O lançamento de um livro

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Minha irmã acaba de escrever um livro (muito lindo) para a maior editora da França. Jabá orgulhoso feito, ela contou-me como se dá o lançamento.

Que a internet já mudou toda a cadeia produtiva e de divulgação de muitos setores, todo mundo sabe. Mas é de se alegrar quando uma indústria tão empoeirada, que tira seu sustento precisamente daquilo que está moribundo ? a coisa publicada em papel ? desperta, do alto de suas sábias rugas.

Quando o livro ainda está manuscrito, a editora envia uma copia, digitalmente é claro, para cerca de 200 leitores que se interessam pelo tipo de literatura em questão. Até aí, nada de novo: as editoras sempre fizeram esse tipo de teste.

Mas o que é diferente é que esses leitores estão devidamente conectados com seus próprios blogs e redes. A turma do sem-blog não serve, assim como não interessa quem só escreva em veículos especializados dead tree society.

A segunda novidade é que essas pessoas estão autorizados a divulgar criticas e o que quiserem do livro para seus leitores, mesmo que seja para destruir a obra ou xupinhá-la. Já sacaram que censura, jabá cozinhado e controle de pirataria é feitiço contra o feiticeiro.

Tudo isso acontece muitos meses antes do lançamento. Depois de um tempo, a editora analisa as repercussões, dos blogueiros e da audiência. Isso irá pautar o tipo de lançamento, o investimento na divulgação, e, claro, a tiragem do livro.

Simpática fórmula de lançamento.

Mas perguntei-me o que seria da imprensa tradicional.

Pois bem, a imprensa tradicional corre atrás. Ela corre atrás dos blogs, lê os trechos divulgados, acompanha os comentários e depois de solicitar o livro para a editora, planeja sua cobertura. Simples assim: atrasadinha que só. E, eventualmente, para recuperar o tempo perdido, ela resolve patrocinar o lançamento se associando na empreitada. Faz publicidade no livro e nos blogs que já ?lançaram? o livro. Como se a Rede Globo resolvesse anunciar no livro do Paulo Coelho lançado pela Planeta (chamando por exemplo para um seriado sobre o autor na TV).

A estratégia é tão cristalina e lógica, que assim contada, parece óbvia. E é.

Só assusta um pouco perceber que, com marginais exceções de nicho, o Brasil ainda valoriza conceitos tão antigos como exclusividade, jabás pagos, reverência aos veículos tradicionais, peneiradores de conteúdo e controle de direito autoral.

Sei não, mas no mercado editorial, na imprensa tradicional, nas agências de propaganda e além, ?I see dead people?. [Webinsider]

.

Fernand Alphen (@Alphen) é publicitário. Mantém o Fernand Alphen's Blog.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Mais lidas

7 respostas

  1. NÓS TEMOS UM LIVRO PRONTO PARA SER LANÇADO, PRECISANDO DE UMA EDITORA PARA FAZER UMA PARCERIA,O LIVRO É: FALA COMIGO SENHOR,UM LIVRO DIFERENTE, ANTES DE ABRIR ORE E DEUS E ESCOLHA UM NUMERO DE 1 A 333 E DEUS VAI FALAR CONTIGO ATRAVÉS DE TESTEMUNHOS LOUVORES ACRÓSTICOS E VERSICULOS DA BÍBLIA QUE DIZ NÃO TEMAS, ABRAÇO E DESDE JÁ AGRADEÇO

  2. Só faltou comentar que, ao fazer isso, é necessário confiar nas pessoas para quem se manda o livro. Ou, se possível, tentar fechar de alguma maneira que o conteúdo do livro não seja repassado.
    O Brasil, infelizmente, é uma das ovelhas negras mundiais no que se refere à pirataria e a venda do livro ainda é o que rege, entre outras coisas, o pagamento ao autor.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *