Designer: por que a profissão deve ser regulamentada?

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Mais de 60 mil profissionais continuam sem um instrumento de legitimação e reconhecimento, que é a regulamentação dos designers. Desde 1980 foram submetidos cinco projetos de regulamentação ao Congresso, todos arquivados.

Interessa aos empresários

O design é uma atividade de alto risco, mas com fiscalização (criada com a regulamentação) pode garantir o melhor de um profissional reduzindo o risco ao mínimo necessário em termos de investimento. A regulamentação vai combater a má conduta profissional.

Interessa ao consumidor

Tudo o que é produzido e tem contato com o público precisa de um responsável. Sem ser regulamentado o designer não pode ser tecnicamente responsável pelo que produz. Pelo Código do Consumidor, hoje o designer não pode ser responsabilizado pelo seu projeto, mesmo que este tenha defeitos ou ocasione danos ao seu usuário.

Interessa ao poder público

Sem registro profissional pra designers, o poder público não pode ?comprar design? por meio de licitação ou concorrência, seja para projetos de identidade visual, de mobiliário, de um website e outros de interesse da sociedade.

A produção de bens com design é um fator estratégico. Produtos com valor agregado significam maior arrecadação e a conquista de mercados externos. Isso já foi reconhecido pelos paises emergentes que concorrem com o Brasil nos mercados internacionais. [Webinsider]

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Marcos Nähr (Marcos_Nahr@Dell.com) é formado em Design Gráfico, consultor de conteúdo para o Global eCommerce da Dell Computadores e professor do Comunicação Digital da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.

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21 respostas

  1. Creio que o design destaca-se por si só.Apresentando uma qualidade compatível com o mercado e estando por dentro do que acontece nas várias ramificações do design, o profissional não precisa temer a intervenção de pessoas que aventuram-se na área.Lembrando que nem sempre existiram os cursos de design, mas mesmo assim o ser humano já demonstrava a necessidade de melhorar o aspecto visual dos objetos.
    Fiz o curso superior de design de produtos mas não discrimino os profissionais autodidatas, desde que apresentem trabalhos com qualidade. Ter ou não uma instituição de controle da profissão, não muda muita coisa, pois creio que o que manda é a qualidade que o cliente busca e o valorização que o designer coloca em seu trabalho. Se profissionais menos capacitados são contratados para determinado serviço, o cliente está ciente que o preço é baixo, mas a qualidade também será e se quiser ter uma imagem melhor de sua empresa terá que refazer o trabalho. O importante é que os próprios designers valorizem a profissão e não tentem concorrer com outros e sim criar seu padrão de trabalho.

  2. Gostaria apenas de tercer um comentário técnico.

    A luta pela regulamentação não começou em 1980 e não foram apenas 5 projetos de leis apresentados à Câmara dos Deputados.

    Em 1978, foi apresentado o 1o. projeto de Lei, sendo último apresentado em 2003. Isso corresponde a uma totalidade de 12 projetos de lei. Todos foram reprovados. Talvez por vício de origem: um copiou o conteúdo do outro.

    Para verificar a veracidade desta informação, consulte o site da Câmara dos Deputados. Os projetos que não forem encontrados peçam para o Setor de Documentação.

  3. Bom,

    Respeitando todas as opiniões…

    Penso que a regulamentação é benefica para o profissional de verdade.
    Muita gente pensa que com a regulamentação, alguns serão excluídos. Mas, isso não é verdade. Pois o próprio mercado já separa o “bom” do “ruim”. Ela ajudará na manutenção de qualidade dos serviços de design.

    A regulamentação traz mais segurança para o consumidor, pois de alguma forma ele procura um profissional e não um aventureiro. Tem um bando de pessoas fazendo design, sem mesmo saber o que é. Compram ou baixam um software gráfico e começam a desenhar por aí.

    Quem aqui chama um médico “prático” para tratar de seu filho? Quem contrata um advogado, sem OAB? Penso que o design não é diferente, tem que haver critério… eu não contrato qualquer um para me atender…

    Sobre os jornalistas, com o tempo verão a besteira que fizeram. Hoje, qualquer mané pode escrever em veículos de comunicação. Mas, escrever com responsabilidade não é para qualquer um! Pesquise nos grandes veículos de comunicação e veja que não colocam esses “manés”. Ou é formado ou tem grande experiência na área. Talvez nesses jornalecos ou empresas que não sabem que a comunicação de uma empresa tem valor estratégico, isso funcione, mas não será por muito tempo.

    Sou formado em Design e tenho experiência de cerca de 10 anos. Tem muito cliente que vem pedindo socorro porque um “profissional” acabou com a identidade visual de sua empresa. Ou simplesmente deu prejuízo financeiro ao prestar serviço de design.

