Me dá um tempo que eu te dou um tempo?

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A triste cena se repete mais uma vez. Um profissional legal que trabalha com você pede para conversar. Dificilmente o assunto é outro e você já sabe do que se trata antes de começarem a conversar: ele está de saída. A questão é saber se há forma de convencer pra ficar ou quanto tempo ele vai te dar antes de sair.

É triste mas é verdade. No corre-corre do dia a dia, acabamos tendo pouco tempo pra conversar com a equipe e, geralmente, quando alguém pede pra conversar, não é por um bom motivo.

Até aí tudo bem. É parte do job description, como diria uma amiga. A questão é que, invariavelmente, a pessoa que está pra sair precisa ir embora “ontem”, independente da relação trabalhista que ela tenha com a empresa.

“Eles estão me pressionando, disseram que não podem esperar” é o discurso de quem está indo embora, aflito para não perder a oportunidade no novo lugar. E nós, os “abandonados”, ou ficamos de uma hora para outra totalmente na mão, ou precisamos partir para a lei e obrigar a pessoa a ficar para cumprir aviso prévio.

De um jeito ou de outro, é péssima a situação quando o cara tem que ficar obrigado e, pior ainda, ficar na mão quando alguém te diz na quarta que vai embora na segunda (ou seja, sexta).

Culpa de quem?

Bom, diria que, em primeiro lugar, a culpa é de quem contrata. É claro que precisamos “pra ontem” recontratar quando um profissional nos deixa na mão ou quando fechamos aquela mega conta nova. Mas, ao forçarmos alguém a sair correndo de algum lugar, estamos prejudicando alguma empresa colega que vai ficar na mão por causa disso.

A culpa, é claro, também é do contratado que aceita estas condições.

Quando estou para fazer uma contratação e pergunto para o candidato em quanto tempo ele pode vir, por mais que esteja com pressa, gosto muito e admiro aqueles que dizem que vão precisar de um tempo pois não podem deixar sua empresa atual na mão.

Como contratante, ao ouvir isso, tenho a chance de ser cordial com o meu concorrente quando não pressiono o novo contratado a sair antes do prazo que ele diz precisar. Mesmo com pressa, procuro sempre dar o tempo que o contratado precisa para encerrar adequadamente sua relação de trabalho atual. Penso na situação inversa e faço um esforço pra deixar tudo transcorrer normalmente dentro do prazo necessário.

Se a pressa é grande demais e não dá pra esperar, sempre é possível considerar algum candidato que não esteja trabalhando e que possa começar imediatamente. Assim vamos recolocar no mercado alguém que precisa e também vamos deixar de prejudicar nossa concorrência.

É, imagino que essa calma proposta possa parecer utópica, mas digo que dá pra fazer e na medida em que fazemos isso, ajudamos a diminuir um pouco a loucura do mercado.

Concorrência sim, mas não precisa ser tão predatória, não é? Porque pra deixar a gente doido, já bastam os prazos apertados.

E aí, vamos nos ajudar? Se você me der um tempo, eu te dou um tempo, que tal? [Webinsider]

.

Michel Lent Schwartzman (michel@lent.com.br) é fundador e Chief Product Officer na Lent/AG.

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21 respostas

  1. Com quase 20 anos de internet, esta conduta no geral teve leve melhora. A melhora maior está naqueles que saem ou chegam e colocam atenção no networking, nas referências que pedirá no futuro, no seu próprio futuro profissional já entendendo que todos sem exceção são elos de uma corrente e que todos tem suas responsabilidades, e ao negligenciar para um lado, poderá passar uma imagem de falta de responsabilidade para cargos que exijam responsabilidade e comprometimento.

  2. Este artigo já tem vários anos, mas continua atual em situações onde empresas que não investem em treinamento, crescimento e plano carreira de pessoas ficam pesando em quem as faz.
    E eta falta de responsabilidade de quem faz de quem se sujeita, só vai ser sentida depois que estas pessoas estiverem nas situações inversas. E na mesma velocidade que contratam, demitem, quando passam por qualquer dificuldade ao contrário daquelas que treinaram e se aperta para segurar as pessoas que treinaram e valorizam.
    Mas não para esperar ética e responsabilidade de todos.

