A cada modelo novo de roteadores é possível modificar a rede local, com vantagens.
À medida em que a tecnologia de rede avança, o usuário com experiência, não necessariamente técnica, porque isto é privilégio dos profissionais da área, vai sentir uma constante necessidade de atualizar equipamentos de rádio transmissão (Wi-Fi) para a Internet das Coisas (IOT), para o computador local, o da mesa de trabalho ou um notebook, por exemplo, ou de qualquer dispositivo com conexão por cabo Ethernet.
Eu venho fazendo a minha parte, mas diante das limitações de hardware existentes na minha estação de trabalho. E quando não há alguma solução à vista para um recurso pretendido, uma das saídas encontradas é trocar o equipamento de rede. É fato conhecido que os provedores de sinal de Internet (conhecidos como ISP ou Internet Service Provider) fornecem o equipamento padrão do tipo modem/roteador e MESH, na maioria das vezes encaminhando satisfatoriamente a demanda do usuário final.
Porém, quem exige mais da rede sem fio (IOT), ou da conexão com um computador, irá deixar em funcionamento apenas o modem/roteador do provedor, e partir para uma configuração que permita o roteamento desejado. Esta estratégia é antiga, e eu a uso há décadas. No ano passado, eu troquei um roteador TP-Link Archer AX50 por um TP-Link Archer AX73 e instalei uma porta PCIe de 2.5 Gbps na placa-mãe do computador, com excelentes resultados. Este aprimoramento foi na época a solução que estava ao meu alcance.
A conquista de conexão conseguida até então se deve à agregação de portas Ethernet, propiciada pelo Windows 11, usando as portas 2.5 e 1 Gbps do modem e do roteador, respectivamente, e leva-las até as portas de 2.5 e 1 Gbps da placa-mãe.
Tal conexão otimiza a navegação dentro do computador, mas exclui automaticamente o resto da rede, coberta pela transmissão sem fio (Wi-Fi). O principal motivo para esta restrição, na época do meu primeiro aprimoramento, foi a ausência de uma porta Ethernet de 2.5 Gbps no roteador, o que me obrigou a conectar a porta 2.5 do modem diretamente ao computador da mesa de trabalho. Mas, notem bem, apenas uma porta de entrada WAN 2.5 no roteador não basta. Para tornar possível a disseminação do sinal para toda a rede, foi preciso achar um roteador dotado de uma entrada de 2.5 Gbps (WAN) e uma porta de saída de 2.5 Gbps (LAN) também. E só agora eu consegui achar este recurso, no Asus RT-AX88U Pro:
As duas portas WAN e LAN permitem conectar a saída 2.5 Gbps do modem do meu provedor (TIM Ultra Fibra) para a porta WAN do roteador, e deste último conectar uma porta 1 Gbps para o computador, refazendo assim a ponte anteriormente planejada:
Comparando as duas configurações, a anterior e a atual, a principal diferença está na possibilidade de espalhar sinal em Wi-Fi de uma conexão de 2.5 Gbps, disposta no modem da TIM:
Qual seria, neste caso, a vantagem adquirida? A do potencial espalhamento do sinal vindo da porta 2.5 Gbps do modem para a rede sem fio, independente da agregação de WAN, mostrada abaixo:
Além disso, se o modem do provedor der suporte ao protocolo de agregação de rede (LACP), é possível construir uma conexão agregada, seja agregação WAN, mostrada na figura acima, bem como a agregação LAN, que parte de duas conexões de 1 Gbps do roteador da Asus para um outro dispositivo que obedeça ao protocolo LACP:
A agregação LAN já existia no roteador da TP-Link AX73, mas aqui o recurso foi aperfeiçoado para a agregação WAN, que permite, em tese, alcançar um roteamento de até 3.5 Gbps.
Na minha primeira montagem, eu fiz somente as conexões ortodoxas, mostradas na ilustração acima. O sinal de sincronismo do provedor (1 Gbps) não muda, e pode agora ser medido pelo Speedtest diretamente pelo roteador:
Mas, o espalhamento de sinal pela rede sem fio muda radicalmente, não apenas pelo aumento da largura de banda (6000 Mbps), mas também pela conexão 2.5 WAN feita no roteador. Se este sinal aprimorado será aproveitado ou não, a rede irá depender do tipo de adaptador Wi-Fi de cada dispositivo.
O Asus RT-AX88U Pro
Este roteador chamou a minha atenção por causa das duas portas 2.5/1 WAN e LAN. O resto dos recursos eu só tomei conhecimento depois, e me dei conta que uma miríade deles eu não vou usar, particularmente no que tange a jogos. O modelo anterior, RT-AX88U, não dispõe das duas portas de 2.5 Gbps, mostradas acima.
Por outro lado, um dos itens mais importantes em qualquer rede local é a segurança. Todo fabricante de modem e de roteadores implementa este recurso, através de parcerias vitalícias com uma software house que vende antivírus. Neste caso, a parceria da Asus é com a empresa Trend Micro, e os principais recursos disponíveis poderão ser habilitados pelo usuário:
Algoritmos de Inteligência Artificial prometem garantir uma maior segurança, mas o usuário final sempre cruza os dedos para que isto seja verdade!
Quanto à agregação de portas no roteador, segundo a Sagemcom, fabricante do modelo F@ST 5670, usado na minha conexão, não suporta o protocolo LACP, e esta informação foi confirmada pela TIM.
Em futuro próximo, é possível que os preços das assinaturas de 2 Gbps ou acima diminuam de custo. Por enquanto, até dentro do sincronismo de 1 Gbps, impensável por aqui até recentemente, o desempenho já é bastante satisfatório, fazendo ajustes no que se tem disponível. Porém, a tendência é o aumento cada vez maior dos equipamentos ligados em rede e à Internet, e basta isso para justificar aprimoramentos de todo tipo, desde o sinal do provedor, até o espalhamento de sinal pela rede doméstica. [Webinsider]
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Paulo Roberto Elias
Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.