Agora que a poeira da Copa finalmente baixou, muita gente que comprou TV de plasma embalada pelo ufanismo tupiniquim deve começar a ficar atenta às recentes decisões judiciais contra as fabricantes dessas TVs. O ruim é que, nem sempre, essas decisões chegam ao conhecimento do público, nem mesmo à imprensa. E em tantas outras vezes, o consumidor aceita os acordos propostos nas audiências pelas fabricantes e o assunto cai no esquecimento.
A propaganda enganosa veiculada em todo o Brasil sobre a TV de plasma tirou bastante gente do sério. Foi uma das reportagens que mais rendeu e-mails e telefonemas de leitores, enfurecidos com fabricantes, lojas e vendedores, após um investimento de 6 mil reais em diante. Ao chegar em casa e ligar a TV, o primeiro sentimento da maioria dos compradores é de frustração: a qualidade da imagem é ruim e distorcida.
Conforme vimos nas reportagens publicadas aqui (originalmente na Folha de Pernambuco, veja links ao lado, na coluna da direita), a baixa qualidade da imagem nos canais abertos é apenas uma das preocupações que o usuário deve ter, mas nenhuma delas é informada durante as vendas. As fabricantes, por sua vez, informam apenas parcialmente sobre as fragilidades do produto e, quando muito, no manual de instrução… que o brasileiro médio reconhecidamente não lê.
Em outros casos, há fabricantes que simplesmente não informam, nem no manual, sobre o defeito de burn-in, quando a tela pode ficar marcada por imagens estáticas. Certos representantes das empresas são mais objetivos e honestos, avisam que os modelos de hoje trazem novas tecnologias que ajudam a amenizar o problema, mas que mesmo assim o usuário precisa ter bastante cautela. Entretanto, a maioria das fabricantes e lojas dizem que ?não existe mais esse problema nos nossos modelos?. Quando, na verdade, as fragilidades do plasma não condizem a modelo X ou Y, mas são inerentes à tecnologia em si.
Trocas e devoluções
Em seis anos de Webinsider, nunca uma reportagem rendeu tantos e-mails com pedidos de mais informações e, principalmente, relatos de frustrações. Tanta audiência é resultado, aparentemente, do fator situacional: a proximidade da Copa do Mundo e o excesso das propagandas falando sobre as maravilhas da TV de plasma. Até os principais jornais brasileiros entraram na onda, com notas visivelmente plantadas em colunas ou matérias sobre a corrida dos consumidores às lojas por causa do plasma.
Um dos casos mais notórios foi o de Adolpho Tuchman, que acaba de ganhar uma ação indenizatória contra a LG e a Ponto Frio. O caso é público e quem quiser conferir pode ir ao site do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e consultar o processo 2006.800.078373-3. Tuchman manteve contato conosco durante todo o processo e não foi o único. O que mais lamenta é que, mesmo em audiência judicial, quem representa as fabricantes mantém o discurso nada esclarecedor sobre o produto. A decisão da juíza Lúcia Glioche, do 1º Juizado Especial Civil do Rio, também foi registrada pelos jornais Extra (sexta) e O Globo (domingo).
Em outra vertente, o professor Paulo Roberto Elias conseguiu uma solução mais pacífica e ele mesmo nos relata: ?a Philips enviou duas propostas distintas, a primeira das quais, acredite se quiser, com uma oferta da troca do meu aparelho, pelo modelo 50PF9630/78, que custa cerca de 20 mil reais. Eu não entendi nada! A segunda proposta, que eu resolvi aceitar, oferecia o ressarcimento da compra, em depósito bancário. Agora, resta retirar o aparelho e esperar o depósito deles. Para mim, plasma nunca mais.?
No total, foram cerca de 70 a 80 e-mails (e alguns telefonemas) de leitores sobre o tema, dos quais metade davam conta que o comprador voltaria na loja para trocar o produto ou receber o dinheiro de volta, amigavelmente e, em último caso, acionar a Justiça, fora um grande número de e-mails e fóruns técnicos da web.
Entre o céu e o inferno
TV de plasma é de todo ruim? Certamente que não. É um produto que pode ser maravilhoso, desde que o uso seja adequado às limitações da tecnologia, conforme pode ser visto com detalhe nas reportagens originais (Compra de um monitor LCD exige cuidado redobrado, Vai comprar TV de plasma? Cuidado com o burn-in. e LCD ou plasma, o que é melhor para a sua próxima TV?).
O problema é que, se não é o inferno, a TV de plasma está muito longe de ser o paraíso que as propagandas dizem. Com as novas tecnologias adotadas nos aparelhos mais recentes vendidos nas poucas lojas que não querem desovar o estoque de modelos antigos, há realmente um avanço. Inúmeros compradores possuem uma TV de plasma e nunca tiveram problema, estão bem felizes, inclusive.
A questão mais crucial de toda a celeuma é uma só: por que precisamos ter inúmeros cuidados e restrições com um produto que custa, no mínimo, 5 mil reais? Os modelos novos e bons de 42?? estão na faixa de 7 mil reais, porém, mesmo assim, é preciso tratá-los como um filho prematuro para não danificar ou manchar a tela com as tarjas pretas. Além do mais, tem o consumo de energia, que é altíssimo (quando comparado a outras TVs) e a resolução que é baixa, quando comparada ao LCD ou a próprio monitor CRT de computador.
Um olho não-treinado, principalmente nas bancadas das lojas, vai achar que a resolução das telas de plasma é ótima. Um ?truque? visual gerado pela alta taxa de brilho, cores e contraste. Na vida real, a resolução da maioria dessas TVs é baixa (bem menos de 1024×768 pixels) e quase nenhuma delas é preparada para receber, de forma nativa, o sinal de TV Digital que ? um dia ? será implantado no Brasil.
Entenda um pouco mais
As fabricantes juram de pés juntos que os modelos delas não vão dar defeito. Na prática, é uma loteria. Quando são pressionadas pelo consumidor ? judicialmente ou não ? elas abrem o jogo e rapidamente propõem um acordo ou trocam o aparelho. Essa foi a situação relatada por 80% dos e-mails que recebemos. Para quem está feliz com o plasma e só usa para videogames e DVDs no formato widescreen, nossas sinceras congratulações.
Conversando com representantes das fabricantes ou vendedores, há diálogos engraçados. Por exemplo, uma determinada empresa fala sobre a implantação dos chamados ?wobblers?, que são deslocadores de pixels acesos por um tempo determinado (imagens estáticas) que evitam o efeito de burn-in, ou seja, as manchas na tela. No entanto, a mesma fabricante informa na primeira página do manual do usuário que não se pode usar por muito tempo a televisão no formato 4:3, justamente o padrão da TV aberta e da maioria dos DVDs nacionais. Ou seja, deu na mesma e você vai precisar continuar tratando sua TV como um bebê prematuro. Mesmo nos DVDs, a situação é relativa. A maioria dos discos nas locadoras brasileiras são no formato 4:3, já que poucas pessoas possuem televisão ou monitor widescreen.
Nos Estados Unidos, houve casos de usuários processando não apenas as fabricantes mas, também, canais de TVs. Por exemplo, imagine um canal de notícias que mantém a logomarca estática no canto da tela durante toda a programação. Depois de horas, essa logomarca irá, impreterivelmente, manchar sua tela com uma facilidade incrível. Quem tem TV por assinatura pode conferir: canais como CNN, Fox, entre outros, mudaram a logomarca a incluíram movimentos esporádicos. Eventualmente, também informam no letreiro horizontal (aquele que fica se movimentando) sobre os cuidados para quem tem TV de plasma.
O cenário é tão complicado, uma loteria tão grande sobre quem sai frustrado e quem fica satisfeito com a TV de plasma depois de alguns meses, que algumas empresas estão repensando estratégias. A começar pela gigante Sony, que deve abandonar (em 2007) a fabricação de TV de plasma no mundo todo e passará a investir mais em LCDs.
Parte dos analistas do mercado japonês (sede da Sony) apostam que o plasma tem um curto período de vida mercadológica pela frente. Parte dos analistas americanos aposta que a tecnologia entrará em um limbo e, para provar, falam da superioridade dos atuais modelos de LCD frente aos de plasma. O problema, como sempre, é que os LCDs vendidos lá fora ainda vão demorar um bom bocado para chegar aqui no Brasil. E quando chegarem, é a mesma história de sempre: preço nas alturas por um bom tempo. Enquanto isso, vale a pena pesquisar na internet em lojas americanas. [Webinsider]
Paulo Rebêlo
Paulo Rebêlo é diretor da Paradox Zero e editor na Editora Paradoxum. Consultor em tecnologia, estratégias digitais, gestão e políticas públicas.
49 respostas
è otimo ter um espaço aonde podemos desabafar.
No calor da copa passada tambem comprei a TV 42 Plasma (lg) no Ponto Frio.O vendedor naquele momento convenceu-me de maravilhas e pagueu cerca de CR 6.000,00.Apos um ano e poucos dias a TV simplesmente parou de funcionar a imagem.Fui a um tecnico para fazer um orçamento e conclui que as placas de processamento de imegens estavam queimadas e que custaria o concerto o valor de R$ 1800,00(absurdo!!!).Fico agora sem saber se mando concertar ou jogo fora esta TV… Ja que a vida dela ,por eexperiencia prorpira é muito curta
e quanto mais curta ainda será a vida util depois do concerto??????