  3. Sempre que possível é bom planejar bem uma saída, ou ter um carta na manga, uma solução para não deixar a empresa na mão. Porque é muito bom ouvir um você tem portas abertas se quiser voltar.

    🙂

  4. Realmente sua posição é uma exceção de uma regra geral! Agora o contratado deve ter uma postura ética-profissional a ponto de informar sobre sua posição na empresa em que, até aquele momento, ele é um colaborador e solicitar um prazo baseado na CLT. Aliás o próprio empregador já sabe quanto tempo será mais ou menos necessários para ocorrer o desligamento; então, pra que já iniciar as atividades na pressão?
    Creio ser essa uma posição de já nos faz sentir-se seguro quanto à nova contratação, pois é um perfil ao qual EU, como proponente do novo emprego, quero ter quando a situação é inversa, pois a tive quando foi contratar o candidato escolhido.

  5. Já raramente a seleção e cotnratação começa com antecedência suficiente nem agência que pode dispensar um funcionário na proxima sexta-feira, o que eu vejo acontecer são profissionais se desligando das agências num prazo insuficiente, tentando resolver isso fazendo os jobs em paralelo com a entrada na nova agência, fazendo um verdadeiro caos.

  6. Isso não existe! Depende muito do contexto da saída do profissional. O abandonado antes de tudo deve perguntar o motivo do profissional estar saindo. Será que o empregador não consegue mesmo melhorar a condição de trabalho do profissional para manter ele lá, já que precisa tanto dele? Pode ser mais barato dar um aumento pra ele do que pegar um novo profissional, treina-lo, esperar ele se adaptar para atingir a plenitude na produtividade, além de, claro, dar um ótimo profissional para o concorrente de mão beijada.

    Se o profissional deixou a empresa, provavelmente é porque a empresa vacilou em algum ponto… ninguem gosta de aventuras, todos querem estabilidade.

    T+

  7. Michel, esta situação descrita por você, tem uma incidência razoável nas Agências Digitais, Software Houses, Empresas de Tecnologia e mercado relacionado, e não é tão presente em outros setores, onde se mantem de uma forma mais equilibrada, até pela atuação em mercados mais estabilizados e com regras mais definidas e estes próprios mercados existirem a mais tempo.
    Acredito que seja realmente pela boa parte das contratações serem PJ, da instabilidade da continuidade de trabalhos pela oscilação de trabalhos na Agência, ausência de plano carreira, e por aí vai.
    Mas o contratante, que acelera a saída do atual funcionário e consegue, às vezes não enxerga, que se este aceitou esta condição poderá fazer o mesmo com ele. Aí temos dois pilares responsáveis fortes nesta situação: o contratante e o contratado, que obviamente, estão na mesma frequência e até por isto, trabalharão juntos.
    Até por isto quando estamos contratando e se o profisioanal estiver contratado em uma determinada empresa e se dispõe a sair imediatamente, analisamos com muito mais detalhes, e se tivermos opção próxima que pede um pouco mais de tempo, este será o convidado. Não incentivamos e nem apoiamos a prática da saída rápida.
    Como disse o Ramon : bom senso.

  8. Caramba,
    que bom seria se todos os donos de empresas de tecnologias vissem essa reportagem, seria perfeito se todos entendessem também.

    muito bom.

  9. Olá Michel, mto bom seu artigo!!!

    Hoje em dia o prazo de tudo é mto complicado, mas não acho que as agencias fazem isso para prejudicar um a outra!

    E falando no assunto, a 10 está precisando de profissinais??

    hahaha

    abraços!!

  10. Seria como um círculo vicioso.

    Quando eu vou contratar alguem, dou um prazo para que ele adeque e transfira suas atividades atuais na empresa. Quanto esta empresa que está sendo deixada for contratar, também poderá dar um prazo…

    Como você disse, e meio utópico, mas não impossível.

