As ferramentas de gestão de conteúdo (final)

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Na primeira parte deste artigo dividimos as ferramentas de gestão de conteúdo em quatro grupos distintos: editor HTML, publicador, CMS (Content Management Systems) e CMS Avançado. Abordamos os dois primeiros grupos e agora vamos avançar nos sistemas de gerenciamento, ainda pouco explorados.

Content Management Systems

As primeiras iniciativas de criação de sites, departamentais ou até corporativos, dentro das empresas, fizeram com que as ferramentas, antes voltadas para só para a publicação, viessem a olhar o conteúdo com mais propriedade.

Mesmo na internet os sites de notícias (jornais e revistas) passaram de apenas cópias de suas versões impressas para um conteúdo mais dinâmico e com maior velocidade. O surgimento dos grandes portais como IG, Globo.com e Terra, por exemplo, também contribuíram.

As ferramentas se preocupam agora, principalmente, com a reutilização do conteúdo – oferecer possibilidades de relacionamentos internos e externos de um conteúdo com outros; tratar diferentes tipos de dados como texto, imagens, vídeos, links; oferecer funcionalidades de interação com o usuário.

Facilitar o controle da produção é o foco principal dessas ferramentas. Elas precisam da capacidade de construir workflow customizado, controle de versões e segurança. Isso significa mais controle do conteúdo e do seu processo de produção e atualização.

As ferramentas se tornaram mais maduras, permitindo a construção de soluções mais complexas, exigências normalmente encontradas no ambiente corporativo e na atual fase da web. O CMS torna–se a ferramenta mais apropriada para a criação das intranets e de sites internet que necessitam publicar grandes volumes de informação.

No mercado nacional podemos destacar o Calandra da ISM, desenvolvido em Lotus Script e Java, na plataforma Lotus Domino, mas com a possibilidade de rodar em applications server Java com bancos de dados relacionais. Lá fora destacamos o Vignette, que foi o primeiro sistema de gestão de conteúdo, um dos mais avançados em funcionalidades, mas com o custo de implementação alto, porque até sua interface necessita ser customizada. Outros como Interwoven, Documentum e Stellent têm boa representatividade no mercado internacional. Todos eles anunciaram versões mais novas que agregam evoluções importantes.

CMS avançado

Com o surgimento de novas necessidades e ampliação das já existentes, juntando com a convergência para a web, as ferramentas devem evoluir cada vez mais, sem perder o foco no conteúdo, mas agregando outras informações oriundas de outros sistemas, facilitando a construção de Portais Corporativos.

O próximo passo, então, é tratar o conteúdo com mais qualidade e oferecer novas possibilidades de uso. Esta fase será de ferramentas que tratam diversos tipos de conteúdo, possibilitando inclusive ao usuário criar novos tipos, próprios da corporação. Neste ponto é possível agregar novos campos e variáveis que permitem a construção de tipos distintos de conteúdo.

Por exemplo, eu poderia criar um tipo de conteúdo Filme, onde campos como autor, diretor, produtor, elenco, sinopse e outros permitiriam enriquecer a classificação deste conteúdo. Do lado da publicação, poderia construir um template apropriado para mostrar esses filmes como em um catálogo, só que com a possibilidade de ver o trailer ou o próprio filme.

Para tratar esse conteúdo de forma eficiente, os metadados adquiriram enorme relevância. A partir do momento em que o conteúdo está armazenado estruturadamente, surgirão módulos experts, que possibilitarão extrair informação sobre esses dados armazenados. Hoje já temos tecnologias capazes de classificar textos automaticamente pela sua semântica e a criação de ontologias apropriadas (taxonomia).

Outro vetor importante é o mapeamento de processos corporativos. Já existem ferramentas de workflow, mas não específicas para gerenciamento de conteúdo. Esses módulos de workflow permitiriam mapear processos do fluxo de conteúdo da corporação para a ferramenta, de forma a formalizar um processo interno. Assim, a gestão dos documentos corporativos, agora eletrônicos, ficaria mais profissional. Juntando tecnologias como criptografia e assinatura digital já poderíamos pensar em dar adeus aos papéis. Imaginem a redução de custo e o bem que não faria para a ecologia. O único entrave seria a legislação.

A integração fica mais fácil e necessária. O conceito de Portal Corporativo fica mais forte e entendido como sendo o único ambiente de trabalho necessário, onde, a partir dele, é possível acessar qualquer informação ou sistema. Não importa onde você esteja: no escritório, em casa, no avião (se a companhia aérea tiver acesso à internet) é possível trabalhar e interagir com outras pessoas do seu trabalho, seus clientes, parceiros ou fornecedores. Trabalhar a qualquer hora e em qualquer lugar.