Gostaria de saber se voce tem alguma ideia ou caminho juridico para amenizar meu prejuizo???
Jose claudio 61-91041305 Taguatinga-DF
Olha, comprei tb uma plasma da philips, nossa que descepção viu, 42 polegadas, modelo 9030…horrivel, acabou a garantia e ela morreu , do nada….pior que aphilips não ta nem ai…nunca comprem philips, esqueça…abraço
ate quando ele(o tal de Elias) iria comentar que a tv ele deu para o irmao dele???
eu acabei de comprar um plasma da samsung
e eu gostaria de saber se com a implantação de alguma tv paga digital imagem ira melhorar?
por favor alguem tira esta minha duvida
No manual do televisor lcd da Samsung (LN32R71B/LN40R71B), encontrei uma advertência contra queima na tela. Se você assistir uma imagem estática ou o modo 4:3 por um longo tempo (mais de 2 horas), uma imagem poderá ser queimada na tela. Assista tv no modo amplo 16:9 sempre que possível. Até então, só tinha conhecimento deste fenômeno em tela de plasma. Alguém tem algo a dizer sobre isto?
gostaria me inforamsse sobre a tecnologia exibida
pela televisao CRT – JVC HV-36P38SUE tecnologia D.I:S.T
que segundo a marca oferecere nao 100 hz mas sim
2×75 hz. nunca tinha ouvido falar nesta teconolgia… esta televisão ganhou o premio de melhor televisor europeu… no ano 2004 …
grato pela antenção…. Antonio Teixeira
PLASMA NUNCA MAIS !!!!!
Gostaria de saber como os consumidores Adolfo Tuchman e Paulo Roberto Elias conseguiram pressionar as fabricantes de plasma para ressarcirem os prejuízos. A nossa plasma com menos de um ano já queimou a placa de imagem por duas vezes e a LG não aceita negociar , nem esclarecer o problema, pois segundo ela o produto já saiu da garantia. Vamos levar o caso até as últimas consequências, inclusive judiciais e de imprensa. Gostariamos de trocar idéias, pois estamos tendo muita dificuldade em falar na LG que nos enviam para as máquinas do SAC o tempo todo.
adquiri tv plasma 42 Philips em maio 2006. Os primeiros sinais de burn in (bblocos de pontos vermelhos em locais definidos da tela) apareceram ha cerca de 1 mes. Hoje 2/1/07 a tv foi retirada para assitencia tecnica em garantia.
Prazo, se não necessitar peça de Sao Paulo 5 a 8 dias. Ou troca do aparelho pela Philips conforme disse o tecnico. Curioso é que, segundo ele, este era o segundo caso que ele via… mas adiantou que a fábrica poderia fazer a troca… parece que o tecnico ja viu mais de uma caso apenas… diferente do que ele mesmo alega…
Fato é que tentei me informar antes sobre as diferenças entre plasma e lcd. Se soubesse nao teria comprado.
O sinal que recebo é da Sky e mesmo assim a imagem deixa muito a desejar. Plasma é mesmo um engodo.
Relatarei o resultado, que segundo a assistencia tecnica, o problema pode ser resolvido com regulagem…
André,
Na minha modesta opinião, o sinal da NET é de má qualidade, e, a julgar pelos amigos que experimentaram a NET digital, o sinal também não é satisfatório.
Existe um consenso com as pessoas com quem eu falo, de que as TVs de tubo disfarçam mais as limitações da TV por assinatura do que as de plasma e LCD. Mas eu acredito que parte desse problema está na implementação da filtragem de sinal, e se isso for verdade, é bem provável que se deva ao desinteresse ou incapacidada das montadoras de adaptar as placas de video ou firmwares, para a realidade da distribuição de sinal de TV no Brasil.
O correto, a meu ver, seria implementar uma porta do tipo USB, na TV, e assim permitir a atualização do firmware, mas os modelos vendidos aqui, às vezes até têm uma porta de serviço, mas o usuário não tem acesso à mesma.
Eu não tenho, e não conheço quem tenha, sinal da NET analógica, de boa qualidade, pelo menos não a ponto de se poder ver com a mesma qualidade de um DVD bem autorado, por exemplo.
Eu lhe sugeriria contactar as partes, no caso NET e Samsung, embora não creia que esta última possa fazer qualquer coisa útil, a não ser que a sua TV esteja de fato com defeito.
E por fim, creio que seria aconselhável verificar se a sua TV não está com contraste ou brilho acima do ótimo, para a tela em questão. Note que a grossa maioria dos aparelhos vendidos é calibrado para as lojas, o que pode perfeitamente acarretar o problema que você está observando. Na dúvida, comece diminuindo o contraste para uns 70- 80% do valor total, e o brilho para pelo menos uns 50% do máximo, e veja se deu algum efeito para melhorar a imagem. Se deu, abaixe a saturação de cor, até conseguir uma tonalidade de pele de rosto natural.
E boa sorte.
Comprei recentemente uma TV Samsung Slimfit 29 CRT HDTV ready, pois fui iludido pela promessa de proteger meu investimento a médio prazo, visto que ao adquitir uma TV de alta resolução e livre dos problemas apresentados pelas plasmas e LCd, estaria fazendo a melhor opção. Porém ao chegar em casa e ligar a TV fiquei profundamente decepcionado com a qualidade da imagem e com os borrões que tornavam qualquer legenda ilegivel.
Assim, entrei em contato com o Ponto Frio, que criou muita dificuldade para tocar a TV e mesmo assim depois de muita insistência aceitou trocar apenas por outra de mesma marca e modelo.
Ao ligar a nova TV em casa, constatei que o problema não se tratava de um aparelho, mas de todos dessa marca e modelo.
Assim, passei a me questionar, se o problema é realmente da TV ou do sinal da NET, que está aquem da resolução de 1080p que esta TV é capaz de obter?
Estou na dúvida se tenho como exigir que a Samsung resolva essa questão ou me devolva o dinheiro pago, visto que a TV teoricamente não apresenta defeito, porém ao compra-la não fui orientado que para obter uma imagem perfeita, só com a vinda da TV digital, que não tem data definida.
Concordo plenamente com o Sr Claudio Alves,na transmissao Digital havera muitos problemas tambem ,pois hoje vejo uma tv de plasma ligada ao DVD em progressivo scan 1.080,e a tv com a mesma capacidade de pixels para resoluçao,e a qualidade nao eh a esperada,as imagens ficam espelhadas e manchadas ,isso ligados ao DVD ;sinal Digital,,e na questao da transmissao alem desses problemas,havera tmb a quebra de transmissao da imagem da modulaçao ,ou seja ela desaparece derrepente,a todos um Abraço..
ola, fiz o terceiro comentario dessa lista!
A Philips do Brasil recolheu minha TV de plasma e me devolveu o dinheiro investido nela! Isso tudo depois de muita negociação. A assistência técnica havia identificado o problema da TV e segundo ela, a única solução seria trocar o projetor de plasma. Como iria demorar muito tempo, a Philips preferiu devolver o dinheiro e recolher o aparelho.
No Brasil somente 4% dos consumidores reclamam e vão em busca dos seus direitos efetivamente. Eu sou um deles. Esse mundo de consumidores conformados faz com que os fabricantes não estejam nem ai para o consumidor. Se venderem um milhão de TVs de plasma no Brasil e tiver somente uma com burn-in, e essa for a minha, eu vou reclamar e bater o pé ate que resolverem meu problema. Não tenho a menor paciência em ficar olhado para uma tv de 8 mil reais com uma péssima resolução, uma péssima imagem e que mancha com grande facilidade. Eu assisti TV de plasma na Alemanha. Não tem nem comparação com aquilo que se assisti aqui numa TV dita com a mesma tecnologia. A nitidez e a qualidade da imagem são imensamente superiores. Se nao existe sinal digital no Brasil, nao faz sentido vender tvs que só tem boa imagem em sinal digital. É um engodo.
Vcs não viram nada ainda, daqui a uns 2 a 3 anos os proprietários de tv plasma vão ficar doidos quando a imagem da tv começar a sumir de repente.
Prezado Jezebel,
Infelizmente, as estatísticas que eu tenho recebido de outras fontes mostram o oposto. Houve uma matéria, divulgada no programa Sem Censura, da TV Educativa do Rio de Janeiro, que falava em mais de 200 TVs de plasma sendo reclamadas aos diversos fabricantes. E isto foi já faz algum tempo.
Este episódio que aconteceu entre eu e a Philips recentemente me deixou perplexo. A minha família sempre fui cliente Philips, desde que eu me entendo por gente. Meu pai comprou a primeira Philips Automatic, que era revolucionária, com estabilização de vertical e horizontal, etc. A nossa primeira TV colorida foi Philips. Na minha vida profissional, como cientista, eu cansei de usar equipamento Philips, incluindo um sofisticado microscópio eletrônico de transmitância e varredura, espectrofotômetros, etc.
