Crianças e jogos violentos: mistura explosiva?

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Com o lançamento de jogos bem violentos – como Doom 3, Half–Life 2 e Pacific Assault – , pais e psicólogos redobram atenções ao papel que os jogos podem representar na educação de crianças e adolescentes. O que pensar de jogos com bastante sangue, assassinatos, roubos e situações moralmente questionáveis? São dúvidas reincidentes sobre até onde as crianças são influenciadas pela imersão no computador e se a violência gera reflexos na vida real, transformando a garotada em crianças violentas e irritadas.

O argumento costuma ser o mesmo, de que a violência nas telas pode induzir seu filho a cometer atrocidades nas ruas. No caso, violência contra mulheres e assassinato de policiais, por exemplo, como ocorre em alguns jogos. Se isso acontecesse de verdade, seria culpa da influência dos games ou da educação que os filhos recebem dos pais, incluindo falta de diálogo e acompanhamento?

Cada família com sua própria regra. O único consenso existente entre psicólogos e pais preocupados é que uma boa educação doméstica, aliada ao convívio harmonioso com os filhos, são os melhores remédios contra qualquer tipo de efeito multimídia da violência, seja do computador ou da televisão.

Evidente, a regra tem exceções e não é incomum uma criança vir a apresentar mudanças de comportamento sob efeito dos jogos. Para muita gente, porém, a polêmica não passa de bobagem e, às vezes, pode servir apenas como desculpa pela ausência de pais que não dão a devida atenção aos filhos.

O auditor fiscal Marcelo Nunes fez questão de repassar os “conhecimentos” de jogos para o filhos Pedro, de 4 anos, e Caio, de 9. Pedro joga Counter–Strike e outros jogos tidos como violentos desde os 3 anos, apesar de preferir os de corrida. Por ser muito novo, o pai movimentava o personagem e avisava a hora certa para Pedro “dar o tiro”, clicando no mouse e fuzilando terroristas e policiais.

O mesmo vale para Caio, que gosta de GTA, em que o personagem trafica drogas, rouba carros e mata policiais. “É uma bobagem, a criança não vai virar ladrão, ficar violenta ou sair batendo nos amigos por causa de um jogo. Qualquer pai que acompanha o crescimento e a educação dos filhos sabe reconhecer quando algo está errado. Tem muita coisa pior na rua”, opina Nunes.

Ele ainda questiona a eficácia de proibir as crianças de jogar o que gostam e de brincar se, no colégio, os colegas vão comentar sobre o assunto de qualquer jeito. “É inútil, as crianças reconhecem o que é realidade e ficção no jogo”, completa.

A advogada Ana Silva (preferiu não dar o nome verdadeiro) pensa diferente. Preocupada com os filhos, uma menina de 4 anos e um menino de 6, ela restringe o acesso a jogos violentos e até a programas de televisão. “Não os deixo ver telejornais, filmes adultos, novelas, seriados do tipo Malhação e proíbo alguns canais de desenhos da TV a cabo”, diz.

Na opinião da advogada, eles são muitos novos e já têm acesso a um volume grande de informação. “As crianças não têm discernimento para várias coisas, incluindo informação visual”, explica. Um ponto polêmico levantado pela advogada é a questão do autocontrole. “Ao jogar, fico profundamente irritada quando morro durante o jogo. É frustrante esperar este autocontrole da criança, é esperar demais”, avalia.

No Núcleo de Pesquisas de Psicologia em Informática da PUC, os psicólogos não concordam que jogos violentos sejam completamente responsáveis por estimular a violência entre crianças, mas apenas se ela já tiver uma predisposição a ser violenta. E, neste caso, não apenas jogos podem influenciar, como também a televisão, o comportamento dos pais, entre outros fatores externos. Por outro lado, há o consenso de que, cada vez mais, jogos e televisão estão tornando a violência algo muito banal e cotidiana.

Realismo questionado. O escritor equatoriano Oscar Echevérri costuma ser referência em pesquisas sobre violência urbana. Na obra “La Violencia: ubicua, elusiva, prevenible”, de 1994, Echevérri já afirmava que mais de 3 mil estudos mostram uma correlação entre assistir à violência e possuir uma conduta violenta. Os jogos com armas contribuem, segundo o autor, para legitimar condutas violentas e podem ajudar na formação de personalidades anti–sociais.

Por outro lado, Echevérri lembra que não se deve repreender ou castigar atos errados com violência, pois o efeito pode ser o mesmo e talvez até ajude a criar, no jovem, a idéia de que atos violentos são aceitáveis.

