Por que não usar web 2.0 e redes sociais no ensino?

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Recentemente um consultor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Seely Brown, comentou em entrevista sobre a falta de investimento das escolas e universidades de todo o mundo na elaboração de projetos educacionais que utilizem recursos de web 2.0.

Brown enfatiza que tais projetos poderiam introduzir nos alunos a cultura de divulgar e debater idéias, como no uso de wikis e blogs.

Esse princípio é sempre enfatizado por pesquisadores na área da educação: dar a possibilidade de o aluno se tornar mais do que um ser passivo na etapa de aprendizagem. O aluno pode se tornar um agente pensante que veja nessas ferramentas a oportunidade ideal, estimulado pela possibilidade de formar e trocar conhecimentos.

O professor por sua vez terá a oportunidade de verificar aspectos muitas vezes difíceis de serem identificados na sala de aula, como a capacidade de elaborar textos, pesquisar sobre um assunto, dar uma opinião e debater a de outros.

Essa rede de comunicação também pode agregar valores à instituição de ensino. Um wiki bem desenvolvido, por exemplo, pode ser usado como ferramenta de pesquisa para alunos futuros, formando uma enciclopédia particular.

Como e quais ferramentas usar?

A princípio essa metodologia dever ser inserida gradativamente, com uma mescla de atividades em sala e em ambiente virtual. Seria válido o professor dar ?uma aula? sobre o conceito, as ferramentas e os objetivos e trazer aos poucos, posteriormente, em cada aula, o estímulo ao uso da tecnologia. Passada essa fase, pode pedir tarefas onde o conteúdo deverá ser exposto periodicamente via blog, ou após finalizado, submetido a um wiki.

Professores têm a possibilidade de utilizar os recursos web 2.0 também para seu controle de aulas, através de ferramentas online que ajudam o trabalho do profissional de ensino. Um exemplo seria um blog onde o professor compartilha informações com seus alunos e publica seu calendário de aulas e avaliações sempre atualizado, a relação parcial de notas, além de comentários sobre assuntos abordados.

Todas essas possibilidades descritas não exigem despesas adicionais. Um serviço bem interessante é o Edublogs.org. Voltado especificamente para profissionais de ensino, fornece um serviço de blog e atualmente integra ferramenta wiki do Wikispaces gratuitamente. Esta dobradinha de ferramentas forma um um ambiente simples e eficaz de aprendizado e colaboração.

Claro que nesse processo há barreiras. A primeira seria fazer com que os educadores aprendam e usem a web a seu favor. Que procurem se adequar e utilizem essas ferramentas como um meio de melhorar o processo educativo.

Em segundo lugar seria a etapa de treinar e educar os alunos nessas tecnologias e conceitos, onde vai se procurar mostrar como pode ser vantajoso tirar proveito de um ambiente colaborativo.

Cabe a nós, professores, a tarefa de abrir os olhos para essa nova oportunidade. O processo de aprendizagem não é somente transmitir o conhecimento e sim ensinar como usá-lo, como modificá-lo e até mesmo discordar dele. Temos as ferramentas, só falta usar. [Webinsider]

.

Humberto Zanetti (profzanetti@gmail.com) é professor pela Anhanguera Educacional S.A., freelancer e pesquisador em arquitetura da informação, user interface e design de interação e mantém site e blog pessoais.

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11 respostas

  1. Seu artigo foi publicado em 2006, exatamente 6 anos depois a situação continua a mesma. Os alunos sabem muito mais que os professores e não por falta de interesse (acredito) e sim por falta de oportunidade de uma capacitação e tempo. Quero utilizar todas as ferramentas possiveis e vou começar com o blog.
    Agradeço as informações.

    Cleusa

  2. Humberto,
    Muito bom o artigo. Atualmente estou atuando como professor convidado no curso de Psicopedagogia e Pedagogia Empresarial, exatamente para introduzir novos canais de comunicação e explicar do que se trata a Web 2.0 de tanto eles ouvem falar em sala de aula. Muito deles me disseram em conversas na sala da aula que o “aluno me engole nesse assunto”. Todos estão se sentindo mais conformtáveis com o assunto e descobrindo como incrementar ferramentas de comunicação com a classe e aproveitar os conteudos gerados em sala de aula.

  3. Discordo totalmente do seguinte trecho do texto: A primeira seria fazer com que os educadores aprendam e usem a web a seu favor. Que procurem se adequar […]: ninguém tem que se adequar a nada! Também discordo do comentário de Léo Hackin que afirma que deveria-se fazer uma força tarefa nacional no sentido de re-educar os professores […]: Os professores não são marginais!

    Considero que é importante que o conceito de Educação 2.0 seja construído em torno da idéia de que os professores são agentes cognitivos que estão em um fluxo de transformação contínua em um ambiente em que predomina cada vez mais a comunicação bidirecional. Assim, os mesmos não podem estar a mercê das novas tecnologias e nem de cursos de reciclagem (reciclagem é para lixo!) e sim sendo tratados democraticamente como agentes de sua aprendizagem e potenciais dominadores dessas novas tecnologias.