Um amigo meu, que conhece eletrônica a fundo, vem me dizendo que a Philips virou uma fábrica de barbeadores, mas na realidade o que acontece é que as empresas de grande porte, na ânsia de economizar dinheiro, botam para fora pessoal com vivência e experiência de muitos anos, e isso claramente diminue o padrão de serviço e de qualidade que a empresa levou anos para conquistar. No caso do Brasil, principalmente, onde pouca pesquisa se faz, este declínio é muito visível. Houve época em que a Philips tinha laboratório de pesquisa em São Paulo, e uma sede enorme no Rio de Janeiro, onde ninguém negava informações a estudantes ou profissionais de eletrônica, diametralmente o oposto do que ocorre hoje em dia!
O fuzuê que a Philips fez comigo é incompreensível. A minha TV de plasma já chegou com problemas. Era o caso de se pegar imediatamente o aparelho ou trocá-lo, como alías eu pedi. Mas, não: eu recebi a visita de técnico na minha casa, por duas vezes, para depois o pessoal de apoio da empresa me ligar e ficar enrolando uma solução do problema. Não adiantou ter tido uma conversa de natureza técnica com a pessoa que me visitou, e nem mostrar que eu não sou incipiente neste assunto, porque o técnico sai da tua casa, para fazer um relatório que você não tem acesso, e depois não dá em nada. Foram cerca de mais de quatro meses neste lero-lero, e por isso uma empresa do porte da Philips perdeu, para mim, a sua credibilidade de anos!
Eu me considero uma pessoa razoavelmente educada: eu tenho formação universitária em bioquímica médica, fiz Mestrado em Ciência na UFRJ e Ph.D. em Bioquímica na Cardiff University. Eu comecei a minha vida profissional na base do auto-didatismo, o que significou vencer a minha burrice, aos 22 anos e meio de idade. Se alguém de suporte técnico entra na minha casa, eu procuro conversar na linguagem que ele entende, até para se dirimir dúvidas a respeito das minhas observações. Mas, fundamentalmente, para respeitar o profissional que está na minha frente! O meu conhecimento de eletrônica é parco, e vem da época da válvula, mas eu fui audiófilo durante anos, e praticamente participei de tudo quanto é revolução da era da eletrônica que rolou pelos últimos, sei lá, trinta ou mais anos.
Eu me envolvi com informática no momento em que a microinformática ainda era um tabu neste país, e tive, como todos que eu conheci, que quebrar barreiras, para conseguir alguma coisa útil. Você hoje abre um aparelho de DVD e só vê três peças ali dentro: uma fonte regulada, um drive ótico, e uma placa com um decoder de audio e video. Se este aparelho dá defeito, a autorizada vira uma trocadora de peças e se não der certo, os caras jogam a toalha na hora, ou seja, nem se preocupam em investigar a causa do problema. Eu tive um Q35 da Philips, trocado umas duas vezes, e eu, que não sou engenheiro, dizendo para os caras que era possível um erro de implementação de software, corrigível pela atualização do mesmo. Mas ninguém dava bola. Um dia, escrevi uma carta dessas de correio mesmo, para a engenharia da Philips, e nem resposta eles deram. Pois bem: trocaram o meu Q35 por um Q50, eu paguei a diferença, que era grande, e quando eu recebi o aparelho em casa, eu descobri que ele não rodava o THX Optimode que vem em alguns discos de DVD. Sabe o que eu fiz? Fui de madrugada para a Internet, descobri um cidadão da Australia, que tinha um Q50 com um processador igualzinho ao meu, tinha passado pelo mesmíssimo problema, tinha contactado a Philips australiana e recebido um firmware atualizado, e que ele, por sorte, deixou num repositário da Internet, para quem quizesse baixar. Eu levei minutos para baixar este firmware, outros tantos para queimar um CD-R e em apenas 10 minutos, o meu Q50 estava perfeito, e funciona assim atep hoje na casa do meu filho. Eu aprendi, com o uso dele, que, toda vez que o aparelho erra a leitura por um disco defeituoso ou midia incompatível (por ex., SVCD com bitrate errado), basta resetá-lo, retirando o plugue de força, e ele volta ao default da fábrica sem problemas.
Por causa dessas coisas é que eu acho que as empresas neste país não estão preparadas para enfrentar problemas, nem achar, por conta própria, a solução dos mesmos, e eu atribuo isso a se jogar gente experiente no olho da rua!
A verdade é a seguinte, meu amigo: essa coisa de discurso panfletário é com os políticos, o consumidor faz o papel da vítima desse mesmo discurso. Os políticos prometem, mentem e roubam, mas trabalham o emocional do eleitor para se re-elegerem. O consumidor, em geral, é um cidadão que poupa do salário, para a aquisiçao de um bem de consumo qualquer.
E no meio do empresariado, existem os famigerados lobbies dentro do governo, o que é mais prejudicial ainda para o público que gasta dinheiro para consumir bens de longa duração, como no caso, televisores.
Eu hoje estou totalmente convicto de que o código de proteção ao consumidor foi um dos maiores avanços legistlativos que este país já teve. Chegou com atraso, mas chegou! Eu tenho a certeza de que você sabe, que nos países e continentes (no caso da Europa, por exemplo), onde este código já existe há mais tempo, a revenda não te questiona porque você comprou um produto e quer devolver.
Até onde eu tenha conhecimento, somente a indústria automobilística é que tem, aqui no Brasil, a preocupação com o chamado recall, e provavelmente isto se deve ao perigo de acidentes e processos de indenização na justiça que se seguem, além do descrédito das marcas.
Para Philips, eu entendo que devolver o dinheiro da compra de uma TV de Plasma, como diz o vulgo, sai na urina. Para mim, representa uma parcela considerável do meu orçamento.
Até onde a minha experiência nisso vai, a despeito de dados estatísticos que você possa me apresentar (e acho que aqui corro um sério risco de lhe parecer leviano), a tecnologia das TVs de plasma tem problemas técnicos inerentes à manufatura e ao funcionamento das mesmas (a Sony que o diga!), e por isso deveria ser melhor investigada, antes de ser jogada às toneladas no mercado. Em última análise, eu acho eu nenhum dado neste sentido, que tivesse chegado às fábricas, deveria ser alvo do descaso, ou da ausência de uma investigação séria. Eu teria preferido isso, do que receber, dentro de manuais, mensagens intimidadoras.
Caríssimo Prof. Paulo Roberto
Acredito que o jornalista não se incomode com o debate, pois isso significa que a matéria foi bem lida.
Vamos ser objetivos: li no Estadão que já foram vendidas mais de 85 mil televisores de plasma neste nosso país tropical. Segundo me informou um amigo que trabalha na Philips, não mais do 15 consumidores ingressaram na justiça, reclamando dos burn-ins. Desses casos, 11 casos foram revertidos e em 4 houve troca do aparelho.
Dessa forma, acho que é muita fumaça para pouco fogo.
Se houvesse um problema sério de qualidade, como ocorreu no passado com aquele modelo da Fiat que entrava em auto-combustão, e decorridos mais de 2 anos da inserção do plasma no país, as reclamações seriam muito mais significativas.
A verdade é que todas as pessoas que eu conheço (incluídos meu sogro e alguns amigos), além de restaurantes e bares que eu frequento, estão felizes com sua compra.
Acho que temos que colocar a bola no chão e sermos menos panfletários.
Um abraço.
Jezebel,
Se você é engenheiro, eu sinceramente lhe agradeceria uma explicação do porquê as TVs com painel de plasmas são tão propensas a burn-in, a despeito de implementações de circuitos protetores. Eu tenho amigos que são estudiosos em eletrônica, que não é o meu caso, e nenhum deles conseguiu uma explicação razoável para este problema!
Embora sabendo que o Brasil já foi a lixeira industrial de países de primeiro mundo, principalmente na área de farmácia, eu ainda assim me recuso a aceitar a hipótese de que as TVs de plasma que chegam aqui tem problemas de manufatura ou design, ou que as empresas que as fabricam estejam deliberadamente tentando enganar o consumidor.
Por outro lado, o que eu vejo é um total despreparo para resolver problemas, o que se reflete na péssima assistência técnica provida pelas fábricas. Se você é engenheiro, deve saber bem como é que rola uma oficina autorizada, e eu não preciso me alongar mais, concorda?
A minha mentalidade, amigo, é bastante progressista, graças a Deus, porque se não fosse assim eu não teria abandonado a TV de tubo aqui em casa. Ironicamente, a minha antiga Sony 36XBR800, que está de presente na casa do meu irmão, é até hoje a referência usada nos estúdios de pesquisa da Globo, aqui no Rio, para broadcasting digital e demonstração.
No entanto, eu liguei a minha ex-plasma e agora a LCD na NET, que fornece a mim sinal de cabo analógico, e o resultado é deplorável, cheio de ruídos e artefatos, coisa que a XBR driblava numa boa. Um amigo meu, também engenheiro, viu o sinal da NET digital, e achou pior ainda!
