Home office (e até sem office)

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Na primeira metade dessa década foram escritos no Webinsider vários artigos falando das vantagens do home office. Fazer de um ambiente da sua casa seu escritório, ter mais tempo para a família e deixar de lado problemas como o trânsito era um sonho para muitas pessoas. O sistema, porém, ainda não estava maduro o suficiente em quesitos como equipamentos, cultura corporativa e legislação trabalhista, e por isso ficou restrito a poucos profissionais de áreas muito específicas.

Recentemente alguns fatores, principalmente relacionados a custos, colocaram o home office novamente em pauta. Primeiro, a popularização da banda larga, dos programas de compartilhar documentos e a facilidade da telefonia VoIP. Segundo, a redução de preços de equipamentos como multifuncionais e de conferência.

Terceiro, o aumento dos problemas da vida em uma cidade, como trânsito e violência. Quarto, a fase de crescimento mundial, que fez com que as empresas se vissem limitadas em espaço físico para crescer. Por último, o fator multiplicador: pessoas que já trabalharam à distância passaram a ocupar cargos-chave permitindo a outras pessoas trabalharem da mesma maneira.

Mais do que isso, a tecnologia permitiu um outro conceito: o “no office”. Imagine o que é possível fazer com um smartphone, um notebook e um modem via celular. Nem em casa você precisa ficar mais.

Alguns exemplos de funcionamento

As soluções de flexibilidade têm sido bem criativas. Alguns exemplos:

  • Funcionários trabalhando parcialmente (duas ou três vezes por semana) em casa.
  • Funcionários totalmente home office, na mesma cidade ou em locais bem distantes.
  • Rodízio: funcionários com notebooks fazem um rodízio durante a semana, indo ao escritório em dias diferentes e dividindo uma mesma mesa.
  • Empresas sem escritório, com reuniões em cafés, restaurantes ou escritórios virtuais.
  • Empresas com escritórios complementares em localidades diferentes para reduzir custos.

A empresa paga aos funcionários o mobiliário, notebook, impressora, celular, telefone, banda larga, material de escritório e vale-refeição.

Limitações

Alguns lembretes para que o home ou no office deem certo para o funcionário:

  • É preciso ter cuidado para não ser “esquecido” pelos superiores, sempre reportando suas atividades e sucessos.
  • É preciso manter a troca de informações com as pessoas de sua empresa, assim como o networking. Não se fechar em uma bolha.
  • Disciplina é fundamental: se não consegue separar as atividades pessoais das profissionais, desista do home office.
  • Gaste somente o necessário. A não ser que você ganhe muito bem, seu escritório em casa não precisa ser aquele da revista de decoração.
  • Nada de trabalho 24/7. Livre-se do smartphone quando não estiver trabalhando.
  • Cada um trabalha de um jeito. Uns gostam de ouvir música, outros de trabalhar na beira da piscina. É preciso encontrar a sua maneira.

Alguns lembretes para que o home office dê certo para a empresa:

  • Sua adoção deve ser voluntária: alguns funcionários podem não se adaptar a esse método ou podem não ter espaço para escritório em casa.
  • Tudo à distância é sujeito a problemas de interpretação. Reunião com cliente, por exemplo, tem que ser presencial quando possível. Não precisa ser no escritório, pode ser em um lugar mais agradável.
  • Infelizmente a legislação trabalhista ainda é um dos principais problemas. Se um funcionário home office leva seu filho ao médico e trabalha até mais tarde por esse motivo, como a empresa vai provar em caso de uma eventual ação?
  • É preciso selecionar os funcionários que terão esse benefício: independência, organização e motivação são fundamentais.
  • Contratos e compromissos: formalizar as metas que o funcionário deve alcançar.

Concluindo

O trabalho fora do escritório ainda está bem longe de mudar o mundo. O que tem acontecido ainda não é uma mudança radical, mas uma ampliação da sua aceitação: depois do sucesso da fase experimental, grandes empresas estão aderindo a esse sistema.

É um caminho sem volta e cheio de vantagens: para o funcionário, fugir do trânsito, ter mais liberdade e permitir maior convívio familiar. Para a empresa, aumentar a produtividade do funcionário e reduzir custos fixos.