    O problema é: Qual seria este tempo ? o tempo total do Aviso Prévio ? Ou uns 10 dias estaria de bom tamanho ?

    Eis a questão…

  11. Não prejudicar a concorrência. Será coisa de brasileiro, esse fairplay? De qualquer forma, é raro e altamente desejável para o bem de todos, inclusive do mercado, este pensamento sadio.

  12. POP = Programação Orientada ao Povo
    hehehe

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  13. O bom senso deve vir de todas as partes, mas acredito que seja qual for o rumo tomado, este se deverá muito mais às ações do profissional que está em trânsito. Em suma, todo o processo depende de uma posição coerente deste profissional.

    Não adianta a empresa contratante dar um prazo até a contratação, se o profissional não souber administrar esse tempo dado para resolver suas pendências com a empresa à qual ainda integra.

    É uma regra fácil de compreender: Contratante faz proposta e pergunta disponibilidade >> Profissional dá posição ao contratante de acordo com os prazos que deve cumprir com sua empresa atual >> Profissional informa, no devido momento*, à empresa atual para quando é a saída >> Empresa atual decide quais procedimentos tomar levando em conta a data de saída informada pelo profissional.

    * Este devido momento que determina tudo! A atitude ética do profissional que determinará se sua transição será tranqüila ou conturbada. Ou seja, o profissional terá toda a responsabilidade em manipular, profissionalmente, esse timeline de transição.

    []s

  14. O que é normal ver por aí, é o contratante achar que pode tudo e que manda em tudo. Tem contratante que acha que está fazendo favor em contrar fulado porque diz que conhece ciclano, mas que cliclano pede um valor acima +R$ do normal (entenda-se) do mercado. Às vezes, parece que o contratante não quer ver um trabalho de qualidade, mas quer castigar o contratado que se deixar de fazer o que o contratante quer, recisa ir embora ?ontem?, independente da relação trabalhista que ela tenha com a empresa

    Abraços

  15. Bom isso acontece porque falta bom senso de todas as partes, principalmente da forma de contratação quase sempre PJ, muitas agencias estão partindo para CLT justamente por esse motivo, para não ficar na mão e agora quando a diretoria chamara para tomar um café e diz que esta contratando os custos porque perdeu aquela conta que pagava 50% da folha de pagamentos, pior sempre chamam no dia do contratado receber seu ultimo cheque, pois da quele dia em diante ele não é mais um parceiro como era quando foi contratado para por as coisas em ordem.

    Complicado isso, mais é assim que deveria ser.

  16. Lent, essa relação é muito relativa,

    Infelizmente no mundinho que estamos envolvidos tudo é pra ontem. As entregas são pra ontem, os ajustes são pra ontem, as contratações são pra ontem e as demissões das agências que perdem mega-contas são pra amanhã, literalmente.

    Acho que cabe um bom senso geral nesses casos como vc citou, bom senso de quem está contratando e não quer deixar outra agência na mão, bom senso da agência que perde o profissional que está com a cabeça fora de lá e bom senso do contratado em balancear as duas coisas.

    Equação complicada =)

    abs,

    Thadeu Avila.

  17. Com certeza Michel, aqui na Agência quando estou contratando faço essa mesma análise perguntando quanto tempo o profissional precisa para vir pra cá.

    Até hoje ainda bem que foram todos profissionais pedindo em média de 7 a 15 dias.

    []s

  18. Acho que em casos como esse, por comuns que sejam, pesa muito a relação entre a empresa abandonada e o profissional. Se o ambiente é sadio são bem menores as chances de partidas aparentemente surpreendentes, mas que só o são para quem tende a tapar o sol com a peneira.
    A empresa tem uma parcela de culpa por carregar de responsabilidades alguém que não vestiu a camisa.
    São só meus dois cents, de qualquer jeito. Bom artigo. Concordo que os profissionais que ao menos tentam negociar um jeito de não prejudicar a antiga empresa ao conseguir um novo emprego merecem nossa admiração.

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