Eu acho, e espero que você, como empresário, concorde, que nós consumidores temos o direito de ver os nossos direitos respeitados, só isso. Se há alguma caça as bruxas, como você sugere, diante de um produto que não atende às suas próprias especificações e que custa uma pequena fortuna, então esta caça é provocada pela lei, que não dá direito ao fabricante de fazer isso.
Existem distorções sérias no provimento de serviço neste país, é verdade, algumas delas patrocinadas pelas administrações públicas. Se nós não nos unirmos contra isso, quem então irá nos defender? O Procon já é um grande avanço, porque parte da estrutura democrática é, utopia ou não, um equilíbrio de poderes, e nós, infelizmente, constantemente, temos que nos agarrar num para nos protegermos dos outros.
Prezado Prof. Paulo Roberto Elias
Meu comentário foi feito exclusivamente na qualidade de um consumidor de bom senso. Além de engenheiro, sou também empresário e seu como funcionam essas coisas… lembra-se da tese da assinatura básica? todo mundo foi ao Procon, à Justiça, e aí? Balela.
Comentei que comprei as tvs nos EUA, que são idênticas às do Brasil, às do Japão, às da Europa…
será que realmente nosso país é o único que não merece ter esse produto à disposição de pessoas como vc ou eu?
O que me revolta é esse clima esquerdista pré-Heloisa Helena, que contamina a serenidade que todos devem ter, antes de de mais nada.
A prevalecer sua opinião, o Brasil deveria só permitir a venda de televisores antigos, com seletor manual, enquanto o mundo inteiro prefere os de plasma. Ou será que somos tão melhores assim?
Jezebel,
Sem querer abusar da página do jornalista Paulo Rebêlo, pois isso não é um forum de debates, mas, por outro lado, para evitar que você transforme este espaço numa espécie de alucinação coletiva sem fundamentos, deixe-me contar o que aconteceu na semana passada comigo:
Eu estava a dois passos de devolver um monitor LCD de alta definição da Samsung, de 40, por conta de uma nota inserida na contracapa do manual do usuário, se referindo a queimas, listas e manchas na tela, causadas por burn-in, quando eu ouvi de um representante técnico da fábrica que a nota teria sido um equívoco na versão do manual que eu recebi. Mas, a palavra LCD estava impressa nesta nota. Eu consultei uma advogada do Procon e ela me disse o óbvio: que nenhum fabricante de televisões neste país tem direito de burlar o código de proteção do consumidor; mas com a impressão dessa nota, o usuário que for prejudicado teria necessariamente que ingressar no juizado de pequenas causas, para ter os seus direitos respeitados.
Note que esta nota não consta no manual on-line da TV, e assim eu fiz a minha compra, baseado na experiência que eu tenho e nas pesquisas que eu fiz em foruns da Internet. Eu jamais poderia imaginar que, ao receber o meu aparelho, fosse me deparar com uma nota dessas. E seu eu nunca tivesse lido o manual?
A minha devolução da compra estava absolutamente garantida e em andamento pela revenda. O vendedor chegou a me dizer que, se estivesse no meu lugar, teria feito a mesma coisa! E quando eu estava na loja, com o manual na minha mão, estava por lá também um promotor da Samsung que tomou um susto lendo aquilo ali. Ao lado, a sua concorrente maior na faixa de LCD de 40, a Sony, distribuía um folheto onde ela diz que uma das vantagens dos monitores LCD é exatamente a ausência de burn-in. Não é irônico?
Mas o meu telefonema à fábrica provocou a sugestão de revisão do manual e me foi pedido para escanear a nota impressa e mandar para lá. E eu o fiz, junto com um pedido expresso de que o fabricante tenha uma postura ética com o consumidor, que é o que todos nós queremos.
A tecnologia LCD é totalmente destituída de partículas de fósforo ou qualquer outra substância com capacidade de transmitir luz por excitação eletrônica, portanto é impossível provocar burn-in num painel desses. Os problemas maiores dos painéis LCD, que eu saiba, se referem aos defeitos de alimentação dos cristais líquidos: o chamado pixel emperrado (permanentemente em on) ou o pixel apagado (permanentemente em off), e mesmo assim, em alguns casos, é possível usar um software que reverte isso.
Você se refere a protetor de telas usados em informática, e eu lhe afirmo que usei monitores de tubo (CRT) durante uns vinte anos, sem protetor de tela, e nunca aconteceu nada. Eu uso um monitor LCD em casa, já faz dois anos, com idênticos resultados. Houve época em que editores das revistas de informática que eu lia diziam que estes protetores de tela são inúteis, e eu vou mais além: é uma forma de transformar a vida do usuário numa paranóia desnecessária. Eu já vi sim burn-in em monitores de computador, mas todos eles de péssima qualidade!
Se reverteram a decisão da juíza aqui do Rio, erraram. Mas, quem neste país não sabe que o poder econômico sempre fala mais alto?
Se você tem 3 painéis de plasma e nunca teve problemas, sorte a sua. Pena que o mesmo não aconteceu com todos aqueles que já correram ao Procon e à justiça, por conta disso!
Li no Valor Econômico desta sexta-feira (11-ago-06), que a liminar da juíza do Rio foi cassada pelo Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.
Se entendi bem, o tribunal entendeu que a juíza não seria competente (!) para julgar a causa.
Comprei não só uma, mas 3 TVs de Plasma (2 LG e 1 Sony), e estou satisfeitíssimo. O mais engraçado é que não comprei no Brasil, mas nos EUA.
Vcs acham que o burn-in só acontece em TVs de plasma? Então é pq vcs nunca ouviram falar do protetor de tela do Windows… o burn-in acontece nos munitores de LCD, aliás, como qualquer outro monitor ou projetor.
Essa história tá parecendo as Bruxas de Salém…
Russel,
Eu não tenho nenhuma experiência prévia com essas TVs. Eu vi uma dessas numa loja, e achei a imagem uma droga, mas dentro de uma loja, do jeito que as TVs ficam, mal reguladas, com fontes de sinal de qualidade duvidosa, eu não me atreveria a fazer um juízo final a respeito delas.
Eu tive uma Sony XBR800, cujo tubo até hoje é superior em qualidade a tudo que eu vi em alta definição. Eu soube por uma amigo, que a Globo faz uso dela dentro do estúdio, como referência e demonstração. Mas, como qualquer TV de tubo deste nível, o pescoço do tubo é longo, e o peso da TV absurdo (a minha tinha cerca de 120 kg). Eu desisti dela (na realidade, está com o meu irmão), porque eu queria uma tela maior.
Pessoalmente, eu não investiria mais em TV com tubo, mesmo que no formato slimfit, por causa das aberrações de geometria, que me incomodam. Além disso, ao contrário dos painéis, você nunca sabe a resolução exata do tubo, em termos de pixels. Por isso, se você se decidir por uma dessas, não se esqueça de levar algum DVD de boa qualidade, e de perguntar ao vendedor de que resolução ela se aproxima, se comparada a um painel. Note que: tubo de imagem tem o que se chama de resolução máxima e painéis resolução fixa ou nativa (por exemplo, WXGA, a 1366×1024 pixels).
Espero não ter sido muito confuso. De qualquer forma, teste muito antes de comprar, porque, no fim, o que importa mesmo é se você vai gostar da imagem ou não, com o video que você usa. Boa sorte!
Um abraço do
Paulo Roberto.
tudo bem paulo?
O que você acha das televisões do tipo SlimFit 29, que a samsung e lg tem no mercado?
Carlos,
Essa TV cujo link você indica usa uma tela que suporta 1080i, o que é bastante interessante, e ainda por cima faz o chamado vertical squeeze, que é a compressão do vertical, de modo a acomodar a imagem 16:9 (widescreen) na sua tela standard (4:3). Isto permite que você faça o setup do leitor do DVD, indicando tela de 16:9 ao invés de 4:3, e com isso você ganha 33% a mais de resolução na reprodução de qualquer DVD. O vertical squeeze foi um truque descoberto por um membro do Home Theater Forum, que eu freqüentei, desde os seus primórdios, até o fim de 1999. Naquela época, a maioria das TVs era de tela 4:3, mas os DVDs já eram trancritos em 16:9 (a chamada transcrição anamórfica ou realçada para TVs 16:9). Na leitura desses discos, em tela 4:3, os leitores de DVD fazem uma conversão, que, freqüentemente, degrada significativamente a qualidade da imagem.
Naquela época, este membro do HTF teve a idéia de entrar no menu de serviço de uma TV e alterar o ajuste do vertical, de tal maneira que ele poderia assistir a uma tela 16:9 (1.85:1, 2.35:1 e semelhantes) em 4:3 sem nenhuma perda. O ajuste era manual e complicado de fazer, mas os fabricantes aproveitaram a idéia e fizeram uma programação para esta finalidade.
Eu já vi uma dessas TVs nas lojas, mas não sei te dizer nada mais concreto sobre a qualidade da imagem. Seria recomendável você levar discos anamórficos contigo e pedir para fazer uns testes. Insista em ter acesso a controle remoto e ao manual, para ajustar a imagem.
Um abraço e boa sorte!
Oi Paulo,
Muito Obrigado pela sua dica, ou melhor, obrigado pela aula.