É cada vez mais comum ouvir histórias de pessoas bem sucedidas em suas atividades feitas longe do escritório. Será que um dia vamos conseguir nos libertar desses mundos fechados que os escritórios se tornaram? [Webinsider]

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Cezar Calligaris (cezar@gmail.com) é consultor de projetos digitais no Reino Unido.

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16 respostas

  1. gostaria de ter mais informações sobre essa pratica e como funciona detalhadamente.como posso mim escrever e ter maiores conhecimentos pra começar a trabalhar dessa forma e quais empresas são convenidas..obrigado.aguardo retorno.att lene mendes

  2. Trabalho em casa há 06 anos, tinha uma gráfica (quase morri). Reativei outra empresa que estava parada e fui trabalhar com design gráfico, logo mudei para design web, e fui evoluindo. hoje minha especialidade é gerenciadores de conteúdo.

    Não impporta onde se trabalha, de preferência em casa, você tem que se dedicar e ser bom no que faz. E rápido!

    Acho que na área de internet, não há motivo para o funcionário se deslocar até a empresa para desenvolver sistemas, faz de casa (ou da praia) mesmo, pela web a equipe tem condições de acompanhar o processo.

    Agora, reuniões são interessantes para melhorar as amizades, é sempre bom ter na rotina.

    Com cliente, pelo menos uma vez por mês para tomar um cafê. Afinal é ele que paga a conta.

    Abraços

    Fábio

  3. Trabalho em casa desde muito antes dos computadores e da internet. Comecei com uma olivetti portátil. Sigo até hoje na trilha. Não tenho ideia do que seja trabalhar em uma empresa, nem do que seja ter horário para entrar e para sair. Adoro minha vida.

  4. Olá Cezar

    Super pertinente seu texto. Só pela quantidade de comentários, já dá para ver o quanto esse assunto está em pauta.

    Eu trabalho como redatora independente (por opção) há um ano. Até me arrisquei a usar esse novo cargo porque muita gente confunde profissional freelancer com desempregado quebrando galho.

    É evidente que isso não se aplica a todos os freelas, e nem que fazer freela durante o desemprego seja ruim. Tudo depende do profissional, do seu nível de comprometimento, da qualidade do seu trabalho.

    Acho que esse formato freelancer já está meio que estabelecido. O home officer, me parece que não (uma pena, porque seria o melhor de dois mundos). Pelo menos em agências de propaganda/comunicação. Como é na sua agência?

    O fato é que fazer a transição entre o emprego tradicional e a vida independente não é fácil. O home officer ainda carrega o sobrenome da empresa. O freelancer é só ele mesmo. Tem que construir a sua marca pessoal, conquistar credibilidade para conseguir também valores mais altos pelo seu serviço. Quando liga para um diretor de criação, por exemplo, tem sempre que ouvir a telefonista perguntar: Fulano de onde?

    Apesar de tudo, a vida de freelancer tem grandes vantagens para quem se adapta e consegue se disciplinar. Além dos óbvios tempo flexível & menos trânsito, também é uma oportunidade de conhecer mais gente, se envolver em diferentes projetos, variar de cenário. E se tiver um volume legal de clientes e jobs, pode ganhar igual ou até mais do que com carteira assinada em agência.

    Torço para que esses novos formatos fiquem cada vez mais populares. Com certeza, vai ter lugar pra todo mundo: para quem quer a segurança do emprego, para quem gosta de sair de casa todo dia para a empresa e também para quem prefere uma vida mais independente, dinâmica e flexível.

  5. Oi Cezar! Não me adaptei muito ao home-office (achei bacana somente nos 3 primeiros meses) mas adorei o que eu tô chamando de remote-office (estou trabalhando com minha equipe daqui de Brasília em escritório físico, atendendo clientes distantes em São Paulo e outras cidades). Os meios de comunicação nos deixam mais presenciais, alternados por visitas de fato em momentos estratégicos dos projetos.

    O lado bom é que existe a opção de não nos aglomerarmos tanto nos grandes centros, permitindo uma melhora de qualidade de vida em alguns aspectos. Essa melhora é relativa – perdermos também um pouco da imersão cultural/social que esses grandes centros propiciam (temos que ser justos no raciocínio). Esse tipo de escolha está muito relacionada ao momento de vida de cada um para testar e descobrir o que é melhor. E bom mesmo é termos opções! =)

    Parabéns pelo texto! Um grande abraço!

