Hermes, o deus da cybercoisa, e a publicidade

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Livro: Hermes, o deus da cybercoisa
Autor: Fernand Alphen
Editora: Brasport

Desconecte–se. Pare de se deslumbrar na frente do monitor. A Internet, ou melhor, a internet não é nada demais. Continuamos a ser os mesmos homens e os mesmos profissionais quando a usamos para nos comunicar. Entretanto, a internet surgiu a partir da demanda de uma sociedade em transformação, mas não é ela quem está alterando as relações sociais e comerciais e sim os homens que se utilizam dela.

Falar de internet para Fernand Alphen, é falar dos homens. Na Grécia Antiga, os mitos eram usados para explicar e entender as agruras da vida humana. Fernand sobe ao Olimpo e traz de volta o deus Hermes, aquele que tinha asa nos pés e papas–na–língua, para representar esse novo meio de relacionamento humano.

Com texto ágil e salpicado de adjetivos, Fernand descreve e compara as características de Hermes com a novidade: “Hermes também simboliza as múltiplas leituras das mensagens no espírito das pessoas, todas igualmente convencidas que as entenderam bem. Hermes é o deus do hermético e da Hermenêutica. Claro e oba!” Por esse motivo, discutir as mudanças que o real está trazendo ao virtual é tão complicado.

Sim, é o real que está alterando o virtual e não o contrário. Segundo o autor, o virtual sempre existiu: ele está na nossa mente. Fazemos representações do real para lidar com tudo. “Sexo virtual é um pleonasmo. Amar é uma figura de retórica”, sintetiza Fernand. O que está acontecendo hoje através da internet é o compartilhamento e esticamento desse virtual a proporções planetárias.

Mas não é só de assuntos abstratos que as crônicas que compõem o livro tratam. Fernand Alphen é publicitário numa das maiores agências do Brasil e, como tal, aborda o assunto publicidade online várias vezes.

Critica o formato banner de 12 Kb até não poder mais. Teve até pesadelo com a personificação insólita do pobre coitado. Para ele, outros formatos que permitam maior criatividade na criação precisam ser explorados.

Apesar do mirrado banner ainda ser o formato padrão até hoje, Fernand acredita que “a publicidade online, na internet, pode e vai revolucionar a publicidade no dia em que pudermos superar as deficiências técnicas do ambiente.” Ele conclui isso a partir de uma análise dos diferentes tipos de interatividade que a publicidade permite (on demand, manipulada, de resultado e de imersão) e suas características emocionais ou racionais. “A publicidade online é a única que permitirá interatividade de alto nível (de resultado e imersão) com interatividade emocional,” prevê o autor.

Para isso acontecer, é preciso não só mudar os formatos, mas principalmente mudar a mentalidade dos que abordam o assunto. O “estouro da bolha” provou que é preciso muito mais do que infra–estrutura tecnológica, investimentos e velocidade para ter sucesso com a internet. É preciso, acima de tudo, ter talento criativo.

As crônicas do livro sobre esse fatídico momento da história da internet são de um sarcasmo incomparável. Entender os erros que levaram ao fracasso no passado, é essencial para sobreviver ao futuro. Por isso, esse capítulo é altamente relevante para quem está se movendo no mercado hoje.

O autor finaliza o livro com uma crônica que identifica a derrocada da sociedade de massa e o papel da internet para criar um novo paradigma. Porém, não podemos vê–la apenas como uma nova mídia, um novo canal de negócios. O parágrafo derradeiro do livro profetiza: “A internet é tão–somente uma plataforma de expressão dos humanos. Qualquer iniciativa que pretender, de forma artificial, limitá–los, enquadrá–los, agrupá–los e principalmente calá–los é pequena e efêmera.” [Webinsider]

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Frederick van Amstel (fred@usabilidoido.com.br) é editor do Usabilidoido e mestrando em Tecnologia pela UTFPR.

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3 respostas

  1. Pingback: » QuitFacebookDay é questionável e o Facebook também Webinsider
  2. Gostei muito do artigo, ele aborda a necessidade que o homem tem de se comunicar e a internet é o meio mais abrangente de interação.
    Abraço.

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