O publicitário Eden Wiedemann está entre os que não vêem com bons olhos a idéia genérica de que jogos violentos fazem mal à educação das crianças. O filho, Filipe, joga desde os 3 anos de idade (hoje tem 5) vários jogos no PC e no Playstation. “O principal é a criança ser orientada a separar o real da ficção, saber que se trata de jogo. Talvez ajude o fato de eu estar sempre presente, mostrando o que é certo ou errado”, explica Wiedemann.

“Não acredito nessas generalizações de que o impacto dos jogos mude ou transforme meu filho. Se ele fosse sozinho no mundo, sem orientação, talvez fosse influenciável, mas não como algumas pessoas pregam por aí”, desabafa o publicitário. O filho não apenas gosta de jogar, como joga bem. Adora o Counter–Strike, em que terroristas lutam contra policiais. “A televisão exibe cenas tão fortes quanto os jogos. Vários desenhos animados mostram sangue espirrando, novelas apresentam cenas simuladas de sexo e muito mais”, alfineta.

“Você morre, mas renasce; você mata mas não paga os pecados”.

O doutor em Sociologia, Valmor Bolan, em artigo publicado na internet, explica que existe uma certa empolgação nos adolescentes vinda de jogos que estimulam fantasias extravagantes. Jogando, eles supostamente dão asas a desejos que não podem se manifestar no mundo real, geralmente expressões de transgressão e crueldade: eliminar adversários, estraçalhar corpos, ensangüentar vítimas, exterminar criaturas.

E o problema, na opinião de Bolan, é quando certos jovens não conseguem deixar esse mundo da fantasia e querem repetir os atos no mundo real. “Devemos ter um discernimento que permita fazer prevalecer uma ética da vida, que seja capaz de erradicar o joio da violência e desabrochar o respeito à vida humana em todos os aspectos”, sugere.

O analista de negócios para a Sony Latin America, René de Paula Jr., lembra que é preciso acrescentar um outro componente ao debate: o excesso de realismo nos jogos de última geração. “O hiper–realismo, o tiro em estéreo, o joystick que vibra, a agonia escandalosa e berrante dos baleados. Isso mexe com estruturas primárias, com instintos profundos. Você morre, mas renasce: você mata, mas não paga os pecados”, pondera.

René questiona se esse aprendizado dos jogos violentos serve para alguma coisa, se a capacidade de ser feliz ou bem–sucedido no mundo aumenta por causa disso. “Se estivéssemos no século XII, talvez. Ou na pré–história. Ou na Rocinha”, ele mesmo responde. [Webinsider] (com Folha de Pernambuco)

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Avatar de Paulo Rebêlo

Paulo Rebêlo é diretor da Paradox Zero e editor na Editora Paradoxum. Consultor em tecnologia, estratégias digitais, gestão e políticas públicas.

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40 respostas

  1. kkkkkkkkk eu tenho 8 anos e jogo jogos violentos como gta e Resident Evil mais so porque eu jogo jogos violentos não que dizer que quando eu cresce vou sair por ai matando pessoas nê

  2. olha eu tenho 13 anos. jogo videgame desde que eu tinha 2…
    meu ps1 foi meu segundo presente, os jogos que eu jogava eram tipo: Resident evil 1,2,3,gun suvivor,gs2 dino crysis,DC2 que alias a maioria tenho até hoje!!!
    nunca tive vontade de Explodir a cabeça de alguem, esfaquear, ou até mesmo usar linguagens fortes. ou seja
    depende muito da maturidade da pessoa. a influencia dos pais tbm ajudam!

  3. Eu nao acho que jogos violentos influenciem as crianças, eu tenho 18 anos e o meu me mostrou o primeiro jogo que eu joguei:Mortal Kombat 2,na altura eu tinha 3 anos e ate agora nunca senti vontade de sair na rua jogando arpoes nas pessoas!

  4. eu acho isso uma besteira porque se você acha que seu filho ou filha não tem capacidade pra saber a diferença entre realidade e ficção é só não comprar o jogo pra ele porque ele não tem dinheiro é você que compra o jogo pra ele se ele chegar e falar “Pai compra o jogo Jogos mortais”e só você falar “não”
    compra só os jogos mario

  5. eu tenho um paisese um hospicio e vc pode matar esfaquia multilar arrancar cabeças e mto mais ´jogo q se chama manhunt ele e proibido em varios paises vc e um masorquista mto sangrento

  6. Jogos violentos são sim um fator que pode influenciar a mentalidade de uma criança. Uma criança que além de ter predisposição a uma mente violenta, não foi educada devidamente por seus pais, talvez ausentes. Se um psicopata jogava um videogame violento, a culpa não foi do videogame. Na época de Jack o estripador não haviam jogos. Ultimamente, acontece que quando acontece algum ataque violento de algum jovem, a culpa é sempre dos jogos.