Estou lendo bastante sempre o assunto, vou inclusive, semana que vem imagens de algumas Tvs, em lojas.
Andei pesquisando na internet, e a Sony anda com suas Tvs grandes muito desatualizadas.
A única que atualizaram até o momento foi esta. Sony Wega 34XBR800 Que tem ?progressive scan? citado por você, e tem também tem HDTV.
Uma outra que achei com boas informações. http://compare.buscape.com.br/prod_ficha?idu=49037&pos=2
O que achas desta TV?
Obrigado novamente pela força.
Espero que eles atualizem logo as TVs de 38?, mas pelo visto, ta dificl
Grande abraço.
Carlos
Prezado Carlos,
Eu poderia dar uma opinião sim, com todo o prazer, se você me permite. Eu tive uma TV de tubo da Sony, que hoje, diga-se de passagem, está com o meu irmão, e é uma referência nos estúdios da Globo, para demonstração de alta definição: é o modelo 36XBR800. Antes dele, eu tive uma TV Sony parecida com aquela que você quer comprar, mas esta última tem resolução de uma TV normal, apesar da eletrônica da Sony ser exemplar.
Eu pessoalmente vejo vários inconvenientes nas TVs de tubo: são extremamente pesadas, limitadas em tamanho e, a não ser os modelos profissionais, têm erro de geometria e convergência. O de geometria se deve ao fato de não é possível fazer tubos totalmente planos, e o de convergência é devido aos erros da varredura, que não consegue acertar corretamente as partículas de fósforo da tela. Além disso, se você olhar com cuidado, vai notar problemas de foco na maioria dos tubos, particularmente nos cantos da tela.
Se você vai partir para um modelo de tubo com velocidade de varredura abaixo de 100 Hz, vai receber de volta flicker (centelhamento) e artefatos de movimento. Para evitar isso, certifique-se de que a TV é capaz de desentrelaçar os sinais de entrada, e torná-los progressivos, isto é, ao invés de alternar as linhas de varredura, se forma uma imagem inteira, que é então reproduzida de um só vez, o que se chama de varredura progressiva ou progressive scan. Mesmo que a sua fonte não seja progressiva, essas TVs modificam e melhoram o sinal por si próprias, através de circuitos internos. Como cada circuito deste tipo tem seus méritos, é sempre bom olhar a imagem da TV antes de fazer a sua compra.
Fora tubo, só mesmo projetores e painéis, mas eu aconselharia os últimos, fora, evidentemente, plasma. Eu estou partindo para um painel LCD, que também apresenta alguns percalços, mas é bem superior, em muitos aspectos, aos de plasma, e agora estão com preço até mais baixo, se você pesquisar nas lojas.
Note, Carlos, que eu não sou engenheiro, e tudo isso que eu escrevi acima foi à guisa de uma ajuda, e portanto deve ser tomado com uma dose de cautela. Eu sugiro também que você leia bastante antes de fazer sua compra.
Eu quero comprar uma Tv DESTAS, mas agora fiquei assustado.
Estou desistindo da compra da Tv de Plasma, acho que vou comprar uma Tv da Sony Wega 38, alguma alma caridosa poderia opinar se esta Tv é de boa?
http://www.bondfaro.com.br/tv__sony-wega-kv-38fv310-38-__preco.html
Ou se existe alguma outra de 38 melhor, e se as imagens dela, são melhores que uma de plasma 42?
Agradeço.
A T.V de plasma é versão tecnológica do conto do vigário. E classe média, culta e esnobe, dessa vez foi o pato.
Boa tarde aos debatedores.Comprei recentemente um tv philips de plasma e como muitos aqui não estou satisfeito com o aparelho.Ainda não tive problemas do burn in, mas o que mais me incomoda é a tenebrosa imagem de filmes e seriados em geral(tanto na net-digital ,como em dvds ): o tom da cor de pele é brilhoso , espelhado, não há nitidez nehuma.A pele humana fica algo alienígena meio metálica-espelhado e certamente isso não está no manual, pois eu o li completamente e por uma estranha coincidência nas lojas nenhuma tv de plasma mostra cenas de filmes destacando o corpo humano.Na verdade são sempre apresentadas imagens de desenhos animados( que são de grande qualidade) ou de imagens da natureza ( também com boa qualidade ).Porém mesmo eu dispondo de acesso aos meios de comunicação,nem o vendedor,nem o fabricante(Philips)informam que a boa qualidade de imagem só é alcançada nesses casos.Ora certamente ninguém compra uma tv tão cara para assistir a apenas a certos tipos de programas(desenhos ou natureza).Sou cinéfilo e tenho um home theater em casa e estou muito desapontado com a tv e com a Philips.A Philips está vendendo gato por lebre.
A mim pessoalmente, o que me parece mais lamentável no comércio de TVs de plasma neste país é que, depois dos preços terem caído significativamente e dos painéis receberem os sintonizadore e conectores necessários ao dia-a-dia das pessoas, a indústria entupiu as lojas com aparelhos cujos painéis tem uma resolução muito baixa, tipcamente de 852 x 480 pixels. E como as TVs aceitam sinais de vídeo de até 1980 x 1080 pixels, que é alta resolução plena, a impressão que fica é que elas são painéis preparadas para alta definição, o que absolutamente não é verdade.
Na realidade, qualquer display que não seja de alta resolução plena, para ser compatível com a mesma, precisa ter uma resolução vertical de pelo menos 720 pixels. E mesmo nestes casos, o sinal de vídeo que entra, ainda tem quer ser processado para se adequar à resolução nativa do painel. Dependendo desta última, e da qualidade dos circuitos adaptadores de imagens (chamados de scalers e enhancers) o resultado final pode ser exemplar ou desastroso.
Mas o problema é que o público em geral não vê esses detalhes, e nem os promotores ou vendedores se propõem a mostrá-los criticamente, pois se o fizessem, a grossa maioria das TVs de plasma não saía das lojas!
O painel de plasma, em particular, tem um design de pixels e sub-pixels inferior aos painéis LCD, e isso provavelmente se deve à estrutura física de isolamento elétrico e químico, que ele é obrigado a ter, para funcionar corretamente. Se o usuário tiver a vista treinada para perceber detalhes, ele poderá notar que os contornos são menos definidos, e o rosto das pessoas tem um aspecto estranhamente brilhoso, com um tom de coloração que lembra as imagens em cera, ao invés do tom de pele que é natural da maioria dos mortais.
Tudo isso, é claro, pode ser suficientemente disfarçado, e, atá para ser justo neste assunto, eu diria que não existe praticamente nenhuma tecnologia de displays, até hoje, que não tenha o seu rol de problemas. Mas os de plasma, em todos os aspectos, ganha fácil das concorrentes. Nos últimos meses, eu notei que os painéis de plasma melhoraram muitíssimo, mas isto se deve fundamentalmente ao desenvolvimento dos softwares de processamento de imagem, e um exemplo claro disso é o Pixel Plus HD, versão 2, da própria Philips. O que estraga tudo é a má qualidade dos painéis, pouco resistentes ao uso diário. E neste ponto, eu sou um que digo com convicção de que plasma eu não quero nunca mais. Ao entrar em outra tecnologia, talvez eu veja outro rol de problemas, mas pelo menos eu tenho a esperança de ter alguma coisa que dure mais do que os quatro meses que a minha TV de plasma durou aqui em casa.
AGRADEÇO A TODOS OS COMENTARIOS EM RAZAO DE ESTAR PESTES DE COMPRAR UM TV DE LCD OU PLASMA E AGORA VOU COMPRAR UMA DE 14 POLEGADAS BEM BARATA PARA USAR ATE QUE SE DEFINA QUAL A MELHOR TECNOLOGIA E A IMPLANTAÇAO DA TV DIGITAL NO BRASIL.
CESAR SILVA
a tempos venho pesquisando e pensando em adquiri uma tv de plasma de 42 polegadas, mais apos ver todos estes problemas do produto por não ter uma tecnologia adequada para uso em nosso país e também por não ter um respaldo à altura de seus fabricantes, no momento penso em esperar para ver como será a adequação do produto e sua tecnologia pois a tv aberta que por sinal e a que mais vejo ainda não esta formatada a esta tecnologia. a exemplos que vi de fabricas a assistentes técnicos, já passei por este dilema. comprei um fogão bosch e quando recebi na mesma hora vi que estava com defeito, reclamação a loja que também me enviou para a assistência técnica que só veio resolver o problema depois de 45 dias por falta de peças para reposição.
Acho muito importante essa discussão, a final de contas eu sou um desses consumidores que comprou a TV achando que estava comprando o top da tecnologia. Eu acho que o respeito ao consumidor é uma conquista. Sempre foi assim, a conquista do voto direto para presidente, teve seu custo. Não existe conquista sem custo. Só acreditava que algo tão medieval, tão grotesco não aconteceria comigo em tempos modernos. E o pior representar um custo tão alto para mim. Custo emocional, moral e material.
