TV aberta é a última fronteira da interação

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Já imaginaram o fenômeno das redes sociais ? Flixter, My Space – inserido por completo no cotidiano das pessoas via IPTV ou TV Digital? A sinergia entre programação e a capacidade de interatividade da internet (e do próprio ser humano) criará uma nova realidade social com diferentes padrões de comportamento nos domicílios.

Segundo dados do IBGE, a TV aberta atinge mais de 95% dos brasileiros. Como utensílio doméstico, o aparelho só perde para o fogão. Ela ? a TV – é a última fronteira da digitalização. Se você ainda não se deu conta, olhe a sua volta: o telefone celular é digital, o DVD é digital, a máquina fotográfica é digital. Até a TV por assinatura se rendeu ao novo modus operandi.

À primeira vista, os indicadores apontam para uma transição sem turbulência. Todos os principais players estão cumprindo a lei e os prazos. E o Ministério das Comunicações se diz totalmente preparado para auxiliar e facilitar a rápida passagem dos milhões de brasileiros para a nova realidade do sinal digital.

O céu parece de Brigadeiro, mas será que estamos de fato preparados? E o baixo poder de compra do consumidor brasileiro? E a fraca capacidade de investimento da indústria como um todo?

É preciso admitir que este processo será de longo prazo e que o caminho, por vezes, terá curvas perigosas. A turma de TI se apressa em aprender a desenvolver aplicações de middleware para as especificações de TVDI – TV Digital Interativa – adotadas no Brasil (GINGA). O foco dessas aplicações é o sincronismo espacial e temporal e a estratégia principal é permitir e estimular, entre outras coisas:

1. Conteúdos adaptáveis para os diversos dispositivos (e não somente a TV);

2. Push de venda: No momento preciso que o ator da novela em exibição abre a porta do carro, um vídeo-propaganda dele é exibido. Enquanto o vídeo aparece, ele pode agendar um test drive. Este sincronismo é baseado em um evento previsível do tempo (Ex: O momento que o ator abre a porta ocorre depois de transcorridos 10 minutos do segundo break comercial da novela) e;

3. Interação simultânea a partir dos dispositivos (controle remoto, celular, PC etc). Isso possibilita, por exemplo, que o usuário veja o anúncio na TV e agende o test drive depois pelo PC.

Diante de tantas possibilidades e flexibilidades, a turma de negócios já pensa, obviamente, em modelos que possam gerar incremento de receita vindo deste relacionamento com os usuários, seja através da comunicação direta ou estimulando a interação entre o público. Modelos que não se esgotam com o T-commerce. A estratégia é garantir a participação dos usuários em torno do conteúdo, mas gerando um ?relacionamento sustentável?.

A TV aberta, por exemplo, é um commodity social (todo mundo tem!) e pela primeira vez vai proporcionar experiência integrada de consumo e interação. Em vez de uma natureza de ativo (o vídeo/programação), agora serão duas: a programação e as redes sociais, com personificação, recomendação etc. E os consumidores de conteúdo não serão simplesmente telespectadores, mas T-buddies.

Imaginemos o cenário onde o usuário que agendou o test drive pode se comunicar, no mesmo momento, com outros usuários que já tiveram acesso ao carro, avaliaram, que recomendam acessórios ou que partilham dos mesmos interesses? A infinidade de mecânicas de participação do usuário (seja comprando, gerando conteúdo ou se relacionando) é tão grande que assistir à TV vai virar, assim como a internet, uma experiência social e colaborativa.

Não há como mencionar aqui todas as mecânicas de interatividade, que vão desde atividades voltadas para o e-learning e e-government até quiz e bolões inseridos nos contextos das programações. E a monetização em cima de conteúdo, aplicações e da própria criação e fomentação de T-relationships vão tornar este mercado de TV Digital bastante atrativo.

Ponto importante sobre este mercado:

Hoje, a discussão já passou da fase de padronização tecnológica e prazo de transição de sinal para a participação ?econômica? dos grandes grupos do segmento de telefonia neste mercado. Não cabe aqui aprofundar neste assunto polêmico, mas o fato é que uma mesma empresa adquirir múltiplas redes para possibilitar o bundle para seus clientes e reduzir seus custos operacionais é convergência econômica, mas não tecnológica. Convergência é, de fato, você utilizar a mesma rede para oferecer múltiplos serviços. [Webinsider]

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<strong>Cristiana Agostini</strong> (cristiana.agostini@gmail.com) é responsável por novos produtos na <strong><a href="http://www.m4u.com.br/" rel="externo">M4U</a> Mobile For You</strong>.

