Ética, ao menos para obter a lealdade do cliente

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O pressuposto básico de Ética para Sócrates era de que basta o homem conhecer o que é bom para que seja bom e que este conhecimento seria por si só capaz de tornar o homem mais sábio e melhor. Contudo, Sócrates afirmava que os homens não sabem o que realmente é a bondade e, infelizmente, nada nos faz pensar o inverso.

Para nós que trabalhamos diretamente com interesses econômicos de clientes, visando sempre resultados lucrativos, despreocupando–nos muitas vezes com as conseqüências de nossos atos, fazendo com que esta “noção de bondade” esteja cada vez mais escassa.

Confrontamos circunstâncias novas a cada dia e nossa conduta ética é colocada a teste em vários momentos, sendo muito freqüente nosso despreparo perante tais circunstâncias. Também pudera! Se os códigos de ética não são esclarecidos nem estabelecidos em nossas empresas ou em nossas vidas em sociedade, como saber qual seria uma conduta ética para determinada circunstância?

Tomemos como exemplo os escândalos políticos recentes em que empresas privadas viabilizaram o esquema de corrupção envolvendo o governo. Como será o código de ética regente nas agências dos publicitários envolvidos? Mas não são exceções; muitas agências agem de maneira duvidosa pagando propinas e abrindo concorrência desleal. Todos nós sabemos que isso acontece com uma freqüência nada saudável para nosso mercado. Entretanto, devemos nos esforçar para não nos conformarmos com tal cenário, proferindo frases como: “Este mercado é assim mesmo!”.

Portanto, é certo que as empresas privadas devem tomar iniciativa e estabelecer códigos de ética entre seus funcionários e clientes, pois este é o primeiro passo (se não o mais fundamental) para uma empresa dizer–se responsável socialmente. Porém, antes disso é preciso repensar como os profissionais são educados até o momento em que ocupam seus cargos nas empresas.

Lembremos do grande educador Paulo Freire que defendia a educação como ação cultural e o desenvolvimento da consciência crítica como conhecimento. Sua proposta pedagógica, onde professores e alunos aprendem juntos não só teorias, mas também valores, ensina a pensar corretamente sobre nossa presença no mundo do outro e com o outro, incluindo sempre o ético como um dos principais elementos da prática educativa.

As escolas em geral e principalmente as universidades devem incentivar este tipo de conduta em seus programas pedagógicos, pois são estas instituições que formam os funcionários e proprietários de negócios e empresas que afetam direta ou indiretamente a vida de muita gente.

Assim, as organizações devem entender a ética como ponto de partida, tanto quanto o lucro, pois é com ela que se assume o progresso como compromisso. E, no final das contas. Quem constrói a lealdade dos clientes é a honestidade, a confiança e a integridade. [Webinsider]

Guilherme Bova (grb@port.folios.nom.br) é designer da agência Tritone e integrante do grupo responsável pelo projeto Portfolio?s

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