Desculpa pessoal, mas pensem no lado positivo. Você poderia comprar aquele sítio (não é site) ou chácara e trabalhar em casa, curtindo todas as facilidades do seu lar, junto com sua família, e desfrutar da natureza ao mesmo tempo em que trabalha. Tudo tem um lado bom.

A informação (conteúdo) tem relevância constatada em diversas iniciativas de e–business, como B2B, B2C e B2E, ou no e–learning, ensino a distância (não presencial) e na construção de Universidades Corporativas. Todos tendo como suporte um site de conteúdo gerenciado por uma ferramenta de gestão de conteúdo.

Personalização. Nesses casos uma funcionalidade muito importante fica cada vez mais necessária: a personalização. Em se falando de gestão de conteúdo, podemos destacar três tipos de personalização.

A primeira quando você faz parte de um grupo distinto de indivíduos com conhecimentos e interesses comuns, como por exemplo, médicos e engenheiros. É possível direcionar conteúdos mais relevantes para esses grupos, assim que eles forem identificados e criar um design mais simpático para eles.

A segunda forma de personalização é deixar que cada indivíduo escolha o grupo de informações mais relevantes para ele. Ele daria maior destaque e visibilidade a essas informações, sem perder o acesso às outras.

A última seria a capacidade de ofertar informações correlatas ou complementares. Por exemplo, você é um estudante de engenharia ambiental e está lendo um artigo sobre a Amazônia. O site (comércio eletrônico ou de ensino) estaria ofertando produtos regionais, como artigos confeccionados com couro vegetal, produzidos a partir do látex extraído pelos seringueiros, pacotes de viagens de ecoturismo, informação sobre preservação das matas e florestas ou como funciona ecossistema da floresta amazônica.

A colaboração e a comunicação direta tornaram–se muito importantes. Criar conteúdo colaborativamente, com reuniões virtuais. Com os outros participantes localizados em qualquer parte do mundo (e você no seu sítio, lembra?). A integração com ferramentas de colaboração, mensagens instantâneas, chat e fórum é fundamental. Imaginem uma videoconferência gravada, servindo como fonte de consulta e pesquisa. Salvar um bate–papo num chat, entre você e seu cliente, e transformá–lo em um conteúdo publicado na intranet ou no site do projeto que vocês participam.

Todas essas tecnologias já existem, mas ainda não são utilizadas com esse grau de integração e interação, visando construir soluções tão avançadas.

Como podemos ver, a gestão de conteúdo agrega valor a várias outras iniciativas que envolvem o uso da web. A adoção de ferramentas, que evoluem constantemente para atender a crescente demanda de necessidades, é fundamental para tornar soluções baseadas em conteúdo possíveis. O ciclo continua – quanto mais necessidades, mais funcionalidades ou ferramentas serão criadas para atendê–las; quanto mais fácil se torna executar as tarefas, novas necessidades vão surgir.

Do lado da tecnologia, a adoção de padrões de mercado como XML, Web Services, J2EE ou .NET são cada vez mais importantes. O W3C, organismo que regulamenta a Web, apesar de lentamente, vem ajudando na formação desses padrões, que as grandes empresas tendem a seguir. As ferramentas de CM devem seguir essas tendências.

A gestão de conteúdo pode ser a base para a gestão do conhecimento, tratando do conhecimento explícito, facilitando sua produção, disseminação e localização. Possibilitando o seu uso para a criação de novos conhecimentos com integração, colaboração e facilidades de comunicação.

Ao mesmo tempo, a sua adoção necessita da gestão de conhecimento para ser implementada, porque é preciso mudar a cultura, pressupostos e práticas já arraigadas. Facilitar a colaboração em detrimento da competitividade e muitas outras práticas.

Devemos ter em mente que pensar com foco reduzido ou isolado, criando soluções pontuais, não é a melhor prática. É necessário pensar alto, de forma corporativa, planejar as ações e só então atuar pontualmente, atendendo onde é mais necessário ou mais fácil implementar.

A decisão de como atuar, se pontualmente ou corporativamente, depende da capacidade de investimento, da maturidade tecnológica e da cultura organizacional das empresas.

Mas é fundamental ter a visão corporativa e planejar as ações para reduzir o custo de investimento (TCO – Total Cost of Investment) e conseguir medir e obter retorno mais rápido (ROI – Return Of Investment). [Webinsider]

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<strong>Ricardo Neves</strong> é profissional de TI, líder de projetos e gerente de desenvolvimento. Experiente em desenvolvimento de sistemas portais, gestão de conteúdo e comércio eletrônico.

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