Procura-se um objetivo para o MapMyName

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A página MapMyName, montada por dois universitários portugueses, foi criada com a idéia de medir ?o verdadeiro poder da web? por meio da contagem de quantos são os usuários da internet. Mas, a grande verdade é que a idéia é um projeto destinado ao fracasso se não for reformulado.

Até poderia ser porque a internet já está saturada de sites de rede social, mas não é apenas por isso. O MapMyName não é um site no estilo do Orkut. Ele não disponibiliza muitas informações no perfil do usuário, mas mostra exatamente onde o indivíduo está localizado.

Você carrega a página e há um grande mapa mundi, com balões azuis para identificar os homens; e balões rosas para identificar as mulheres. O site é baseado no Google Maps e, ao consultá-lo, podemos saber o nome, idade e profissão, em qualquer endereço que queiramos consultar.

O fracasso do MapMyName também não será por causa da contagem dos internautas. De acordo com os estudantes de arquitetura de software da Universidade de Aveiro, João Ribeiro e Sérgio Veiga, eles poderiam registrar o número total de usuários de internet no mundo em menos de um mês, mas isso só daria certo se cada usuário convidasse ao menos três amigos para participar. O que tem acontecido é que os serviços de e-mail tem classificado os convites para o MapMyName como spam, o que diminui significativamente a adesão ao site.

Outro fator que dificulta o intento dos estudantes é o fato de que o site oferece um único serviço ao usuário: o cadastro dos usuários. Ou seja, não há acesso a álbum de fotos, a vídeos, não tem notícias em tempo real, não há interação de forma alguma com os demais usuários, há apenas a possibilidade de localizar pessoas. E ser localizado. Nada além disso.

Então, por que as pessoas ainda não cadastradas se tornariam membros do MapMyName? Onde está o interesse em se expor na internet de tal forma que todo o mundo saiba onde você mora? Será que todas as pessoas querem ser localizadas? Se já há tantas pessoas resistentes ao Orkut, que deletam seus perfis ou apagam scraps por segurança, por que se cadastrar em um serviço cujo único objetivo é ser encontrado facilmente?

E como garantir que os nomes fornecidos serão verdadeiros? Ou que as identidades serão preservadas? Com certeza vão surgir perfis falsos, feitos por indivíduos de má fé. Apesar dos criadores do site afirmarem que não vendem informações pessoais cadastradas na página para outras companhias, não há garantias de segurança.

Outra dúvida: o cadastro será restrito por residência ou várias pessoas diferentes podem se cadastrar em um mesmo endereço? Como garantir que algum internauta inconveniente não se “mude” para a sua casa?

E mais, não há opções de tradução da página para outras línguas. O site é todo em inglês. O que é uma bobagem, porque dificulta o acesso de quem não fala a língua. Os próprios criadores do site não são americanos, vale lembrar.

Creio que apenas três tipos de pessoas procuram o MapMyName: os que querem ajudar os estudantes em seu intento de cadastrar todos os usuários de internet do mundo; os que querem localizar pessoas; ou os que querem ser encontrados. Mas, para estes últimos, ainda há muito mais opções interessantes de sites sociais para se expor. E com mais recursos. Para quem gosta de interatividade, não é recomendado. [Webinsider]

<strong> Priscila Armani </strong> (priscila_armani@yahoo.com.br) é jornalista, formada no Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI - BH), colaboradora da Revista PQN.

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3 respostas

  1. Fiz cadastro no site por estar envolvida com web 2.0, fazendo um trabalho sobre o tema.
    A proposta pode não ser tão clara, e já é visível que eles não conseguirão mapear todos usuários da internet (pelo menos dentro do tempo estipulado). Mas lendo um pouco no próprio site, se descobre que eles usaram de recursos como google maps, frameworks, suites de ajax e muitos outros recursos que, pelo que entendi, são todos serviços que se encontram gratuitamente na internet.

    Posso estar enganada quanto a essas informações, mas ao menos é isso o que me parece. Acredito que a proposta seja um experimento com a junção desses serviços.

    Alguns pontos:

    – No cadatro, em nenhum momento ele pede seu endereço específico, apenas a cidade.

    – Para quem gosta de internet e new media, a maioria das pessoas cadastradas lá atuam nessas áreas (pelo que dizem seus cards) e pode-se acessar os sites/blogs dos mesmos (caso a pessoa tenha).

    :o)

  2. Concordo que alguns pontos podem ser sim suspeitos, mas falar que o site não tem objetivo é afirmar que não prestou atenção na proposta deles: descobrir quantos usuários ativos existem na internet hoje. Se vão conseguir, não dá para saber, mas que a proposta é interessante isso não tenho dúvidas.
    Quem se cadastra lá pode ainda estar curioso em saber o resultado da pesquisa, uma vez que não temos números da repercussão de ações como essa. É o meu caso.
    Ainda, não esquecer que o site é colaborativo independente de ter fotos, vídeos ou perfil como o orkut. Eles não querem ser um serviço e nem um site concorrente como esses de comunidades. Eles querem descobrir a quantidade de usuários ativos na internet.

  3. Acredito que os autores já tinham noção desde o inicio que nunca iriam ter sucesso na contagem de usuários da Internet segundo a teoria proposta, e concerteza estavam cientes de pelo menos parte dos motivos que você mencionou para a falta de adesão.

    Agora suspeito é que o projeto em si tinha objetivos pessoais dos autores que eles não divulgaram.

    Talvez eles quisessem apenas chamar a atenção para eles mesmos, e este artigo prova que pelo menos isso conseguiram.

    Talvez eles quisessem testar até que ponto conseguiriam motivar as pessoas a se inscreverem no site e revelarem dados pessoais, que se calhar não revelam aos vizinhos do bairro.

    Talvez eles quisessem provar que conseguiriam montar um site de interesse duvidoso, mas que mesmo assim atrairia uma multidão em torno de um objetivo.

    Não sei, estou apenas especulando. Isto apenas me fez lembrar aquelas iniciativas tipo flash mob. Quem sabe o verdadeiro objetivo dos autores era avaliar uma versão totalmente Web desse tipo de iniciativas.

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