Empreendimentos e tecnologia unem universidade e mercado

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Não é raro encontrar polêmica quando o assunto é o fluxo de conhecimento entre universidade e mercado. De um lado, pesquisadores e estudantes são alvo da desconfiança que taxa seus trabalhos como ?invenções mirabolantes de laboratório?. Do outro, a avidez por resultados práticos que garantam viabilidade e retorno de investimento estereotipam o mercado com um caráter mercenário.

Entretanto, para o bem da ciência (e também do mercado…), observa-se que a questão está sendo revisitada pelos empreendimentos emergentes em TI. Seja pelo alinhamento da iniciativa privada com o mundo acadêmico, ou pela demanda da sociedade por inovação e informação, a verdade é que empresas e pessoas adotam cada vez mais (rápido) as idéias produzidas em centros de pesquisa ? mesmo quando não sabem disso.

O Desafio de Empreendimentos em Tecnologia 2006, realizado em outubro pela Intel e a Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA, foi um belo exemplo do que pode ser realizado com a união entre universidade e mercado. Foi uma competição onde estudantes de todo o mundo foram desafiados a alinhar o espírito criativo e inovador com a capacidade de construir um empreendimento viável, consolidado em um Plano de Negócios.

Uma equipe formada por americanos e africanos ficou em terceiro lugar no desafio e apresentou um dispositivo, do tamanho de um microondas grande, capaz de gerar água potável a partir da umidade do ar. O engenho, alimentado por energia solar, é capaz de produzir centenas de galões de água potável com apenas poucos kilowatts. A África é o mercado-alvo inicial do empreendimento, não sem razão: em muitas cidades de lá, várias pessoas morrem a cada minuto por causa da falta de água potável.

Empatada em terceiro com os afro-americanos, uma equipe da China apresentou uma nova tecnologia (patenteada, obviamente) para a construção de chips LED (Light Emitting Diode), que são uma fonte alternativa para iluminação e decoração baseada em luz. Como se já não bastasse a decoração megalomaníaca em cidades e eventos chineses, a proximidade dos Jogos Olímpicos de Beijing em 2008, assim como o Shanghai World Expo em 2010, são um terreno fértil para o crescimento do empreendimento.

Em segundo lugar, um grupo de indianos apresentou uma tecnologia (na verdade, uma biotecnologia) que permite atribuir ao papel comum propriedades higroscópicas, isto é, a capacidade de absorver a umidade da atmosfera e de assim permanecer, úmido, perpetuamente. As aplicações de tal feito são inúmeras, contemplando áreas desde a Medicina até a capacidade de criar flores artificiais muito mais realistas.

Por fim, o primeiro lugar da competição ficou com uma equipe da própria cidade de Berkeley, focada na produção de bio-combustíveis. No desafio, eles apresentaram uma tecnologia capaz de criar biodiesel com uma impressionante economia no custo de produção, cerca de 100 vezes menor do que as abordagens atuais.

Brasileiros também participaram

O Brasil foi representado na competição por duas equipes. A primeira, de São Paulo, apresentou soluções para o resfriamento de aparelhos eletrônicos (principalmente notebooks) baseada em água, destacando vantagens como pouca geração de barulho, pouco consumo de energia e tamanho extremamente reduzido do dispositivo de refrigeração.

A segunda equipe foi de Pernambuco (veja aqui, da qual faço parte) e mostrou um conjunto de serviços e sistemas para proporcionar novas oportunidades ao turismo. Em destaque, a aplicação do conceito de web 2.0 ao domínio turístico, sugestões de um agente virtual baseadas no perfil específico de cada turista e, por fim, a possibilidade de permitir que familiares e amigos acompanhem pela TV Digital vídeos e demais conteúdo postado em tempo real pelo turista.

As possibilidades de colaboração entre o universo acadêmico e o mercado de TI são imensas. Seguindo a receita de unir criatividade e viabilidade, com muitas pitadas de inovação, assim surgem os empreendimentos que mudarão nosso modo de viver, pensar e interagir nas próximas décadas. [Webinsider]

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<strong>André Furtado</strong> (andrewilsonfurtado@yahoo.com.br) é doutorando em Ciência da Computação pela UFPE. Estudante embaixador da Microsoft, campeão nacional/mundial da competição Imagine Cup, consultor-sócio do projeto MyTV e líder do grupo de usuários Sharp Shooters.NET e mantém um <a href="http://thespoke.net/blogs/afurtado" rel="externo">blog</a>.

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6 respostas

  1. Obrigado, Guerra/Márcio. Lembro, entretanto, que ter sido previamente vencedor em uma outra competição não é pré-requisito para participar desta! Basta vontade de mergulhar a aplicação no mundo dos negócios! 🙂

    []s
    — AFurtado

  2. Grande Furtado,

    Parabens!
    Cara sempre te cito como exemplo pois vejo que esta sempre ligado em tudo de bom que esta acontecendo!
    Realmente uma evolução como essa é um bom caminho para projetos vencedores!

    Abs,
    ricardo guerra freitas

  3. Parabéns Furtado…

    …pela matéria e por estar antenado, participando e representando seu estado e o nosso País nos principais eventos de tecnologia do mundo.

    Grande Abraço,

    Márcio Sete

  4. Temos muito ainda por apresentar, tenho observado que depois que me envolvi muito com muitas informações, principalmente sobre tecnologia da informação, minha mente está muito mais rapida para pensar e memorizar, e tenho percebido tb que em fraçoes de segundos posso assistir a videos incriveis em minha mente. Não vejo a hora de imaginar uma coisa e ela acontecer logo em seguida, por sinal já é assim. Falta apenas alguns ajustos e estaremos do outro lado do oceano. Excelente matéria. By

  5. A página que você está procurando não existe!
    essa foi a mensagem que recebi ao clicar no link veja aqui em A segunda equipe foi de Pernambuco (veja aqui, da qual faço parte).

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