Desenvolver jogos já é negócio no Brasil

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A Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos) divulgou os resultados da pesquisa intitulada “A indústria de desenvolvimento de jogos eletrônicos no Brasil”, realizada com objetivo de mostrar a situação atual das empresas e levantar dados para atrair potenciais investidores do setor público e privado, do país e exterior.

A pesquisa, que enfoca o universo dos desenvolvedores, foi realizada entre 21 de fevereiro e 3 de abril e os resultados referem–se à distribuição geográfica, segmentação da atividade, crescimento nos últimos anos, faturamento médio, empregabilidade e perfil dos profissionais do setor.

A história da indústria de games brasileira é mais antiga do que se imagina. Desde os anos 80 há uma tentativa de penetração neste mercado. As primeiras empresas foram fundadas em 1992; em 1997 o movimento aumentou fortemente e em 1999 o Brasil teve recorde de fundação de empresas (21% do total).

Hoje há registro de 55 desenvolvedoras em atividade. O Paraná abriga a maioria, 33% das empresas do setor. São Paulo está em segundo lugar com 30% e Rio de Janeiro em terceiro com 12%.

De acordo com Marcelo Carvalho, presidente da Abragames e sócio–diretor da Devworks Game Technology, a concentração de empresas no Paraná deve–se a criação da Gamenet–PR, rede de empresas local e ao investimento do governo do Estado: “já nos outros estados as empresas surgiram através de iniciativas isoladas ou em incubadoras de empresas”.

O número médio de funcionários nas empresas de jogos é de aproximadamente 15 pessoas, sendo que as desenvolvedoras do país apresentam uma proporção de programadores e artistas (ilustradores e modeladores 3D), diferente de mercados consolidados como Inglaterra e Estados Unidos, onde normalmente existem dois artistas para cada programador. Os motivos podem estar relacionados à existência de muitos cursos de graduação em Ciência da Computação que estimulam o desenvolvimento de jogos, no entender da Abragames.

O mercado de jogos no Brasil está dividido em nichos. A maioria das empresas foca o segmento tradicional de entretenimento (72%), porém nota–se o crescimento do interesse pelos advergames (jogos com vocação publicitária) e o início da produção de business games (simulação de negócios cuja finalidade é o aprendizado) e middlewares (ferramenta necessária para o processo de desenvolvimento e manutenção de jogos).

Segundo Jairo Margatho, gerente de marketing da desenvolvedora Délirus Entertainment, as agências de publicidade já reconhecem no advergame uma mídia interativa que tem um público potencial que passa pelo menos quatro horas no computador. “O mercado brasileiro tem potencial para investir neste ramo e também no business game, este que já é utilizado como forma inovadora de treinamento para empresários que aprendem se divertindo”, completa Margatho.

A promessa dos smartphones. Neste contexto, a maioria das empresas também foca o mercado de PC (63%) e os celulares (22%). De acordo com Tarqüinio Teles, presidente e diretor de marketing da desenvolvedora Hoplon Infotainment, o conhecimento dos programadores, adquirido nas universidades, ainda é voltado para o PC.

Segundo Rafael Nanya, responsável pelo desenvolvimento de aplicações móveis da Délirus, o crescente investimento na produção de jogos para celular deve–se, principalmente, à inibição da pirataria proporcionada pela tecnologia Brew. “Além disso, a tendência é que daqui a três ou quatro anos os smartphones sejam popularizados; assim cada pessoa terá o seu computador pessoal na palma da mão, que será utilizado também como um dispositivo para os aplicativos, inclusive jogos”, afirma Nanya.

A dificuldade em obter as licenças dos kits de desenvolvimento para os grandes consoles ainda é grande, o que impede a penetração das desenvolvedoras brasileiras neste ramo. Sem distribuição oficial também não existe suporte, nem incentivo. Um dos empecilhos para que esse cenário mude é a pirataria no país que, segundo estudo do IDG Consulting, realizado em 2004, é de 94% e causa o prejuízo de aproximadamente U$ 210 milhões.

Mesmo com índices de pirataria tão elevados, o mercado mostra potencial. De 2003 para 2004 o crescimento do faturamento das empresas chegou a quase 40%. As desenvolvedoras brasileiras faturam aproximadamente R$ 18 milhões e se incluímos distribuição, embalagem, marketing e publicidade, a estimativa gira em torno de R$ 100 milhões.

De acordo com a pesquisa, o faturamento por estado é equilibrado. Muitas empresas aumentaram o faturamento para a faixa entre R$ 960 mil e aproximadamente R$ 2 milhões e continuam surgindo empresas menores com faturamento de até R$ 240 mil. De acordo com Carvalho, esta pesquisa mostra o potencial de crescimento do mercado de jogos no país. [Webinsider]

Alessandra de Falco (alessandrafalco@ufsj.edu.br) é professora de Jornalismo Online e Planejamento Visual Gráfico na Universidade Federal de São João del-Rei-UFSJ. Tem experiência profissional nas áreas de Jornalismo Científico e Tecnológico e Comunicação Organizacional. Faz parte da Rede de Pesquisa Jornalismo e Tecnologia (JorTec).