Por acaso estamos vivendo em um tempo de grande crise ética nacional e internacional. Errou o fabricante ao colocar a venda um produto sem explicitar problemas que OBVIAMENTE iriam ocorrer. Ora bolas, é antiético o que a Philips faz quando não avisa sobre burn in e má qualidade da imagem da TV no sistema analógico. Se eu compro um remédio, ele descreve, OBRIGATORIAMENTE, seus efeitos colaterais. No caso da TV de plasma, simplesmente omitiram informações importantes em função da venda. Vender a qualquer custo não é mercadologia, é algo falho e baixo. Se uma atitude dessas prejudicar o consumidor, é contra lei.
Acho que não tenho que ser especialista em eletrônicos para comprar uma TV. Se vislumbrei uma TV de boa imagem na loja, se ela me agradou e depois de uma demonstração do vendedor, me convenci de que ela será uma boa aquisição, eu a comprarei. Se burnin-in e baixa qualidade de imagem são FATOS ( não são problemas pequenos, são problemas sérios que comprometem a qualidade do produto), deve existir no produto uma tarja vermelha escrito em letras bem grandes: Esse aparelho precisa de tais cuidados, pois pode apresentar tais problemas ou no caso das TVs de plasma: Esse aparelho vai apresentar inevitavelmente Manchas. Ou ainda: Essa TV precisa de transmissão digital (a propósito, a própria Philips me informou que não existe transmissão digital no Brasil, fora um canal da Direct TV/HBO ? a NET de Porto Alegre jura que está transmitindo sinal digital. A Philips também me informou que a NET de POA esta enganando o consumidor com essa história de TV digital. Sugeriram denunciá-la a um órgão competente).
TV sensível e delicada como uma TV plasma Philips deveria seguir a mesma lógica de remédios controlados. Numa tarja preta sobre o monitor, deveria estar escrito: Essa TV causa Estresses e Ânsia de Vômito!
Enfim, acho que o consumidor deve receber sempre a informação correta. Poxa vida, pelo visto essas empresas estão ?NECESSITADAS? – tentando empurrar um produto ao consumidor de qualquer jeito. Sinceramente, isso para mim não é um processo de venda, é qualquer outra coisa…
Caro Marcelo e demais debatedores,
Em primeiro lugar, eu lhe agradeço os seus comentários, e acho que o debate nessas questões que nos afetam, de forma educada e informada, é importante e necessária. Eu gostaria também de esclarecer a você que o meu caso não chegou ao juizado de pequenas causas, ele foi resolvido, até agora pelo menos, amigavelmente. Houve um momento, porém, que eu recebi a visita de um técnico da Philips, que constatou as manchas na minha TV, afirmou que era mesmo efeito do burn-in de pixels, e saiu lá de casas, dizendo que iria fazer um relatório à Philips. Dias depois, uma moça de São Paulo liga para a minha casa, me dizendo que eu estava usando níveis de contraste e brilho muito altos, que havia na página 27 do manual um alerta sobre uso de 4:3. Aí eu fui pegar o manual escrito, e não existia nenhuma página 27, e por acaso, os níveis de contraste e brilho que eu usava estavam muito abaixo dos defaults da fábrica. Depois eu descobri que existia de fato uma página 27, mas dentro do manual eletrônico que vem em CD-ROM, ou seja, se eu não usasse um PC, jamais leria esta página.
Encurtando a ópera, eu reduzi os níveis de contraste e brilho exatamente como ela mandou, mas as manchas não desapareceram. No dia seguinte, eu liguei para o suporte da Philips, e falei com um técnico, que não só constatou o absurdo daquelas instruções, como me disse que a pessoa que me ligou não estava capacitada para dar aconselhamento técnico. Só que mais tarde, eu recebo um segundo telefonema de São Paulo, com outra moça, que desacreditou este seu colega, dizendo que ele não tinha autoridade para falar comigo, e que a TV estava em perfeitas condições de uso, segundo a Philips havia constatado, ao examinar o laudo técnico. E aí eu fui ao Procon.
Note que a conduta daqueles que representam o fabricante é toda torta. Sem saber a quem se dirigem, dizem aquilo que querem, e como você pode notar, sem nenhuma responsabilidade ou conhecimento técnico. Eu não culparia a empresa, a não ser pelo aparelho caro e cheio de problemas, mas neste caso, é impossível não me sentir insultado pelo péssimo suporte. Você paga seus suados 12 mil reais, e recebe isso de volta? Esta tentativa de jogar a culpa na minha pessoa, pelo uso excessivo de 4:3 é inaceitável. Se uma TV é projetada para exibir 4:3, mas o usuário não o pode fazê-lo sob pena de danificá-la, então ela não serve para nada!
Tudo isso, na realidade, esconde a falta de preparo de quem atende. Quando você fala com um técnico, ele nunca finge que não está ouvindo ou não está vendo. E foi por causa disso que em nenhum momento eu me preocupei com qualquer tipo de culpa que pudessem jogar na minha cara, como ver 4:3 em demasia.
Infelizmente, o brasileiro em geral não tem muito hábito de ler, principalmente manual de uso. E isso é válido para as atualizações de tecnologia, e a despeito da Internet. Por outro lado, eu percebo, em alguns momentos, que quando representantes dos fabricantes se deparam com alguém que não faz isso, das duas uma: ou ele te respeita ou se sente intimidado!
Eu concordo que haja uma parcela de culpa na mão do consumidor que não se informa, mas ela é muito pequena, se comparada à responsabilidade do fabricante e à do vendedor, que lucram com isso. Eu já passei pela conversa totalmente desinformada de promotores dos fabricantes, dentros das grandes lojas. Essas pessoas são super simpáticas, mas mal treinadas. Daí para aconselharem erradamente um usuário neófito, é apenas um passo. E aí, você vai culpar a quem compra?
Olá Paulo Roberto,
concordo com tudo que você diz e de certo as fabricantes tomarão mais cuidados em passar informações ao consumidor (na verdade, serão obrigadas a isso), após a resolução do seu caso na justiça.
Porém, ainda assim, ficamos a mercê dos intermediários (malditos vendedores) e o que eles dizem.
Mas é nesse ponto que quero chegar… os fabricantes SÃO culpados por não informar direito o consumidor. Os vendedores SÃO culpados por vender o peixe de qualquer jeito pro consumidor (o que importa pra 98% deles é que a comissão caia na data correta em sua conta), mas e o consumidor??? Será que realmente não tem um mínimo de culpa nessa história? Percebi que você realmente entende do assunto e deve ter aprendido a pesquisar por experiência, por curiosidade ou por que aprendeu desde cedo a fazer isso…
Se todos os consumidores fossem assim críticos e ávidos por informação, com certeza não teríamos tantos problemas como esse discutido aqui…
Porém, o ponto é que assim como comentei a uns dias, não DEPENDEMOS mais apenas das informações nos passadas por atendentes (mal instruídos) e principalmente vendedores. Eu particularmente não confio em nenhum deles (principalmente em um primo meu que é vendendor… esse é o pior de todos). Estamos em um mundo cada vez mais conectado, fóruns técnicos, artigos com possibilidades de comentários (como este) e blogs falando mal ou bem de uma determinada marca, estão aos montes por aí…
Enfim, hoje em dia não somos reféns das fabricantes e vendendores, por isso falei tudo aquilo (talvez um pouco exagerado de minha parte, reconheço, pois a casos e casos no mercado…).
Se as fabricantes não mudam de postura, cabe a nós, consumidores, mostrar-mos a elas que não somos tão ingênuos como a maioria pensa que ainda somos…
Sou fiel a algumas marcas (Philips entre elas), mas nem por isso, deixo de pesquisar bastante sobre onde estou investindo meu dinheiro. Sempre sou procurado por amigos e parentes para indicar um produto X ou Y, mas quando eu tento passar um pouco mais de informação, eles dizem q são muito burros (sic) pra entender essas coisas técnicas… enfim… infelizmente a maioria pensa assim e enquanto continuar essa situação, dependemos cada vez mais de informações completas e claras, sem letras miúdas…
Por isso a minha opinião é que NEM TODA culpa é dos fabricantes… continuo achando que SIM, eles tem obrigação de informar, mas ao mesmo tempo, acho o cúmulo jogarmos toda a culpa em cima deles e dos vendedores… Pô, o dinheiro é nosso, somos o maior interessado nisso… então, não custa muito começarmos a aprender a ser mais críticos e entendermos um pouco mais sobre as tecnologias e essas siglas mágicas…
O ponto de vista do Marcelo está correto. Apesar dos fabricantes e vendedores serem obrigados a informar sobre seus produtos, o consumidor precisa aprender a valorizar mais o seu dinheiro.
Afinal, mesmo que após o problema, se chegue a um acordo, a dor de cabeça pela qual vai se passar nessa briga, nunca será paga, e pode muito bem ser evitada com um pouco de pesquisa.
Se todos os consumidores fossem bem informados (utopia), esse procedimento das empresas estaria com os dias contados.
Independente do que consultores, vendedores ou etc digam, a verdade é inevitável, existe SIM enganação por parte das lojas, e um notável interesse por ocultar os problemas que o aparelho pode apresentar, negar que isso seja verdade, é burrice.
Se eu fosse comprar uma TV de Plasma, e desembolsar R$ 5.000 em uma, eu iria no mínimo me informar sobre suas limitações e possíveis problemas técnicos.
