O chefe do departamento chama um dos funcionários e solicita que faça um relatório detalhado sobre determinada ação da empresa. Diz que confia no funcionário para que faça esse trabalho importante e alerta: “- É confidencial!”.
O funcionário, motivado pela confiança do chefe, faz o relatório, coloca os dados em uma planilha, monta gráficos e finaliza o trabalho. Empolgado, ele publica no seu blog “Olha que planilha legal que eu fiz essa semana!”.
A história foi citada por Patrícia Peck, advogada especialista em Direito Digital, em palestra realizada na capital federal. “As empresas precisam orientar seus funcionários sobre sigilo profissional. Especialmente os funcionários mais jovens, da geração Y, que têm o costume de compartilhar informações nas redes sociais. Recebemos muitos casos assim no escritório (PPP Advogados)”, explica.
Nestes casos, a advogada orienta que as empresas passem a educar seus funcionários e que façam um código de conduta profissional. “Existem dois tipos de funcionários: os que agem de má fé e os sem-noção. Digo que 98% é sem-noção”, comenta Patrícia.
Outra situação comum é acreditar que qualquer profissional possa atualizar as informações da empresa nas redes sociais e blogs corporativos. O trabalho exige cuidado e profissionalismo.
A grande maioria das empresas deseja estar presente nas redes sociais, mas é preciso cautela. “Pessoas são contratadas para responder por esse canal específico. É preciso ter um profissional especializado que possa responder pela empresa para que a estratégia seja eficiente”, recomenda Gil Castillo, publicitária, consultora de marketing político, que esteve em Brasília, no Curso de Marketing Digital oferecido pela Digitalks.
Segundo especialistas, a base das redes sociais são os sentimentos das pessoas e, exatamente por isso, devem ser tratadas com cuidado. Pesquisas mostram que uma informação positiva sobre sua empresa pode chegar até 11 pessoas nas redes sociais, enquanto uma informação negativa leva 18 pessoas a emitir opinião sobre sua marca. Por isso, o conteúdo do blog ou perfil tem que estar adequado com a imagem que a empresa deseja transmitir.
Para evitar problemas para a empresa
- A área de Recursos Humanos deve deixar claro o código de conduta ao contratar funcionários. O novo funcionário deve ser alertado sobre regras básicas para utilização da internet e comentários nas redes sociais.
- As áreas de Comunicação Interna e Informática precisam reforçar o código de conduta e criar mecanismos para relembrar as regras.
- Faça seus funcionários entenderem que comentários maldosos, mesmo em seus perfis pessoais, acabam sendo encontrados e podem prejudicá-los.
- Ao criar um site ou uma campanha importante, é possível registrar na Biblioteca Nacional para garantir o direito autoral da Empresa.
- Faça monitoramento do que estão dizendo de sua empresa para poder avaliar com calma um problema, que pode pedir uma ação o mais rápido possível, evitando prejuízos.
- Conheça e siga a cartilha Protegendo sua marca em ambientes eletrônicos.
[Webinsider]
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Michele Vilarinho Patrici
Michele Vilarinho Patrici (@MiVilarinho) é jornalista, gestora de conteúdo e coordenou projetos de Internet nas áreas de seguros e previdência, música, vigilância sanitária, agricultura e pecuária.
2 respostas
Depois da explosão onde todos entraram nas redes sociais, acredito que as coisas estão mudando.
As empresas sentem a necessidade de um acompanhamento profissional, não podem publicar qualquer conteúdo, por qualquer pessoa.
O mercado está cheio de cursos na área de planejamento em redes sociais, o assunto é tema de diversos livros e revistas.
Está acontecendo uma grande valorização do profissional de mídias sociais!
Michele,
O assunto realmente preocupa as organizações.
Para as chamadas geração Y e Z possivelmente será encarado como “censura”, mas as imagens institucionais, assim como as pessoais e profissionais, precisam ser cuidadas, assim como cuidamos do que prezamos.
Parabéns por trazer o assunto à baila.
Abraços,
Daniel G L Filho