Eu não fui com a cara do iPad de princípio, mas pessoas muito inteligentes e espertas que eu conheço compraram e ouvi de uma delas que considerava-o um produto revolucionário.
A oportunidade apareceu para eu comprar um desses “iPhones tamanho família”, como escutei alguém explicar do que se tratava o iPad para o amigo do lado.
Sim, ele é ergonomicamente feito para ser usado em movimento. Você já tentou usar um laptop enquanto espera em uma fila de banco?
Sim, o monitor é sensível e tudo é ajustado e comandado segundo o contexto do programa que está sendo usado.
E sim, ele funciona bem para quem quer ler material em PDF ou consumir ebooks.
Mas esses não são, para mim, o que está na raiz da inovação trazida pelo iPad. (Aliás, é um produto que geralmente passa a fazer mais sentido a partir do uso cotidiano. É difícil “sacar” o iPad sem explorá-lo no dia-a-dia.)
A grande mudança trazida pelo iPad – e isso talvez seja lugar comum para usuários de iPhone – é a transformação do conceito de “programa” – o que é e para que serve.
Para o usuário comum de computador, o programa tem pelo menos duas características: é um arquivo pesado e é caro. Logo, comprar (ou baixar) e instalar um programa requer um grau de expertise no manuseio da máquina.
Nos acostumamos a tratar programas como uma espécie de louça cara e que deve ser mexida (instalada ou desinstalada) com atenção.
O iPhone e agora o iPad re-significaram essa ideia simplificando radicalmente o processo de buscar, instalar, testar e depois comprar um programa. E eles deixaram de ser coisas grandes e caras que fazem dezenas de coisas para, a um preço acessível, se tornar pequenos resolvedores de problemas pontuais.
Um estudante universitário vai encontrar várias alternativas que sirvam para ajudá-lo naquilo que é peculiar à sua rotina e hábitos. Um engenheiro terá outros aplicativos à disposição, e assim por diante.
Por muito pouco, o iPad não substitui o computador. Pode substituir, mas faz falta uma saída USB. E em muitos outros aspectos, o que ele entrega para o usuário é superior ao que mesmo um laptop pode fazer. [Webinsider]
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Juliano Spyer
Juliano Spyer (www.julianospyer.com.br) é mestre pelo programa de antropologia digital da University College London e atua como consultor, pesquisador e palestrante. É autor de Conectado (Zahar, 2007), primeiro livro brasileiro sobre mídia social.
3 respostas
“Para o usuário comum de computador, o programa tem pelo menos duas características: é um arquivo pesado e é caro.”
Usuários de Linux (Ubuntu) e do Android também sabem o que é este “novo” conceito de programa, isso não é exclusividade da Apple.
Que mania que usuários da Apple tem de distorcer as coisas…
opa, felipe. a apple tem um pacote parecido com o office da microsoft e um dos itens chama-se Numbers, que corresponde ao Excell. tenho quase certeza que uma versao dele está disponivel para IPad e o custo é relativamente baixo comparado com o programa completo – sendo que, tenho a impressao, ele nao é o programa completo, é uma versao simplificada. abraços
O iPad serviria para quem trabalha com excel?