Já comentamos aqui (em Do tempo em que as gifs animadas reinavam, veja ao lado) sobre o uso indiscriminado de recursos de movimento e o fascínio que as coisas mexendo exercem sobre as pessoas.
O excesso, pelo lado oposto, fez desenvolver nas pessoas o que podemos chamar de Síndrome do Skip Intro.
Sofrem desta doença aquelas pessoas que não têm paciência nenhuma para esperar carregar animações na entrada de alguns sites. Para elas o botão Pular Introdução é a palavrinha mágica no canto da tela para acionar o skip intro e ir direto ao site.
É mais forte que a razão; a mão fica nervosa, o dedo mexe em cima do botão e clique! Mais uma abertura psicodélica fica para trás e não é vista…
Também sofro desse mal, que se manifestou justamente quando recebi a incumbência de criar uma nova animação para a entrada de um site de uma renomada marca de carros italianos no Brasil. Naquele momento pensei cá comigo se realmente haveria interesse por parte do usuário em que fosse mantida e renovada a introdução.
A animação a ser substituída por outra semelhante tinha mais de 250 kbytes de tamanho, o que para um usuário de linha discada normal é uma coisa extremamente demorada. Além disso, não tinha utilidade praticamente nenhuma.
Resolvi então fazer uma pesquisa. Como não tinha os dados daquele site, analisei os cliques no botão skip intro de outro site que usava um recurso semelhante, cujo criador adorava as animações de entrada. Resultado: exatos 89% dos visitantes clicaram no botão para pular a introdução para não esperar a animação carregar. Mesmo assim o autor manteve a animação no site. O fabricante de automóveis também não abriu mão da introdução.
Vamos analisar a coisa por um outro lado. A internet, como qualquer outra mídia, é usada para cativar, conquistar e por conseqüência ao apelo audiovisual, vender o peixe da empresa.
É claro que uma animação bonita, bem feita, que consiga atingir e tocar quem está assistindo, ajuda a passar uma idéia, um conceito, uma marca. Mas e os pobres coitados com modems de 36, 56 kbps? Ou ficam minutos ali esperando ou vão direto ao skip intro.
Pior é quando as animações são mal feitas, sem nenhum conceito de marketing, não cativam, não agregam conteúdo e simplesmente só tomam nosso tempo para mostrar frases e imagens inúteis que nada significam para quem assiste.
Como portador da Síndrome de Skip Intro, confesso que implico especialmente com aquelas introduções que carregam vários e vários kbytes até exibir um “SEJA BEM– VINDO” rodando e piscando na tela com todo tipo de parafernália em movimento. E nada mais – acaba a animação e você é redirecionado ao site! Se alguém conseguir explicar qual o impacto esse bem–vindo traz ao usuário, gostaria muito de ouvir.
Acredito que em alguns anos, poucos por sinal, as conexões banda larga serão uma realidade na maioria dos lares brasileiros. Ainda teremos, num prazo maior, uma integração de televisão e internet, numa mesma tela, em um mesmo aparelho. A internet será como um canal a mais na sua televisão.
Essa com certeza será uma época mágica para nós profissionais web. Pois teremos viabilidades técnicas para criarmos conteúdos cada vez melhores e mais ricos. E assim, quem sabe eu estarei curado da síndrome do skip intro… [Webinsider]
Marco Aurélio Machado
Marco Aurélio Machado hoje é executivo de TI com grande experiência em gestão de projetos, mercado web, mídia online, projetos de grande porte inclusive internacionais.
Uma resposta
Realmente ngm merece essas introduções…
acho q essa moda ja passou msm…
=D