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9 respostas

  1. Deslumbrado, para não dizer deprimente o nível de discussão a respeito da integração da tv aberta e a internet. Parece-me que a grande preocupação dos comunicadores é manter seus salários, em se adaptando a essa nova realidade global de comunicação. Prefiro acreditar que esses atores ainda não receberam o final de sua fala. Será que não se percebe o poder que está sendo entregue, as emisoras de televisão e seus financiadores?
    As emissoras de televisão, por meio de suas técnicas infalíveis de produção (industrializada) da cultura, agora com uma qualidade (apenas de imagem) ainda melhor, entrarão de maneira dramática nos cérebros das pessoas e as dirão para que lado elas deverão arrastar seus mouses. Será que esses profissionais não percebem que são apenas réles operários de uma indústria cultural trilionária e vampirizante? Penso que essa integração (tv aberta e internet) deve ser discutida no ambito global, com foco nas consequências trazidas por essa integração, nesses moldes.

  2. Realmente será o futuro, mas ainda existem questões ?primárias? a serem resolvidas, como as Métricas necessárias ao Mercado Publicitário e Anunciantes.

    Por exemplo, não se consegue ainda nos dias atuais a mensuração do tempo de permanência do usuário ao assistir um vídeo, apenas uma contagem dos acessos, questões estas que nenhum ?portal? declaradamente consegue elucidar para o mercado, ?o visitante assistiu ao vídeo integralmente…????, ?ele desconectou-se em que momento…????.

    Enfim, há um bom caminho, ouvi outro dia que este seria o verdadeiro ?santo graal? a ser descoberto.
    Veremos…!!!

    CA

  3. Oi Celso,

    Obrigada pelo comentário.

    A Interatividade, de fato, nem começará no curto prazo. Acho que as radiodifusoras focarão mesmo na produção em alta definição.

    Um assunto bastante interessante que despontará com mais força em breve será esse novo modelo de inserção publicitária. Além de trazer novas informações sobre os produtos e serviços para os telespectadores, o T-commerce associado, no futuro, pode fomentar questionamentos à respeito do modelo de remuneração das radiodifusoras e agências de publicidade, por exemplo.

    [ ]s

    Cristiana

  4. Não consigo vislumbrar a tv aberta inserida num ambiente de interatividade assim tão simples e imediato.

    É um modelo de interrupção, e, assim gerindo a sua receita.

    Imaginando uma montadora oferecer através da interatividade, local(estilo carroussel), o catálogo do novo produto durante o seu comercial, e assim estimulando o acesso, como ficariam os comerciais seguintes, e a sua tabela…???
    Qual anunciante gostaria de estar após…???
    Me parece que estariam implodindo o modelo comercial e que dessa forma funciona em diversos países.

    Sem dúvida, há e continuará o aprendizado, mas a interatividade como na WEB na TV Aberta precisa de uma abordagem específica e que ainda não foi encontrada.

    Parabens pelo texto, instigante e reflexivo…!!!

    Celso Araujo

  5. Todos os principais players estão cumprindo a lei e os prazos. Tá brincando né? A TV digital estava programada inicialmente para tranmitir o Pan do Rio, meses passaram e nem sequer há algum teste prático em alguma capital como São Paulo. Todos os prazos foram jogados para frente, se não houver mais atraso começa na capital paulista em 2008 e chega ao resto do Brasil sabe-se lá quando… Fora o preço do decodificador que era estimado em R$ 200,00 e já está sendo cotado a mais de R$ 700,00…

  6. Muito bom, Cristiana!

    Acredito ferozmente na evolução da publicidade como forma de agregar experiências notáveis aos corriqueiros hábitos de consumo. Prefiro, inclusive, esta constante permissão para comprar – maximizada na possibilidade de acessar os produtos em tempo real – do que os randômicos, e pouco eficazes, anúncios que me bombardeiam diariamente.

    Abs!

  7. Falta agora saber como vamos vender os produtos de forma atraente. Precisamos fazer com que os reclames do futuro sejam mais simples que mudar de canal. A publicidade está sendo recriada há algum tempo, resta saber se está caminhando pra ser usada na TV digital.

  8. Muito bom artigo Cristiana,

    Fico imaginando que a publicidade já está totalmente mudada.

    A comunicação de interrupção está mesmo com os dias contados e as soluções terão que ser completamente criativas para gerar o desejo de interação do usuário/cliente.

    Ainda não tenho noção de como será isso, mas tenho certeza de que será muito interessante trabalhar neste segmento.

    Parabéns pelo artigo.

    Paulo Ignácio

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