Não existe colaboração sem rolar uma química

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É difícil não ficar empolgado com o poder da colaboração, diante do uso que vemos do MySpace, Orkut, Flickr e Wikipedia. No entanto, dezenas de projetos são lançados toda semana e não conseguem alcançar nenhum sucesso. Por quê?

O mundo corporativo também quer trazer esse poder da cooperação para a gestão de suas empresas, mas as iniciativas raramente vão para a frente.

O motivo disso é que as pessoas de forma geral ainda não estão acostumadas a pensar em termos de colaboração e nosso modelo mental foi treinado a vida inteira no 1.0 (precisamos baixar a atualização para 2.0 em nossa cabeça). Para se ter sucesso num projeto desse e colher os benefícios da colaboração, é preciso levar em conta a vontade e motivação das pessoas pra isso, o que nem sempre acontece.

Você consegue fazer com que as pessoas acessem seu site, que trabalhem na sua empresa, mas para colaborar elas precisam ter uma motivação mais profunda. Indo direto ao assunto, elas precisam ter tesão naquilo. Assim como um processo de criação não funciona sob pressão, empolgação e engajamento para contribuir não vêm de uma necessidade operacional, mas de um profundo senso de ?fazer sentido? para o individuo.

Serviços de internet têm falhado ao contar com publicidade e parcerias e não despertar empolgação e engajamento no usuário. É difícil encontrar uma motivação verdadeira para que as pessoas colaborem.

No ambiente corporativo a situação é mais complicada, já que estas qualidades são ofuscadas pelo batente do dia-dia. Acreditar na empresa e no negócio, em vez de fazer a rotina para ganhar o salário, infelizmente não é comum.

Normalmente nas empresas estimula-se a participação dos funcionários em sistemas colaborativos com premiação (brindes) ou prêmios de treinamento (uma pós ou um curso de inglês para os mais assíduos). Algumas vezes se consegue que as pessoas compareçam e escrevam alguma coisa, só para ganhar os pontos e ganhar o presente. Mas será que isso é colaboração de verdade?

O que as empresas realmente precisam é de pessoas genuinamente interessadas em trocar experiênciar e contribuir para melhorar a empresa e sua área em que trabalha. Um dos maiores venenos para a colaboração é a coerção, o ?forçar-a-barra?.

Com a falta de tesão nas empresas a colaboração não acontece. Sites estão desertos enquanto o Orkut bate recordes de acesso. Pensar em colaboração nas empresas é repensar a forma de gerir pessoas, é trazer uma motivação muito maior do que a necessária para fazer um bom trabalho, mas também se interessar a fundo pela empresa.

Nos serviços de internet também é importante repensar a forma de desenvolver sites. Padrões de usabilidade, robustez do sistema e qualidade do design são alguns ingredientes, mas não todos os ingredientes e não o suficiente. É preciso encontrar uma forma de adicionar a motivação que vai fazer o usuário participar. [Webinsider]

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Diego Monteiro (diego@directlabs.com.br) é consultor de redes sociais da Direct Labs.

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3 respostas

  1. Muito bom!

    Estou criando uma revista colaborativa com alguns amigos, e nós compartilhamos nossa paixão por histórias. Mas é difícil atrair colaboradores externos, e motivá-los.

    O site ainda está em construção, ainda não tem nem um nome oficial e nem endereço fixo. Se alguém quiser bisbilhotar, seja bem vindo em
    http://estoria42.myartsonline.com

    Abraços!

  2. Perfeito Cesar!

    Mas as pessoas usarem (os amigos ou os colegas de trabalho) é um fim, um objetivo. A chave é como fazer isso?

    A Web 2.0 e a colaboração se trata de pessoas, de redes sociais. O grande desafio é como fazer um design / disposição para que essas pessoas apareçam com coisas relevantes e motivadoras. O Orkut tem os amigos lá é verdade, porém ele foi muito bem pensado na motivação da fofoca (bisbilhotar fotos e recados alheios).

  3. Diego, muito bom o artigo!

    Mas na verdade, existe sim uma motivação universal para se usar um sistema colaborativo: o mesmo motivo pelo qual usamos o Orkut. Nós só usamos o Orkut porque muitas pessoas que conhecemos usam também, e gostam dele, falam bem dele.

    É mais ou menos como o novo sistema de feedback por votos e comentários que existe hoje em lojas virtuais. Você vai comprar um produto e vê a nota dele ali e, se a nota for boa, você vê os comentários. Os comentários são muito importantes nesta hora, pois com certeza, se algumas pessoas comentarem sobre o mesmo defeito neste produto, você dificilmente irá comprá-lo.

    O mesmo acontece com os sistemas colaborativos. Se o sistema estiver redondo, funcionando 100% e o conteúdo dele for relevante, as pessoas vão acessá-lo, participar e comentar com os amigos (ou colegas de trabalho, no caso).

    Na empresa que trabalho fizemos um projeto desse há alguns anos, muito antes de surgir o termo Web 2.0 ou internet colaborativa para uma grande empresa internacional, e hoje este projeto é a maior ferramenta de troca de informação relevante entre os funcionários, facilitando a comunicação e a colaboração de informação entre os funcionários de diversos países.

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