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Nunca se viu uma época tão promissora na área digital. Anunciantes pedindo muitos trabalhos, agências e produtoras contratando, veículos praticamente sem espaços para anunciar. As perspectivas para 2008 são ainda mais otimistas, com a evolução do mobile, da TV digital e de novas tecnologias.

No entanto, esse cenário tão positivo traz também um grande problema: o preço cobrado pelos projetos online está começando a ficar defasado em relação aos custos envolvidos.

Mas por que os custos desses projetos estão aumentando tanto? Este artigo vai falar sobre os motivos de um meio tão eficiente e mensurável ser tão barato, e depois vai mostrar onde estão as pressões de custo.

Por que os serviços digitais são tão baratos?

A internet se posicionou, desde o início, como um meio barato. Foi a maneira de tentar convencer anunciantes a investirem numa mídia que não tinha nenhum histórico.

Como as equipes eram enxutas, tudo era virtual e não havia nenhuma profissionalização, era possível oferecer preços muito baixos. Os maiores exemplos disso eram os ?criadores de home-pages?. Era muito fácil abrir uma produtora web e fazer trabalhos online. Com mais oferta que demanda e a falta de um padrão de qualidade, os preços eram realmente baixos.

Outros fatores contribuíam para os baixos custos: os profissionais da área eram jovens e aceitavam trabalhar por salários menores. As agências usavam a internet como bonificação caso fossem feitos outros trabalhos offline. Da mesma maneira, os veículos ofereciam espaços bonificados para quem comprasse um anúncio tradicional.

As próprias limitações do meio colaboraram para os baixos custos de produção: ao invés de fotos, usavam-se ilustrações. Som e vídeo eram praticamente inviáveis tecnicamente.

Quando a situação estava começando a mudar, veio o estouro da bolha, que afastou anunciantes e derrubou novamente todos os valores envolvidos.

Por que os custos estão aumentando?

O primeiro fator é que há cada vez mais pessoas envolvidas nos projetos. Primeiro, era só o webmaster. Depois virou a trinca com redator, diretor de arte e produtor. Hoje temos uma equipe enorme envolvida nos projetos, com atendimento, criação, arquitetos de informação, gerentes de projeto e motion designers. Consequentemente as horas gastas em cada trabalho aumentam.

O segundo ponto é o aumento dos custos de produção. Os sites e campanhas usam cada vez mais elementos complexos, como fotos, sons, vídeos, 3D, programação e inteligência artificial.

O fator mais complexo é a falta de bons profissionais, que estão, com todos os méritos, sendo valorizados. Esse é um fenômeno mundial: a oferta de mão de obra não tem conseguido acompanhar o crescimento da área. Resultado disso é que as empresas estão brigando pelos melhores profissionais, o que inclui, obviamente, salários. Tendo que pagar mais, os custos de cada projeto aumentam.

Como equilibrar essa diferença?

Alguns anos atrás, no mercado de automóveis, as montadoras tinham seguidos prejuízos. Entre várias medidas de reorganização do setor, uma delas foi aumentar o preço dos carros. Embora com efeito negativo num primeiro momento, além de voltarem a ser lucrativas, em 2007 as vendas de carros bateram recordes de vendas.

Por todos os fatores citados, não há muitas dúvidas de que os preços cobrados dos clientes pelos projetos online aumentarão em algum momento. Esse fenômeno acontece não apenas no mercado brasileiro, mas em todo o mundo.

Existem dois desafios a enfrentar. O primeiro é mostrar aos anunciantes que esse aumento de preço tem justificativa. Já existem muitos anunciantes, principalmente fora do Brasil, conscientes dessa questão e de que vale a pena investir mais para usar todos os benefícios que a área digital oferece.

O segundo e maior desafio, porém, é aprender a ser grande. O mercado online funcionou bem enquanto pequeno. Será que consegue manter toda a agilidade e inovação quando crescer, enfrentando questões como falta de profissionais e aumento de custos? [Webinsider]

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Avatar de Cezar Calligaris

Cezar Calligaris (cezar@gmail.com) é consultor de projetos digitais no Reino Unido.

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8 respostas

  1. Realmente nosso mercado sofreu grandes mudanças nestes ultimos anos, tenho acompanhado tudo desde 98.

    Percebo a dificuldade em encontrar bons profissionais, mas também vi várias e várias empresas que não pagam por um profissional experiênte o que merece, mesmo sendo considerado excelente. Conheço inumeros destes que desistiram de trabalhar nas empresas principalmente por este motivo. Acredito que se estas empresas mudarem sua posturante perante o profissional muitos podem considerar voltar a trabalhar com elas.

