Na última semana ficou pública e notória a fragilidade de segurança da informação do sistema metroviário da capital federal quando as composições apresentaram funcionamento anormal no que se refere à velocidade de tráfego em horários com grande demanda por parte da população.
Os trens chegaram a parar, todos com passageiros a bordo, face à interpretação de emergência do sistema de controle informatizado que identificou como ocupados por composições todos os ramais das linhas disponíveis. Fazendo uma analogia com o trânsito, é como se todos os carros fossem às ruas ao mesmo tempo e agora.
Considerando as explicações observadas na mídia, percebeu-se que houve no mínimo negligência e descaso com a segurança da informação corporativa da empresa. Foi noticiado que cabos lógicos estranhos à operação foram indevidamente plugados na rede de dados do Metrô DF.
Como podem pontos de rede ficar à disposição e o pior, ativos, esperando por conexões de qualquer sorte? Imagine na sua empresa a possibilidade de um visitante chegar com o seu notebook e espetá-lo na rede de dados e fazer o que bem entender.
O mínimo que um administrador de rede focado em segurança deve ter configurado em tempo real sob forma previdente e conservadora são alarmes e checagens do que entra e sai da sua rede local ou WAN. Sejam notebooks, PCs, tablets e outros equipamentos.
Terrorismo
Há de se perceber: neste caso de Brasília, há um quê de terror. Não dá para engolir a explicação oficial sobre um cabo conectado em um ponto de rede e daí se deu toda a confusão. Nenhum cabo de rede, inerte, tem o poder de, por si só, interferir na operação de trens. O cabo de rede foi espetado no ponto ativo e provavelmente conectado em um laptop que teve o poder de invadir o sistema e fazer o que fez.
Além de um ato criminoso de invasão, deve ser entendido como um ato de terrorismo que poderia ter causado estrago maior no berço do governo federal levando passageiros à morte.
O recado foi dado e as autoridades responsáveis deverão rever todos os serviços públicos, principalmente os de transportes de massas não só em Brasília, mas em todo o Brasil e procurar adequá-los às principais normas e boas práticas da segurança da informação. [Webinsider]
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Leonardo Cardoso de Moraes
Leonardo Cardoso de Moraes (leonardo@cardosodemoraes.com.br) é diretor comercial da TI Safe e perito forense.