  7. Videogames violentos não fazem as pessoas ficarem violentas somente as que já são violentas jogos são como livros quando você começa não consegue parar mas é logico que ninguem nunca iria perguntar isso para um gamer como eu.Geralmente o tipo de pessoa que escolhe jogos violentos são pessoas violentas mas isso não e relacionado a todos os gamers jogos como Doom,GTA(série),Saboteur, que são considerados perigosos e politicamente incorretos recebem criticas exageradas mas já foram analisados por outros angulos? será que se extravasar em um jogo ” muito violento” não é muito melhor do que na vida real? será que banir todos os jogos violentos vai acabar ou até diminuir a violência? Ou isso é somente discutido para as pessoas se tornarem politicamente e socialmente corretas novamente mentindo sobre o que realmente pensam? E a regra principal nunca critique algo que não tenha provado testado ou apenas se interessado criticas assim são inuteis é somente carregadas por pessoas influenciáveis.Sim sou adolescente e sei que não posso me comparar com outros pois so diferente mas não seria interessante testar antes de reclamar?

  8. jogos são de mais e eu não acho que influênciam tanto as pessoas pois uma criãnça não vai cometer assasinato só por que viu em um jogo se isso acontecece o mundo estava perdido e 90% das crianças e adolecentes estariam presas em prisões pisiquiatras e penitenciarias eu mesmo jogo varios jogos violentos e claro como em qualquer outra coisa que um pessoa faz ela não irá gostar de perder assim como nos jogos de videogames como em jogos olimpicos ou de tabuleiros esse é um fato ninguem gosta de perder e quando você morre em qualquer tipo de jogo seja inocente como mario ou agressivo como counter strike sempre q perder o individuo vai ficar chateado,e claro q as vezes algumas pessoas passam do limite e batem em coisas gritam e se machucam sem perceber mas isso depende de pessoa para pessoa pois cada um tem sua perssonalidade individual uns controlam a raiva,outros estravasam como alguns reprimem,eu particulamente prefiro me soltar estravazar um pouco minha raiva seja por que perdi em um jogo ou por que perdi meu celular.O fato é e raiva é um sentimento como o amor e pode ser estimulada de varias formas tanto por jogos quanto por perder algo que você gosta essa é minha opinião e cada um tem a sua.

  9. Na minha opinião, jogos como God of War, Resident Evil e outros do tipos, podem ser jogados sim,só seu filho não sair batendo em todo mundo por ai como no jogo, é só não deixar falar: “Aqui no jogo é uma coisa, na vida é outra”.

  10. jogos violentos nao sao para criancas ficarem brincando, tenho um exemplo bem classico, meu irmao ele joga todos os tipos de jogos violentos,e ele as vezes me assusta so fala em morte matar outras pessoas e etc. ele nao e uma crianca normal, em fim nao concordo com jogos violentos para criancas. ass:willian idade:15 anos serie:2 ano

  11. Tem que ser muito retardado para sai matando,usando e traficando drogas só porque jogou GTA ou CS.
    E o mercado de jogos cresceu e movimenta bilhões de dólares por ano.E os MAIORES consumidores são os adultos.
    Aposto que se essas pessoas-que falam mal dos jogos violentos-jogassem GTA só por 5 minutos,iam querer comprar um PlayStation 3 só pra jogar GTA 4.

  12. isso é besteira.o irmão do meu amigo tem 7 anos e joga GTA.AS crianças de hoje não são mas “bobinhas” como antigamente.se elas estão botar a culpa nos jogos não vai resolver o problema da violencia.alem disso,jogos como GTA,são muito complexos,a maioria dos jogadores são “nerds”,viciados(em jogos) ou “nerds viciados”.

  13. eu adoro esse jogo eu até eu bico todo dia e di mais legal mais eu não jogo mais esse jogo pq o meu papai não deisa joga bjs pessoao bjs eu só sarah muito paje.