E pra quem a grande parte dos consumidores tira as dúvidas? Com o vendedor, logo tudo que ele disser vai fazer a diferença entre o cara comprar ou não o produto.
É devere SIM dele informar que o aparelho pode ou não ficar com os ditos pixels queimados na tela, e explicar o que são pixels também! Não simplesmente jogar uma porrada de termos técnicos e esperar que as palavras difíceis convençam a pobre vítima que vai gastar um dinheirão em algo que vai trazer arrependimento mais tarde.
O que acontece, é que vivemos em um país cheio de oportunistas, que não respeitam o trabalhador, e o cidadão, nem seus mínimos direitos de consumidor.
A TV de plasma não é a culpada, é um aparelho que ainda apresenta problemas funcionais, o grande vilão são as lojas, que te vendem um cavalo de tróia e não querem ser responsabilizadas!
=)
Como eu fui citado nesta matéria do Paulo Rebêllo, e lendo alguns comentários acima, eu gostaria de esclarecer alguns pontos, e de acrescentar alguns comentários:
Em primeiro lugar, eu concordo que a maioria dos usuários é desinformada, mas isto não pode e não deve servir de desculpa, a quem quer que seja, de se eximir das responsabilidades da lei, como bem dito pelo advogado que postou a sua mensagem nesta lista.
O problema maior é que o uso e a instalação de componentes de home theater são coisas complexas, e causam dúvida até mesmo nos que fazem as suas instalações por hobby. A indústria não pode assumir que o consumidor leigo vá, da noite para o dia, se instruir sobre esta parafernália de equipamentos, e se tornar expert a ponto de saber totalmente o que está fazendo. Eu posso falar disso de cadeira, porque eu tenho home theater em casa, desde antes do tempo dos laserdiscs, e portanto passei pelas etapas de conhecimento das coisas afins de forma mais lenta e menos traumática que a maioria dos usuários.
Tendo dito isso, eu gostaria de enfatizar de que eu fiz extenso uso do telefone VIP da Philips, para saber, entre outras coisas, sobre o burn-in que acabou por inviabilizar o uso da minha TV de plasma. E notem que, quando se liga para um telefone de suporte, você pode ser atendido por qualquer um, e aí descobre que existem atendentes bem instruídos, e outros que te informam errado, porque não sabem nada do que você está falando. E esse problema não é exclusivo das terras brasileiras. Outro dia mesmo, eu ouvi uma entrevista do criador do Video Essential, Joe Kane, falando que o hobbyista americano não encontra nem nas lojas especializadas de video, amparo nos vendedores para esclarecer dúvida.
No meu caso, uma das questões centrais era exatamente a do burn-in, porque, sem ter tido experiência prévia com TV de plasma, eu tinha receio de ser aflito por este problema. Mas, vejam bem, em nenhum momento o suporte da Philips admitiu que este problema existia na TV deles. Quando eu mencionei que um concorrente (LG) usava barras cinzas nas laterais, em 4:3, para evitar burn-in, e que eu detestava isso, eles me afirmaram que eu podia ficar descansado e tirar este problema da minha cabeça. E neste ponto, eu sou um usuário que gosta de dar crédito a quem me informa. Aqui na minha casa, a Philips tem muito crédito, porque eu fui consumidor da marca durante anos, e porque, dentro do laboratório eu cansei de usar instrumentos da Philips. Ingenuidade? Talvez, mas ninguém se estabelece industrialmente durante tantos anos nestes campos sem ter mérito!
Eu aprendi na minha profissão de que é preciso passar pelo problema, antes de se contemplar uma solução ou de ver cenários de soluções com mais clareza. No caso das TVs de plasma, eu estou hoje convicto do seguinte:
1 – A indústria não estava preparada para enfrentar os problemas que apareceram nos painéis. Além disso, não houve implementações cautelares, nos modelos mais caros, para se evitar os problemas que a gente viu;
2 – As TVs de plasma tem uma estrutura de pixel mais grosseira do que, por exemplo, as com painel de LCD. Isto leva à construção de painéis com densidade de pixels signficativamente menor, por área do display. A minha TV era um modelo de 1024 x 768 pixels, e a imagem perdia em qualidade, apesar da implementação do algoritmo chamado de Pixel Plus, versão 2, que é excelente;
3 – Não adianta implementar deslocadores de pixels (wobblers ou orbitters), quando o burn-in de tela chegou ao ponto de se tornar irreversível. O uso de telas cinza, para apagar burn-ins temporários é muito útil, mas diminui a vida do painel, e isso, diga-se de passagem, nenhum fabricante te informa, na hora que você vai comprar a sua TV, pelo menos eu não vi nada disso através dos promotores com que conversei, aliás acho que eles nem sabem deste problema.
A ausência de um controle maior na produção de painéis de plasma foi, em última análise, o que levou a Sony, cerca de uns dois anos atrás, a abandonar completamente a fabricação deles, e se voltar totalmente para a tecnologia LCD. A propósito, eu tinha amigos na engenharia da Sony, que tocaram nesse assunto comigo, mas naquela época nem eu nem eles sabíamos dos problemas a que me referi anteriormente. Este ano foi oficialmente o fim das TVs de plasma Sony no Brasil.
Nada disso, porém, vai mudar o cenário onde vivemos, porque toda tecnologia tem os seus problemas, o país vai demorar a tornar padrão o sinal widescreen nas transmissões, e a cada nova tecnologia que aparece, será o consumidor que terá que correr atrás das informações, para não comprar errado.
Com esse despacho da Dra. Juíza, que foi citado nesta matéria, existe uma esperança de que este cenário mude. Neste momento, eu creio que o papel do fabricante é fundamental, para impedir que o consumidor final seja enganado na sua compra, e que o consumidor enfim, continue garantido pela lei de proteção, que é, sem dúvida, uma das maiores conquistas que este sofrido país já teve.
tenham cuidado com PIxels queimados nas TVs de Plasma da LG.
Comprei uma TV em maio e 10 dias depois notei que haviam dois pontos fixos vermelhos na tela. Entrei em contato com o atendimento ao consumidor da LG e a informação que me passaram era que esse problema estava previsto na pág. 05 do manual. Tentei argumentar dizendo que tinha até um laudo de um técnico de uma autorizada LG relatando que os pontos estavam muito acentuados chegando até a atrapalhar a imagem, mas eles se recusaram a trocar a TV.
Enviei uma notificação extra-judicial para a LG e aguardo uma resposta. Se isso não bastar ingressarei com uma ação no Juízado Especial Cível para que seja determinada a substituição do bem.
Prestem muita atenção ao comprar uma TV dessa marca.
Olah marcelo,
Acho a sua opinião equivocada. O consumidor não precisa saber sobre os detalhes tecnologicos da tecnologia que ele está comprando, somente um consumidor mais fanático por tecnologia (que sabemos ser a IMENSA minoria) sabe como funciona esse o plasma e o burn-in.
Para o consumidor comum, a grande maioria que sustenta o crescimento das vendas e o barateamento das tecnologias, não sabe e nem tem a obrigação de saber como funciona o plasma. Para ele, o produto que ele está comprando é uma TELEVISÃO, sendo ele da classe A,B,C ou Z. Portanto, é de se compreender que em uma TV que não se pode ver TV direito, quem tem menos culpa é quem compra sem ser informado disso.
O que acontece é que a grande maioria dos consumidores ainda cai na lábia do vendedor e os anuncios de publicidade e não lê manual de instrução (e de verdade, ninguem le manual antes de comprar o produto, alguns leem depois que compram).
Acho que a verdadeira culpa não é dos fabricantes. e sim dos vendedores que tem a obrigação de deixar claro quais as RESTRIÇÕES de uso normal do seu produto.
Olá Dr. Adriano,
tudo isso que você respondeu é claro e concordo plenamente, mas pelo visto, não me expressei corretamente, pois você não entendeu oq eu quis dizer com meu comentário…
O fabricante tem sim, que explicar todos os termos que usa, vivemos em um mundo de marketng e ganha aquele que mostrar mais siglas e termos em língua estrangeira. Mas a questão é que mesmo o fabricante explicando no manual o significado de Burn-In (em 528 páginas e com exemplos e ilustrações), o consumidor (a maioria e que por sinal, é sempre os que acabam reclamando posteriormente) vai sempre comprar sem perguntar muito…
Tipo, não estamos falando de um aparelho de rádio de R$30,00, mas sim de um aparelho com uma tecnologia nova e que custa mais de R$5.000,00 em média…
Só o fato de ser uma NOVA tecnologia, já deveria ser obrigação o consumidor correr atrás de informação… Não estamos mais em 1980, 70, 60… mas em 2006, onde não tem informação quem não quer… Lan Houses estão em toda esquina, jornais, revistas e outras mídias costumam destrinchar todos os assuntos com detalhes… Existe Google… SIM, temos GOOGLE!!! Enfim… pros advogados de plantão, essas reclamações costumam ser um prato cheio, afinal, quantos mais consumidores reclamando, mais honorários em seus bolsos… não é mesmo???