  6. Oi Cezar,

    Acho que a questão é a adaptação inicial. É uma mudança grande de paradigma. Também trabalho no esquema home office há um ano e agora não quero outra vida pra mim.

    Visito os clientes algumas vezes por semana, assim estou com a networking sempre em dia. Tenho tempo para malhar, pra olhar os deveres das crianças.

    Enfim, acho que passada a fase inicial, imagino que quase ninguém consegue voltar ao antigo esquema.

  7. Ola Cezar,

    Com certeza essa é uma tendência, que no exterior já emplacou faz tempo.

    O que tenho percebido é que nós Brasileiros ainda possuímos uma certa insegurança em relação a isso. Também percebo certa carência em relação a grandes sites com conteúdo ou até ferramentas voltadas para esse público home officer e freelancer.

    A mais ou menos dois anos atrás existiam uma série de sites, começando a desenvolver ferramentas online para esse público, o tempo passou e muitos morreram na praia.

    Apesar de tudo existem duas ferramentas muito boas atualmente no mercado uma dela criada pela própria catho online.

    http://www.cathonegocios.com.br
    http://www.freela.com.br

    Um abraço,

    Renato Araújo

  8. O artigo veio em boa hora, eu estava pensando mesmo nisso.
    Ainda não trabalho em casa, mas estou seriamente pensando em aderir a este modelo.
    Fico pensando no efeito psicológico dessa mudança, meu e da minha família. Mas pelos comentários acima fiquei animado.

  9. Estou começando no home office. Full time. Uma vez ou outra vou à empresa, que fica no interior de SP. Acho que a tendência, no futuro, pelo menos na minha empresa, é 50% das pessoas trabalharem em casa. Só a execução mesmo que vai existir fisicamente. Estou gostando. Há a necessidade de adaptação inicial, mas está dando tudo certo. A estrutura tecnológica principalmente precisa estar funcionando bem. É muito importante, antes do desmame, que o modelo seja treinado por pelo menos uns 6 meses. Simule que já está fora da empresa, mas estando lá, e canalize todo o fluxo de trabalho para o ambiente web, e boa sorte.

  10. Eu trabalho como full home office há dois anos. Tive dificuldade em me adaptar no início, pela falta de pessoas ao redor para conversar, compartilhar, por estar em casa o tempo todo, por uma certa indisciplina e conciliação de trabalho com vida pessoal, enfim. Mas hoje não quero outra vida! A flexibilidade, o sossego, o conforto e a independência realmente não têm preço.

  11. Já trabalho há algum tempo como full home-office e faço reuniões por telefone. Cada um em uma parte do mundo, e pra mim deu mto certo. Aliás eu enumero mtos pontos positivos: não tem trânsito, não paga estacionamento, não tem desgaste do carro, risco de levar uma multa, comer em casa (eu acho restaurante por quilo um horror), poder usar sua banda-larga como quiser, não ter q aguentar mal-humor dos outros, poder fazer outras atividades em casa qndo sobre um tempinho, trabalhar com roupas confortáveis, não precisar respirar no ar-condicionado com milhões de bactérias e ainda brincar com o cachorro no horário de almoço 🙂

  12. Cezar, infelizmente aqui no Brasil isso ainda é raro.
    Os gestores acham que vendo os funcionários, irão controlar suas ações.
    Trabalhei remotamente durante 1 ano, dei meu sangue, sempre procurava compartilhar com todos o que acontecia, estava sempre disposto a ajudar, até me oferecia para projetos que nem cabiam a mim e a única coisa que ganhei foi a minha dispensa.
    Por outro lado foi bom, agora consigo me dedicar a realmente algo que me dá tesão em fazer, Coaching.

  13. Ainda vale mencionar o crescimento do cloud computing pra facilitar o também acesso à programas e informações da empresa.

    Se bem que ainda há as desvantagens da pequena proximidade entre os funcionários, reduzindo a comunicação (o que frequentemente gera retrabalho) e até mesmo a noção de que mesmo em ambientes de trabalhos distantes, a equipe ainda é uma equipe.

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