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14 respostas

  1. Desenvolver games está ficando cada vez mais fácil. Aprendi a fazer jogos na internet buscando por tutoriais. Estou montando um site, já com dois games grátis online, que desenvolvi com o Blender 3D e o Unity 3D.

    Pra quem quiser conferir meus jogos:
    http://www.kilofone.com

    Pra quem quer começar, recomendo esses dois softs que possuem versões grátis.

  2. Quatos vocês pagam por um gta novo com personas,armas,códigos e cidades novas.

    Muito obrigado pela oportunidade!!!…

    lass

  3. A matéria esté ótima, somente uma observação a respeito das empresas tentarem arriscar mais nos candidatos e deixar um pouco de lado o curriculum, como se pode avaliar um profissional num mercado pouco explorado, o ramo esta começando a crecer no Brasil a etapa agora e de arriscar mais no pessoal com interesse. Fazer o cara mete a mão na massa pra poder avaliar se o cara vai ter dom ou não.

  4. Ótima materia oque realmente falta hoje para criação de jogos,é modeladores 3D oque meche na parte artistica,não é raro nem ilario.
    Porém hoje é facil achar programadores, mais na área de modelagem está dificil de achar alguem capacitado.
    Mais parábens pelo site

  5. SOU PROGRAMADOR DE JOGOS VB c/ DX e Gostei da materia, vejo que realmente ha interesse dos nossos governantes e empresas do ramo em consolidar a criação de jogos no Brasil, ainda isso é um bebezinho, teremos que lutar muito por isso, mas esta em crescimento e isso é bom, existem varias linguagens de 4ª geração que nos possibilitam a criação de jogos e varios aplicativos para modelagem 3D,
    se alguem se interessa nessa area, deve escolher o que quer fazer no jogo…programador! designer! produtor de audio e etc, e se especializar em uma dessas!

    Abraço a todos

  6. eu tbm quero saber como entrar para essa área de trabalho, tudo o q preciso na verdade é um contato com alguém q já trabalhe com isso, eu já sou nível intermediário em modelagem 3D, se alguém puder me contatar agredeço

  7. TREINAMENTO

    Com o grande crescimento da industria de jogos eletrônicos no Brasil e no mundo, cresce também a necessidade de profissionais tecnologicamente qualificados, como por exemplo programadores, pois os jogos eletrônicos na verdade são softwares, designers, músicos, desenhistas, roteiristas e etc. É fundamental a capacitação e o aprendizado das novas tecnologias e das ferramentas aplicadas. A Palestra tem como objetivo geral abordar os seguintes assuntos:

    1 ? Cronologia (principais avanços);
    2 ? Designer de Jogos;
    3 – Consoles (Ferramentas de Desenvolvimento);
    4 ? Desenvolvimento de jogos eletrônicos no Brasil;
    4.1 ? Cenário;
    4.2 ? Oportunidades
    4.3 ? Ameaças
    5 ? As principais formas de atuação das Empresas de Desenvolvimento;
    5.1 ? Advergames;
    5.2 ? Celulares;
    5.4 ? PCs;
    5.5 ? Educação;
    5.6 ? Motivacional (Recursos Humanos);
    5.7 ? Jogos on line;
    5.8 ? TV Digital;
    5.9 ? Mercado Externo;
    6 ? Competição Internacional;
    7 ? Cenário mundial de Desenvolvedores de Jogos Eletrônicos;
    8 ? Estrutura dos Jogos Eletrônicos:
    9 ? Treinamentos (KRcontrol);
    9.1 ? Técnicas de Desenvolvimento de Jogos 2D e 3D;
    9.2 ? Desenvolvimento de Jogos para Celulares;
    9.3 ? Desenvolvimento de Jogos para Web;
    9.4 ? Designer de Jogos (Pintura, Modelagem, Textura e Renderização de personagens);
    9.5 ? Desenvolvimento de Jogos ? C/C++;
    9.6 ? Desenvolvimento de jogos para Xbox 360;
    10 ? TGS (Tokyo Games Show).

    R. Henrique Soler, nº 297/9 ? Ponta da Praia – Santos ? CEP.: 11030-010
    Fone: (0XX13) 3261-5210 ? Fax: (0XX13) 3261-1758
    E-mail: apoiotecnologia@hotmail.com

  8. Seria ótimo mesmo se vocês passassem para nós algumas informações sobre como ingressar ne ramo. Pois eu adoraria ingreessar nessa área.

    Dicas de quem entende são indispensáveis.

    Muito boa a matéria. Parabéns

  9. A matéria ficou muito boa. Uma sugestão para uma próxima matéria seria: Como Ingressar na Área de Games?
    Acho que no Brasil essa área vem crescendo bem e acredito que muitos como eu querem saber o que é preciso para ingressar nessa área.

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