    A regulamentação pode ser benefica também em concursos públicos. Pois em muitos casos, o perfil é para designer, mas contratam um publicitário ou outro profissional. Basta saber trabalhar em COREL, PHOTOSHOP, por exemplo. Sabemos o grau de qualidade do design nos órgãos públicos…

    Se alguém interessar, exite um link legal sobre o assunto: http://www.adegraf.org.br/downloads/regulamentacao.pdf

    Bom, quem é contra deve estar pensando apenas na sua própria causa… e não pelos demais profissionais do design no Brasil…

    Abs

    Eduardo Meneses

  4. Com certeza só teríamos vantagens se a profissão fosse regulamentada sendo algumas:
    – Empresas que produzem produtos obrigatoriamente teriam que ter designers para assinar seus projetos (aumentaria e muito o número de contratações do profissional);
    – Teríamos um teto de salário, como o arquiteto ou engenheiro 10minimos;
    – Não seria qualquer um que se pode nomear como designer, como hoje acontece com arquitetos e outros profissionais que nunca estudaram a profissão…
    Resumindo sem a regularização da profissão o diploma não vale absolutamente nada, pois não pode responder tecnicamente por nada.
    Fico indignado em ler estes comentários acima achando que não é viável a regulamentação da profissão.

  5. Eu sempre quis fazer designer, porém tenho dúvidas quanto ao salário, não que eu esteja querendo pelo dinheiro, mas é uma curiosidade minha. Alguém poderia me informar quanto ganha um designer mais ou menos??

  6. sou webdesigner freelancer , nao tenho formação e reconhecimento , mas ja tenho cliente websites feito por min
    se a profissão for regulamentada . posso perder todos os meus clientes ?

  7. Pessoal acho que uma das grandes vantagens da regulamentação seria criarmos uma tabela séria para cada cidade/mercado. Acredito que a união da classe ajudaria muito para que isso acontecesse. Afinal espero que como eu todos amem o que fazem!

  8. Eu confesso que este assunto ainda é nebuloso para mim.

    Se caso fôssemos HOJE profissionais regulamentados, quais seriam as premissas, regras, códigos de conduta mais apropriados para um designer seguir? Estaríamos limitando uma atividade de profissionais que não precisam de limites para exercer sua função. Ou será que o processo criativo precisa de limites para atingir uma qualidade supostamente exigida pelo mercado? Vale lembrar que o próprio conceito de feio e bonito pela arte é questionável. Tudo pode ser belo ou feio, ou nada é o que parece ser.

    Nós estamos lutando para criar uma classificação, um selo de qualidade não porque o mercado pede isso, mas sim os próprios designers. É a famosa panela que se acham os Michelângelos do Tablet tentando ficar longe do humilde pintor de rodapé de site HTML 1.0.

    Concordo que os fundamentos de Gestalt (por exemplo) e toda sua bagagem teórica deveria ser levada como base para a formação de um designer diferenciado, mas mensurar estes pontos num trabalho é uma tarefa muito subjetiva, bem como qualquer impressão de um trabalho executado através do design.

    Não estou aqui defendendo um perfil ou outro, mesmo porque eu paguei minha faculdade de Design Digital produzindo websites como auto-didata. Obviamente que a qualidade dos meus serviços no decorrer do aprendizado aumentou substancialmente.

    E eu sou taxativo em um ponto: mesmo que eu seja culturalmente bem informado sobre design, formado em design digital, NÃO VOU me submeter a uma entidade controladora (por exemplo um CREA dos designers bem citada pelo colega Thiago Valenti).

    Eu já recebo bem pouco em troca do Sindicato dos Publicitários e não preciso de outra instituição para comer minha suada grana para discutir interesses que só interessam a eles.

    Se for para lutar e chegar neste resultado, prefiro ser um profissional não regulamentado, porém livre para exercer os meus conceitos e trabalhar para resolver os problemas dos meus clientes. E claro, ganhar dinheiro 🙂

  9. Atualmente não existe no Congresso Nacional uma proposta de projeto de regulamentação da profissão. A última que houve chegou a ser enviada à comissão de educação e cultura, que aprovou-a e desaprovou-a em 2 dias. (interesses políticos?).

    Depois disso o projeto foi arquivado e o deputado que o tinha aberto já não trabalha mais na casa. Ou seja, um novo projeto precisa ser elaborado e enviado por um parlamentar novamente.

    Afora os entraves legais, acho que a profissão precisa de regulamentação sim. Everaldo, admiro o teu trabalho e concordo quando tu falas da proteção que poderia ser gerada através de uma regulamentação.

    Mas vou discordar quanto à super-valorização do design para a sociedade: o design não é apenas o gráfico-visual, mas o de produto também. E com a integração de gráfico+produto (veja o iPhone por exemplo), cada vez mais teremos responsabilidades sobre o uso dos bens de consumo da sociedade. Isso significa que o designer tem sim responsabilidade sobre o que coloca no mercado, e sobre como desenha e executa seus projetos. (os próprios aparelhos utilizados por médicos são projetados por designers, e eles devem ser precisos). Assim como os arquitetos têm responsabilidade ao projetarem uma casa, por exemplo.

