Mais um briefing de mais uma marca que quer mais uma vez uma solução para mais um problema. Surpreenda. Encare o desafio de superar aquela outra marca que em outras circunstâncias, com outros recursos e outras necessidades conseguiu outra coisa mas que não interessa porque é mais uma vez, mais uma ideia pela qual você será julgado por comparação.
Mais uma vez você deverá convencer-se que a ideia é boa, convencer seus pares que a ideia é boa, convencer o cliente que a ideia é boa, convencer o público que a ideia é boa e convencer-se novamente que aquela ideia irá preencher seu firmamento de ideias estreladas.
Então, você tenta, tenta e tenta novamente. Você, o astro, o gênio com uma cronologia de encher páginas e mais páginas, você, que já navegou por todos os mares, todos as intempéries já enfrentou, você que se ofusca com sua própria imagem, vai precisar entrar numa sala lotada de neófitos e lançar petardos de entusiasmo para defender as palavrinhas que vão revolucionar a marca, apavorar a concorrência, virar a cabeça do consumidor e transformar uma cultura, quem sabe o destino da humanidade. Aquele quantum leap que vai ofuscar a Riviera.
Você acredita. Acredita que aquela propaganda merece a posteridade. Que você merece a posteridade.
Mas depois do delírio, você volta para responder a mais um briefing de mais uma campanha de mais uma marca que quer mais uma vez uma solução para mais um problema. Uma campanha de baterias, suco de laranja, lambreta, papel higiênico, remédio para fogachos e sudoreses da menopausa ou para uma candidatura para o Caboré.
É, você faz cocô como todo mundo. [Webinsider]
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