  14. Sim e não.Porque varias crinças nao fariam isso que tem nos jogos violentos.Mas outras crianças adorariam fazer uma maldade dessas.Eu adorei a pergunta porque isso serve de exemplo para as crianças refletirem do que estão fazendo e do que vão fazer.Adoraria participar de um debate contra essa violencia tirada dos jogos.Deviam proibir a venda desses jogos paras menores.
    MUITO OBRIGADO

  15. gostei muito da comentario escrito logo a cima…
    sou um adolecente de apenas 16 anos e graças a esse comentario escrito no site montarei um debate sobre o assunto jogos violentos…
    agradeço muito ao escritor e acho q otarios são aqueles que criticam

  16. Jogos Viôlentos? Sabe porque isso acontece? Por causa dos pais eles mesmos que tem a culpa, quando os filhos estam jogando esses joguinhos de violencia não querem mais saber de outra coisa e é por isso que os filhos muitas vezes bate nos pais e eles (pais) so fazem gritar so isso pois
    na minha opinião tenque ter uma regra na casa como (não falar palavrão principalmente com os pais não bater no irmão,quando estiver com raiva não quebrar os vazos ou coisas eletronicas) isso que faz a criança jogar Jogos Viôlentos

    Muito Obrigado

  17. Eu tenho 13 anos, vou fazer 14 no dia 27 de setembro e ja joguei muitos jogos violentos, dos quais posso citar:

    Grand Theft Auto: San Andreas (mais popularmente chamado de GTA).
    Onimusha: Dawn of Dreams
    Resident Evil 4
    God of War 1 e 2
    Prince of Persia: The Two Thrones
    Matrix: The path of Neo
    The Punisher
    Devil may Cry 1, 2 e 3

    Todos esses jogos, excluindo Prince of Persia, eu ja terminei e nunca saí brigando, traficando drogas e etc. É claro, infelizmente existem pessoas com mente fraca que se deixam influenciar por esses jogos, mas nesses casos, deve-se haver uma atenção especial dos responsaveis.

  18. eu acho que é sim explosivo mas os pais tem que aprender a diser não aos filhos.mesmo que eles não aceitem deve ser feito algo

  19. o counter e legau eu não sei por q os pais falham q o counter vicia mais todo jogo vicia eu comecei jogar com 4 anos e agora tenho 8 anos

  20. eu acho que tem jogos que emfluencial mas porém tem jogos q ñ fariam mal a uma mosca,sõ poucos jogos q fazem mal, só depende da pessoa saber o q é certo e o q é errado….
    É melhor os jovem descontar suas raivas em jogos doque fora deles… pq o jovem hoje, no meio de um mundo como o nosso,se sente reprimido, enão encontra nos jogos uma segunda vida(como os rpg, cheio de aventuras).
    E pergundo aos pais q ñ gostaram do meu comenari:
    vocês já perguntaram para seus filhos como foi no dia hoje? Claro q seus filhos ñ vão falar nada, por q eles ñ fiseram nada além de jogar(e vc pode nem saber mas em jogos aprendem mais q escola, pq jogo não omite fatos, já a escola sim.Porisso se seu fiho sair da frente de um pc(como eles chamão)canssado ñ o oprima mais sim talvez fassa um suco a ele!

  21. Iniciei o meu filho no videogame com 3 anos pois
    o primo dele na época com 9 anos passou a lhe en-
    sinar. Aos poucos, conforme minha orientação, ele
    já diferenciava o fantasioso do real.E hj é normal pois até eu jogo desde aquela época.

  22. tenho uma filha de 6 anos que aprendeu a jogar com o pai, nao usamos o play como babá, ela tem outras atividades, estuda, nada, brinca de boneca, assiste tv,tem horários para condicionar as atividades, nao adianta eu PROIBIR, como uma ditadora.

    simplesmente jogamos com ela, mas nada nos impede de cobrar educaçao no comportamento e palavras, isso com jogo ou sem jogo, exigimos que tenha cuidado com os mais fracos e fale com educaçao aos mais velhos, ensinamos que aquele jogo nao passa de um jogo e que na vida real, as consequencias sao outras e que somos preocupados com o bem estar dela e das pessoas que nos cercam.

    a minha criança é calma e alegre, mas cada pai conhece seu filho, as pessoas sao diferentes, e cabe a cada um julgar o que é permitido ou nao.

  23. Esses tipos de jogos fazem mal a saude de quem joga,com essa atitude de :matar, estrangular, sufogar,etc.As crianças, como fazem nos jogos, tambem fazer na realidade e elas vão ficando cada vez mais viciados e podendo causar desturbios no cerebro.E se os pais não vigiarem o filhos os pais que são cupados de deixar os filhos jogarem esses jogos violentos !!!

  24. bom, eu acho que com muitos jogos violentos as crianças estao ficando mais violentas e que esta sendo uma mistura explosiva sim!

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