Embora o serviço Claro TV+ já estivesse disponível faz tempo, só agora ele entra no ar nos receptores 4K antigos. Não muda nada na assinatura; é uma atualização para os novos tempos, em que o streaming tem mais presença do que a TV por assinatura.
No meu tempo de adolescente eu ia ao Maracanã, e um locutor irradiava um anúncio de qualquer coisa relativa ao futebol, dizendo “ADEG informa…”, em referência à Administração dos Estádios da Guanabara, se não me engano.
Pois bem: eu agora uso a referência, para comentar sobre mais uma mudança nos serviços de streaming, que só veio ao dia na minha casa poucos dias atrás: o formato “Claro tv +”.
Eu não havia pedido mudança alguma na minha assinatura. A última vez que eu fiz isso foi quando eu passei para um receptor Net 4K, que está comigo até hoje. Na linha do tempo, eu destaco algumas mudanças de nomenclatura dos planos:
O termo TOP HD neste caso, se refere à extensão do plano para incluir os canais Telecine e HBO, uma cobrança absurda, mas incontornável. O acréscimo da fidelização costumava ser ilegal, mas as empresas de prestação de serviço continuam exigindo isso, e se o contrato for rompido antes de um ano o usuário vai ter que pagar uma multa pesada.
Notem que a descrição do serviço na fatura mudou para Claro tv + em abril de 2023, mas as mudanças não foram notadas de imediato. Na realidade, em meados de janeiro de 2022, o serviço já não era mais Net e sim Claro-Net. A atualização de firmware foi complicada e exigia um procedimento por parte do usuário, mas as mudanças foram sensíveis.
Em outubro de 2023 o serviço novamente começou a passar por mudanças, com a introdução de novos recursos de reprodução. Foi neste momento, que eu sugeri a instalação de um adaptador HDMI com uma entrada e duas saídas, de modo a que o sinal chegasse na TV mas pudesse ir para o A/V receiver local, como opção de reprodução.
Nada mudou na minha fatura, a não ser o seu valor, portanto eu acabei sendo surpreendido com a mudança do software interno do antigo receptor Net 4K, feita durante a noite. A tela de apresentação mudou radicalmente, bem como todas as informações nela contidas:
Os acessos aos recursos não exigiram a mudança do controle remoto nem a substituição do receptor. A primeira coisa que eu notei foi a inclusão de serviços de streaming terceirizados, os quais caso contidos na assinatura deverão ser reativados com o celular.
É chato ter que passar por tudo isso novamente, e no meu caso eu tenho esses serviços também na TV e no Apple TV, este último que instalei anos atrás para poder ter acesso aos streamings via A/V receiver, com os recursos deste último.
Então, poderia se questionar, em situações como a que eu enfrento, se vale a pena aproveitar a mesma coisa, agora via Claro tv +? Sim, porque o receptor da Net-Claro antigo que eu uso não precisa de Internet, ele trabalha com o velho e bom cabo coaxial.
Assim, caso o meu ISP me deixe na mão, eu posso continuar a ter acesso aos streamings que eu assino.
Alguns testes de reprodução
Os testes iniciais que eu já fiz foi primeiro notar que o sinal HDMI do receptor da Claro que vai para a TV passou a transmitir os streamings com Dolby Atmos e HDR, quando disponíveis. Na grade de canais, até agora só o canal 444 da minha rede tem capacidade de transmitir esses dois sinais.
Direcionando o sinal HDMI para o receiver foi possível saber como a Claro transmite Dolby Atmos: da mesma forma como os demais serviços de streaming, através do codec Dolby Digital Plus. Mas, agora este mesmo sinal (DD+) substituiu o Dolby Digital 5.1 que existia na rede.
A aceitação de Dolby Atmos pelos respectivos aplicativos do receptor da Net não garante que o sinal seja transmitido com este codec. Nos meus testes, eu rodei o MAX, e vi lá o filme Beetlejuice Beetlejuice, anunciado com Dolby Atmos, mas o sinal na tela da TV não mostrou esta informação.
Rodando no receiver, eu confirmei que o sinal não era Dolby Atmos mesmo, então a informação da tela está errada! Pouco importa, porque o filme é muito chato e cheio de clichês, e eu só tive paciência para assistir uma meia hora, e depois pulei fora.
Passando para o Netflix, eu rodei o filme francês Alerta Lobo. Eu já tinha visto este filme, e agora a reprodução com Dolby Atmos fez a diferença. O sinal de áudio é muito baixo (parece um problema crônico do Netflix), mas o controle de volume do receiver resolve isso sem problema.
Até agora, lembrando que os testes ainda são incipientes, eu não vi nada reproduzido com Dolby Vision. Quando eu ativar o Apple TV+ eu vou dirimir esta dúvida, mas para o momento a ausência deste sinal não faz diferença, porque o HDR 10 é de ótima qualidade.
Engraçado é que várias vezes os sistemas que eu uso passam por mudanças, sem que eu tenha que pedir ou forçar nada. Foi assim, recentemente, com o meu celular Android, que, um belo dia, passou para versão 14. Outro dia mesmo, apareceu a pesquisa por inteligência artificial no WhatsApp, sem que eu tivesse que configurar nada.
O serviço Claro tv + trabalha corretamente no receptor 4K antigo, sem que eu precisasse fazer nada. Antes, eu achava que iria precisar trocar este receptor e o plano simultaneamente. Cheguei a contactar a Claro, mas não levei esta troca adiante. Por isso, para mim foi uma surpresa a mudança de plataforma de um dia para o outro, sem que eu precisasse pedir nada!
Infelizmente, a grade de canais tem uma quantidade absurda de canais inúteis e nunca foi permitido excluí-los da grade e pedir um desconto. É bem possível que esses canais sejam pouco assistidos, e eu digo isso diante das recentes notícias de desativação de canais na grade pelos seus donos, que preferem disponibilizá-los em seus serviços de streaming.
Por outro lado, é também perceptível a adaptação da Claro a esta nova realidade. O serviço Claro tv + foi projetado para ser usado em qualquer lugar que tenha acesso à Internet. Também foi oferecido um aplicativo com esta mesma finalidade. E assim, o assinante volta àquele antigo projeto de TV aberta em captura por alguns dispositivos diferentes da TV.
Se no ano que vem, a TV aberta 3.0 for ao ar como prometido, é possível que mais mudanças venham a ocorrer. Resta saber se a TV aberta vigente vai mudar também! [Webinsider]
Aproveitando novos recursos de áudio do receptor Claro-Net 4K
Paulo Roberto Elias
Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.