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Minha irmã acaba de escrever um livro (muito lindo) para a maior editora da França. Jabá orgulhoso feito, ela contou-me como se dá o lançamento.

Que a internet já mudou toda a cadeia produtiva e de divulgação de muitos setores, todo mundo sabe. Mas é de se alegrar quando uma indústria tão empoeirada, que tira seu sustento precisamente daquilo que está moribundo ? a coisa publicada em papel ? desperta, do alto de suas sábias rugas.

Quando o livro ainda está manuscrito, a editora envia uma copia, digitalmente é claro, para cerca de 200 leitores que se interessam pelo tipo de literatura em questão. Até aí, nada de novo: as editoras sempre fizeram esse tipo de teste.

Mas o que é diferente é que esses leitores estão devidamente conectados com seus próprios blogs e redes. A turma do sem-blog não serve, assim como não interessa quem só escreva em veículos especializados dead tree society.

A segunda novidade é que essas pessoas estão autorizados a divulgar criticas e o que quiserem do livro para seus leitores, mesmo que seja para destruir a obra ou xupinhá-la. Já sacaram que censura, jabá cozinhado e controle de pirataria é feitiço contra o feiticeiro.

Tudo isso acontece muitos meses antes do lançamento. Depois de um tempo, a editora analisa as repercussões, dos blogueiros e da audiência. Isso irá pautar o tipo de lançamento, o investimento na divulgação, e, claro, a tiragem do livro.

Simpática fórmula de lançamento.

Mas perguntei-me o que seria da imprensa tradicional.

Pois bem, a imprensa tradicional corre atrás. Ela corre atrás dos blogs, lê os trechos divulgados, acompanha os comentários e depois de solicitar o livro para a editora, planeja sua cobertura. Simples assim: atrasadinha que só. E, eventualmente, para recuperar o tempo perdido, ela resolve patrocinar o lançamento se associando na empreitada. Faz publicidade no livro e nos blogs que já ?lançaram? o livro. Como se a Rede Globo resolvesse anunciar no livro do Paulo Coelho lançado pela Planeta (chamando por exemplo para um seriado sobre o autor na TV).

A estratégia é tão cristalina e lógica, que assim contada, parece óbvia. E é.

Só assusta um pouco perceber que, com marginais exceções de nicho, o Brasil ainda valoriza conceitos tão antigos como exclusividade, jabás pagos, reverência aos veículos tradicionais, peneiradores de conteúdo e controle de direito autoral.

Sei não, mas no mercado editorial, na imprensa tradicional, nas agências de propaganda e além, ?I see dead people?. [Webinsider]

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Avatar de Fernand Alphen

Fernand Alphen (@Alphen) é publicitário. Mantém o Fernand Alphen's Blog.

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7 respostas

  1. NÓS TEMOS UM LIVRO PRONTO PARA SER LANÇADO, PRECISANDO DE UMA EDITORA PARA FAZER UMA PARCERIA,O LIVRO É: FALA COMIGO SENHOR,UM LIVRO DIFERENTE, ANTES DE ABRIR ORE E DEUS E ESCOLHA UM NUMERO DE 1 A 333 E DEUS VAI FALAR CONTIGO ATRAVÉS DE TESTEMUNHOS LOUVORES ACRÓSTICOS E VERSICULOS DA BÍBLIA QUE DIZ NÃO TEMAS, ABRAÇO E DESDE JÁ AGRADEÇO

  2. Só faltou comentar que, ao fazer isso, é necessário confiar nas pessoas para quem se manda o livro. Ou, se possível, tentar fechar de alguma maneira que o conteúdo do livro não seja repassado.
    O Brasil, infelizmente, é uma das ovelhas negras mundiais no que se refere à pirataria e a venda do livro ainda é o que rege, entre outras coisas, o pagamento ao autor.

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