    Em relação à Web 2.0, acredito que o potencial dessas novas tecnologias ligados a esse conceito é enorme em termo de produção de um novo tipo de educação (Educação 2.0), cuja aprendizagem, penso eu, será cada vez mais significativa. Mas, simultaneamente, a Web 2.0 apresenta alguns riscos atualmente, que é o fato de tais novas tecnologias estarem sendo produzidas e conduzidas por empresas estrangeiras, principalmente norte-americanas. Nesse sentido, faz-se necessário problematizar as implicações da entrega de dados que todos estão fazendo diariamente para essas empresas e os riscos que isso comporta tanto em termos individuais quanto em termos coletivos, de um Estado-nação: há algum compromisso dessas empresas em guardar permanentemente esses dados, que é uma verdadeira produção cultural brasileira, ou elas podem apagá-las quando bem quiserem? Não seria a hora do Brasil pensar em soluções próprias de novas tecnologias Web, inclusive considerando o uso e incentivo ao software livre, visto que essas novas tecnologias ligadas ao conceito de Web 2.0 são, em sua maioria absoluta, proprietárias? Nesse sentido, defendo um otimismo simultaneamente ligado a um processo de problematização do uso dessas novas tecnologias. Como usá-las? Mas, também, como resistir a elas? Resistência no sentido de problematização, questionamento, discussão e engajamento político-social de toda a sociedade, inclusive a escola e seus profissionais, pensando um Brasil independente em termos de tecnologia de software também na Web: e talvez entre em cena, nesse contexto, novamente o software livre, tanto citado apenas para os desktops.

  4. Olá,
    na minha universidade, http://www.castelobranco.br, já temos algo muito interessante parecido com o orkut, com troca de msg e recados entre alunos, professores, coordenadores, etc. Além de fórum, troca de arquivos , possibilidade de postar fotos e tudo mais.

    Mas o maior problema, como já foi dito acima, são os próprios professores, a maioria nao possui uma cultura digital e muita vezes nao sabem como fazer com que o aluno se interesse e participe de forma pró-ativa dos debates criados nos fóruns e nas outras ferramentas disponíveis.

    Alguns até se negam a usá-lo, eu já ouvi por exemplo uma professora do meu curso,Matematica, que deve ter na faixa dos seus 55 a 60 anos, dizer que nunca havia precisado usar computador na vida dela e nao seria agora que iria usar. Talvez qnd a mentalidade dos mestres que pensam desta forma mude, conseguiremos utilizar a internet para aumentar o interesse dos universitários por suas áreas de ensino, coisa que hoje encontra-se em um estado lastimável.

    Gostei muito do que foi faldo acima pelo Sergio Lima, deveriamos transformar as universidades e conjunto com a Web em áreas de aprendizado e nao de ensino.

  5. Parabéns pelo artigo Humberto.

    Li a entrevista do Brown também. Para mim a Web 2.0 pode ser usada para a educação sim. O Wiki é uma idéia maravilhosa pois tem tudo a ver com colaboração e conhecimento.

    O papel dos professores é fundamental nesse processo não só por conta da Web 2.0, mas por todo processo de inclusão que a Web propicia.

    Abraço

  6. A questão é que grande parte dos professores ainda precisam ser alfabetizados digitalmente…

    Uma segunda etapa natural seria usar a web 2.0 como ferramenta para que a escola se transforme em espaço de aprendizagens e não apenas de ensino!

    []´ s

  7. Olá,

    Realmente o uso da WEB 2.0 seria uma ótima não apenas na área do ensino, mas em tudo que possa ser usado como fonte de informação relevante, acadêmica ou pessoalmente falando. Os Wikis estão aí pra provar que isso dá certo a muito tempo.

    Todavia, há uma barreira muito complicada nesse sentido que é o conservacionismo retrógrado de muitos professores universitários pertecentes a grande maioria das faculdades do Brasil. Digo isso, pois têm-se no docente altamente graduado a experiência didática a favor do aluno, mas uma resistência técnológica extrema à esse tipo de fomento educacional. Não por medo ou apreensão, mas pura e simplesmente na abdicação de um processo que as vezes este profissional enxerga como desnecessário ou mesmo inválido numa metodologia que ele usa a muito tempo com ótimos resultados. Ou mesmo a omissão insconciente de algo que trará mais trabalho, dada a não intimidade com esse lado.

    Digo isso, pois desenvolvi já algumas coisas relacionadas a isso e, apesar de não seguir a nova onda, os docentes ou se abstraem da nova responsabilidade ou simplesmente não tem bagagem para passar isso de forma concisa aos seus alunos. E não apenas em professores mais antigos, mas alguns bem novos (o que pra mim é um espanto e tanto).

    Creio que antes de pensar em WEB 2.0 a favor da educação, deveria-se fazer uma força tarefa nacional no sentido de re-educar os professores de todas as áreas para a utilização mais didatica da internet. Seja o curso de exatas, seja de humanas, seja de letras.

    Abraço forte e parabéns pelo artigo.

    Léo.

    P.S.: desculpe-me pela carta … =/

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