designers da lista de discussão entrou em contato com a empresa e percebeu que era má fé deles mesmo. O designer autor da arte foi forçado a fazer o plágio.
Com essa coisa de comenta aqui, responde lá, eu acabei decidindo fazer contato com João Marcos Silveira, colega que atende o Subway, para alertar sobre o caso e da discussão gerada entre designers.
Mesmo não sendo meu cliente, o plágio e a pirataria afetam a todos que atua nesse meio – do empresário que é copiado, passando pelo designer que tem seu trabalho usurpado e finalmente nós, profissionais que registramos marcas e direitos autorais. Temos que zelar pelo “fair play” e foi isso que eu fiz.
A desculpa de ser pequeninho é tão ridícula quanto quando um político diz que “não sabia” que recebia milhões (ou bilhões) em seu nome. Ou que aquela conta na Suíça não é sua, aquela assinatura na ficha de abertura da conta na Suíça não é sua e que até aquela imagem das câmeras de segurança do banco que registram a abertura de conta não são dele! “Esse não sou eu”!
Dependendo de que lado do balcão você está, nesse momento ou você está gostando do texto ou já me xingou diversas vezes. Na prática, só importa a opinião dos que trabalham sério, com ética e honra; se esse não é você, não fará falta!
Quem quer fazer as coisas corretamente, sabe que plágio é crime. Pirataria é crime. E que ninguém vai ser poupado por ser pequeno.
Agora olhem como ficou o novo logotipo daquela mesma empresa (fizeram um acordo com o Subway):
Particularmente, se eles não tivessem feito bobagem, poderiam até ter mantido o nome “Sanaway” (com outro logotipo, óbvio), mas a partir do momento que copiaram o lettering do Subway tiveram que ceder e mudar completamente o nome. Bem feito, porque malandro é o gato que já nasce com bigode! Concorda? [Webinsider]
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Rudinei Modezejewski
Rudinei Modezejewski (rrm32@e-marcas.com.br) é sócio fundador do E-Marcas e owner da Startup Avctoris.
3 respostas
Felipe,
Se o país não faz parte de tratados internacionais de marcas e sua legislação local permite, não há o que fazer, mas quando ele entra nesses tratados tem que cancelar todas essas marcas fajutas.
Isso já aconteceu no BRASIL quando aderimos a alguns tratados internacionais (era Collor) o INPI anulou por ofício mais de 2.000 marcas que infringiam esses tratados.
Atenciosamente,
Rudinei
Em países do Oriente médio onde grandes marcas não entram, existem cópias descaradas do Mc Donalds, Subway, Starbuck e etc.. Cadê processos?
Acabei de saber (no Facebook) que aquela hamburgueria “temática” do StarWars teve que mudar o nome (era Jedi, mudou pra Jeti) e teve que tirar tudo de StarWars da decoração…
Tem gente que vai achar um exagero, mas é muito parecido com o caso da SanaWay, alguém deu de “esperto” e queria “surfar” em cima do trabalho (direito autoral e marca) dos outros… mais um que se deu mal!