    Marcos, penso que não adianta nos iludirmos que a regulamentação está muito próxima: hoje nós temos disputas internas até sobre o nome da profissão (Desenho ou Design? Ou ambos?). Entre outras coisas, enquanto não soubermos como habilitaremos designers de fato – mas não de formação – nessa eventual regulamentação da profissão ainda acredito que há muitas coisas a serem feitas e discutidas.

    Embora acredite que vai levar algum tempo razoável até uma regulamentação, não vou deixar de apoiá-la. Um país que já tem mais de 300 escolas de design precisa orientar e regular a entrada no mercado de trabalho dos milhares de designers que forma todos os anos – somados aos designers que não têm formação específica, mas trabalham na área.

    Design mata, já dizia Ivens Fontoura. 🙂

  10. Não vejo qualquer beneficio real em regrae regulamentos quaisquer q sejam. Do meu ponto de vista o único motivo para regulamentar a profissão é proteger designers formados e incompetentes de micreiros ( ou designers auto-didatas) com talento.
    Ora, não estamos falando em cirurgias de medula e sim de design/desenho. Será q não estamos super-valorizando a profissão?
    Faço design a anos com qualidade e reconhecimento internacional. Dispenso regulamentação. Mas se alguém aqui pode ser mais feliz com ela eu apoio 😉 .
    Não mudará coisa alguma.

    Grande abraço.

  11. Se for regulamentada, vai deixar de ter essa cara de profissão emergente e se tornar mais concreta.

    Será? Meu medo é que se regulamente, comece a se pagar a tal taxa mensal pro CREA (se for pro CREA), e nada mude em relação ao resto.

  12. Muito bom artigo, Marcos!

    Thiago: a não-regulamentação de qualquer coisa é prejudicial para quem a faz. Eu concordo que quanto MENOR for a burocracia para se trabalhar, melhor, mas regulamentar a profissão nada mais é do que torná-la mais respeitada e bem vista.

    A profissão de design é vista até hoje como uma profissão complementar, ou uma profissão que qualquer um pode ser apenas com uma apostila de Photoshop (não estou dizendo que é verdade. Estou dizendo que é o que pensam). Se for regulamentada, vai deixar de ter essa cara de profissão emergente e se tornar mais concreta.

  13. Uma coisa não entendi nesse artigo. Voce afirma que o governo não pode comprar design pela profissão não ser regulamentada. No entanto, a profissão de analista de sistemas, programador e afins também não é regulamentada e o governo compra software. Como funciona esse processo? Só o indivíduo que não pode vender? Uma empresa de disign poderia vender ao governo sem maiores restrições?

  14. Discordo que precisa regulamentar pra o design ser visto. E não necessariamente a regulamentação faria algo de bom para os designers.

    Existem muitas profissões que não são regulamentadas no Brasil. A profissão de matemático não é regulamentada, apenas professores de matemática (graduação de licenciatura).

    A não-regulamentação nunca impediu os designers de algum trabalho (tirando as licitações do governo, mas não sei se eu iria querer trabalhar pro governo).

    E, por favor, quem não leu o prospecto da regulamentação ainda, dê uma lida, e vai encontrar um monte de furos nele.

  15. Essa é uma discussão muito loooooga. Ao menos com a regulamentação passaríamos a existir, não entendo as justificativas do Congresso em ignorar essa existência de graduados na área de design. Isso é fato e não tem retorno.

  16. Marcos, dois pontos (ok, um sério e uma piada):

    1 – Posso estar muito enganado, mas pelo meu leigo conhecimento de Direito, pelo CDC qualquer prestador de serviço pode ser responsabilizado pelo que faz. Nesse caso, a regulamentação só garantiria as punições da classe (assim como advogados que pdem ser suspensos por ações anti-éticas).

    2 – Com o Ego que os designers tem… A Ordem dos Designers do Brasil vai ser F*** de aturar. E anuidade vai ser de rachar…. :-). Tudo para garantir a decoração do salão de eventos!

    Forte abraço

  17. Desenvolvedores de software tb deveriam ser regulamentados.

    É patético um guri dizer que é programador pq seguiu um tutorialzinho introdutório sobre ruby.

    Ou até um piá dizer que é designer pq sabe mexer um pouco com potoshop!

  18. A quem interessa o design?
    Os menos interesados são os próprios designers. Historicamente essa discussão vem se arrastando e nenhum resultado concreto surgiu. Creio que as interferências de outras profissões é a principal causa disso, se pensarmos por esse ângulo podemos entender que, qual o interesse de um arquiteto que atua como design regulamentar a profissão? Simplesmente ele não estaria habilitado para tal, e portanto, não poderia atuar como designers.

    Acredito que nós designers é que temos que tomar a iniciativa e lutar pelo interesse nosso, ou seja, o design interessa aos designers.

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