Levando-se em consideração que pra adquirir um aparelho de mais de R$5.000,00 o cosnumidor se enquadra no padrão das classes A/B, então supõe-se que o mínimo de informação (ou acesso a ela) ele deve ter, por isso, eu digo que quem compra um aparelho nesse valor e não pesquisa antes, pra entender melhor as teconolgias, tem mais é que quebrar a cara mesmo e correr atrás do prejuízo depois…
A fabricante tem culpa de não explicar??? Tem sim… repito, concordo plenamente!!! Mas custa o consumidor correr atrás da informação antes??? É muito trabalho, né… todos estão muito ocupados… querem tudo mastigadinho na mão, como se fosse a mãe deles preparando a papinha…
Sinto muito Adriano, mas sou super-ocupado, tenho brigas constantes com minha noiva por falta de tempo, devido ao trabalho, deixo de sair muitas vezes pelo mesmo motivo, mas isso não é desculpa pra me informar sobre tudo oq acontece ao meu redor… Já tenho meu plasma, já tenho meu LCD… em breve comprarei meu Blu-Ray (sim, ele vai dominar o mercado e o HD-DVD já nasceu morto… pesquisem pra saber pq digo isso…), enfim, não sou nenhum nerd e sedento por tecnologia, mas apenas faço questão de compreender e enteder aquilo que estou comprando…
Talvez por esse motivo, eu NUNCA, tive de recorrer a uma assistência técnica, a um suporte ou a um advogado… 🙂
A matéria se refere à distorção de imagem, mas apenas cita a mesma, mas não explica a razão do problema ou como solucioná-lo. Gostaria de maiores informações sobre tal problema, pois sempre que vejo esses televisores ligados nas lojas, verifico que as imagens ficam mais gordas, como se o formato convencional da tela tivesse sido simplesmente elastecido na horizontal da tela sem observância da proporcionalidade entre altura e largura.
Quanto à compra desses equipamentos, ou de qualquer outra novidade tecnológica, o meu comportamento é de geralmente até que esses lançamentos se consolidem, já que o risco da aquisição normalmente fica com o consumidor (vide casos beta X vhs ou modelos de automóveis que não pegaram).
Grato
A síntese de tudo isso é uma só, não existe respeito ao consumidor, às leis, a mais nada no Brasil. As pessoas até tentam comprar produtos de maneira correta, na loja, com garantia, etc, mas parece que o sistema soy yo de garantia ainda é o melhor. Infelizmente.
Só mais um comentário, todas essas TVs de plasma à venda no Brasil são lixos do 1o mundo, é só entrar nos sites americanos e ver (www.bestbuy.com por exemplo).
Obrigado.
Heli Meurer,
Entendo o seu drama pois já tive problemas parecidos com a PHILIPS… Entre nesse site de reclamações:
http://www.reclameaqui.net/
Cadastre lá uma reclamação, ela ficará pública, o seu caso será resolvido bem rápido… O meu foi resolvido na semana seguinte à publicação, depois de seis meses de conversa.
Boa sorte!
Obs.: Eu desconsidero o meu comentário se for o senhor Obigobaldo o comprador das referidas TVs, pois uma pessoa que fere nossos sentidos ao escrever tamanha bobagem deve comprar uma TV sem ao menos vê-la em funcionamento. Tratar nosso idioma com tamanho desrespeito (acreditando que este senhor seja alfabetizado, ao menos…) só demonstra como ele deve se portar quando vais às compras. Lamentável!!!
Caro senhor Marcelo:
Em razão à sua opinião, acho de extrema relevância esclarecer ao senhor que cabe, sim, ao fabricante a tarefa (se não a obrigação) de relatar toda e qualquer informação, de forma clara e precisa, que pode ser de interesse do consumidor, haja vista que a própria legislação pátrea, no Código de Proteção e Defesa do Consumidor, reconhece a fragilidade do consumidor nas relações de consumo, fato este de irrefutável valor, inclusive judicial, sendo que para o consumidor médio termos técnicos como burn in e outros não são fáceis de serem entendidos por pessoas sem os conhecimentos técnicos necessários. Portanto, jogar esta responsabilidade para o consumidor é, no mínimo, um contrasenso. Vale lembrar também que se equivocam aqueles que acham ser este um problemas cultural do brasileiro, pois se assim fosse não haveria notícias de ações oriundas de outros países, principalmente do mercado Norte Americano, em que a pressão foi tanta que até mesmo as redes de televisão mudaram para se adequar às novas determinações da justiça.
Eu até aceito o fato de o brasileiro ser um tanto desleixado no que diz respeito à busca por informações, mas isso não dá o direito de o fabricante omitir propositadamente informações que cabe a ele, e somente a ele, trazer à tona para dirimir quaisquer dúvidas dos compradores.
o problema das manchas é evidente em varias tvs de plasma da familia em varias casas.
por favo sem qrer cria uma celeuma aqui, discordo do segundo comentario do marcelo, porem o onus da informacao eh de qm vende mercadoria ou presta servico. eu como consultor sempre explico limitacoes possiveis e ienrentes ao servico prestado. nem sempre as propostas sao o q o cliente deseja.
se soubessem dos problemas mtos nao teriam adquirido os produtos.
parabens ao webinsider pelo tarbalho e que continue assim sem vender-se a interesses corporativos de possiveis anunciantes.
Leia
Eu comprei uma TV de plasma PHILIPS. Hoje, dia 17/07/2006, a assistência técnica Philips recolheu o aparelho para ver o defeito! O defeito são tarjas fortemente marcadas na tela (A tela está manchada) e imagem péssima, mesmo com transmissão digital NET. Os meios tons são manchas chapadas, a transição dos claros e escuros nas imagens em degrade é brusca. Além disso, tem pontos piscantes quando existe sombra, é irritante. As sombras são chapadas, sem contraste, algo que em monitores de computador já foi resolvido a mais de 10 anos. É simplesmente terrível ver a imagem das pessoas completamente manchadas. Eu tentei devolver para a loja, mas a MULTISOM de Porto Alegre alegou que só aceita devoluções em 7 dias. Isso vai contra o código do consumidor, pois eles teriam que aceitar o produto de volta durante todo o período da garantia. Eu tive problemas com minha maquina de lavar Enxuta, a qual foi trocada ela lojas Colombo nove meses depois da compra. Meus parabéns Lojas Colombo. Além disso, me pediram desculpas pelo problema. Depois de semanas tentando ativar a PHILIPS para devolver o produto, hoje recolheram para ver o problema do mesmo… Mas eu quero que fiquem com dita cuja me devolvam o meu precioso dinheirinho. Eu estou absolutamente irritado com a loja e com a fabricante. A assistência técnica me comunicou que pode levar dias, semana e até meses para que a trocar das peças seja feita (mas que peças vão trocar? a TV é um lixo, vão ter que trocar tudo). Enfim, pode demorar meses para me trazerem de volta a TV. Nesse meio tempo a família vai ficar assistindo os buracos na parede que eles fizeram para a ?COISA? na sala! Na MULTISOM não compro mais nem uma tomada! Da PHILIPS, eu esperava um atendimento ao consumidor melhor! Cresci ouvindo falar da qualidade Philips, dos ótimos produtos Philips, etc. e tal. Hoje, o logotipo da Philips não me transmite mais nenhuma credibilidade, mas sim, repúdio, raiva. Tenho a sensação de que a Philips passou a perna em mim e que é uma empresa sem escrúpulos, pois passou a perna também em muita gente honesta e trabalhadora, vendendo TVs que são um verdadeiro engodo! Ora, se eu soubesse que a TV produz uma péssima imagem, que mancha com incrível facilidade, não pagaria um real por ela! Na verdade, não gostaria de ter uma dessas nem de graça! E agora estão me enrolando! Sinto-me agredido, pois a TV saiu R$ 7.999,99, eu trabalhei duro para pagar tudo isso. Se eu tiver que entrar na justiça, vou processar a Philips e a Multisom por danos materiais, danos morais, por terem praticado marketing mentiroso (nem a loja nem o manual do usuário falam dos possíveis problemas da TV), falta de respeito aos direitos do consumidor e pela falta de assistência técnica adequada. Hoje a noite, quando chegar em casa, depois de ter gasto oito mil reais, não terei TV para assistir!
Ok… concordo plenamente que parte (apenas parte) da culpa é dos fabricantes, mas o maior culpado é o próprio consumidor que não busca informações sobre oq vai adquirir, ainda mais em se tratando de um produto relaticamente caro aos padrões brasileiros… Se os fabricantes deixam de passar informações, é porque a maioria dos consumidores age de forma simplista e não busca informações a respeito do produto que está adquirindo… Isso faz parte (infelizmente) da nossa cultura, onde esperamos a m. ser jogada no ventilador pra depois ir recolher as sobras. Não seria mais fácil perguntar antes e agir depois? Enfim, cada cabeça uma sentença… 🙂
Em tempo: As fabricantes SÃO culpadas também, não estou defendendo ninguém, porém, o consumidor tem de parar com essa mania de que sempre tem razão… tem de aprender a comprar também e não ir despejando seu dinheiro em tudo que vê na frente e depois corre atrás do projuízo.
Exe é o pais qui vivemos.