    Também temos o grave problema de agencias que literalmente escravisam seus profissionais, aceitam fazer projetos a preço de banana e colocam a sua equipe para trabalhar por três equipes. Este tipo de empresa deseduca o cliente fazendo pensar que fazer projetos online e estalar de dedos leva o mesmo tempo. Cansei de trabalhar e conhecer pessoas que passaram por estas empresas e embora os profissionais consigam fazer ótimos trabalhos nestas condições isto só prejudica todos neste ciclo, o profissional por não ter tempo para nada inclusíve seu aperfeiçoamento, a agencia por não conseguir profissionais permanentes gerando um rodizio continuo de profissionais, exaustos e descontentes e para o cliente que deixa de receber trabalhos inovadores e de maior qualidade.

  2. Concordo em número e grau.

    Acredito que uma das barreiras a enfrentar é o misticismo das grandes empresas em relação aos projetos on line. Há dificuldade em compreender o tempo necesário de execução das tarefas, a complexidade, o valor real da hora/homem e a dedicação de toda equipe envolvida em cada pequena ação.

    Por mais completos que os contratos estejam sempre há um furo que nos prejudica e acabamos por ter prejuízo no dia-a-dia.

    O ideal seria fazer um mini-treinamento para sanar todas as dúvidas, idealizações e ilusões que rondam o meio digital, para que assim fosse possível esclarecer tudo logo no início e depois ao longo do projeto, as coisas se desenvolveriam com mais assertividade das duas partes.

  3. Galera do ramo,

    quem acompanha o desenvolvimento da internet no Brasil desde meados da decada de 90 sabe que ja tivemos dois picos de negócios para internet. No final da decada de 90 os negócios da área de internet cairam muito pois as empresas precisavam de serviços de qualidade e isso fez com que grande parte do mercado de pequenas empresas não desse conta dos projetos.

    Desta forma começaram a se destacar no mercado agencias de grande médio porte que tinham estruturas baseadas em agencias de desenvolvimento de midia offline. As agencias eram organisadas em departamentos de desenvolvimento, criação, redação e por ai vai. Isto refletiu pro mercado o custo de um agencia de serviço bem organizada e com isso os custos sobem.

    Toda empresa tem noção da qualidade do serviço que precisa, assim sempre existira o sobrinho que fez o cursinho de websites e as agencias com serviços de alta qualidade.

  4. oi pessoal!
    sou sócio e diretor de criação da Agencia 4d, e concordo plenamente com essa matéria…
    é realmente muito dificil encontrar bons profissionais na area e quando se encontra é necessário brigar com as outras agencias para contratar… os preços estão subindo, sobretudo, porque a mão de obra também está ficando mais especializada, antes qualquer um fazia um cursinho de web e já saia produzindo… hj para produzir com qualidade um bom profissional precisa estar antenado e possuir uma boa formação academica, sobretudo, através das faculdades de Comunicação Digital, Designer e até de Publicidade…
    abrs,

  5. Fala-se tanto em vantagens quando se compara produção online com off-line – principalmente quando é para separar verba no orçamento -, porém com a valorização e a demanda que as empresas estão percebendo na mão-de-obra digital, isso pode ficar bem equilibrado. Creio que o único meio de escolher entre um e outro – claro, além de saber qual é o melhor caminho para seu produto, se ele funciona mais off-line do que online – será o ROI que cada um vai trazer. Tem de colocar na balança.
    Como trabalho na área hoteleira, infelizmente a mídia off-line ainda reina. Parece que os clientes querem tocar o serviço, sendo que tudo pode ser acessado online – bem mais rápido e bem mais fácil.

  6. Dizem por aí no mercado que uma grande agência online que abriu agora foi feita exatamente para isso: a agência principal, onde ela estava instalada, não conseguia cobrar os trabalhos online porque a cultura de muito tempo atrás era bonificar pelos projetos offline.

  7. Concordo plenamente com sua opnião. Trabalhei durante um ano em uma SiteHouse e o que encontrei por la foi justamente isso: desvalorização do trabalho online.

    Não se pode cobrar o devido valor do trabalho, pois o mercado ainda não aceita os preços. O que acaba acontecendo é que a empresa precisa manter uma equipe enxuta e sobrecarregada para se tornar viável, gerando funcionários estressados e desmotivados.

    Foi esse um dos motivos que me fizeram parar de trabalhar web.

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