O minimalismo e o dilema do projetista de interfaces

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Em conversa com um colega, sobre usabilidade do menu do Xbox360, eu comentei que tenho medo da usabilidade do iPod. Ele obviamente retrucou revoltado, pois adora a usabilidade deste pequeno brilhante da Mac.

Pééééééra… Eu não disse que não é usual. Acredito realmente que funciona muito bem nos equipamentos onde esta forma de interface foi projetada. Porém, como sou uma “filósofa, de qualquer coisa, de plantão” pensei nas interfaces cleans da web.

Tenho medo de que, este formato Mac e outros tantos, onde o menos é mais, influencie a criação de interfaces para sistemas ou websites corporativos de forma que possa impactar a experiência de navegação do usuário.

Ao procurar uma solução para agrupar e expor informações via web, seja em um site ou mesmo sistemas internos temos que pensar em duas premissas básicas: intuitividade e conhecimento de massa pois a intuitividade tem que funcionar para uma quantidade variada de pessoas que se comportam na web de formas distintas.

Pensando na empresa que vai usar as telas sempre temos que focar, além de dos conceitos padrões, na grande maioria dos usuários que poderão acessar este sistema e não terão conhecimentos aplicados nestas tecnologias mais elitizadas como os iPhones, smartphone e outras afins.

A arquitetura de uma informação deve gerar telas para serem utilizadas diariamente tanto pelo atendente quanto pelo diretor e ambos com certeza vivem realidades tecnológicas e de cultura internet diferentes. Precisamos integrar os dois em uma plataforma que ambos se sintam confortáveis para passar suas boas 8 horas ou mais navegando e trabalhando nela.

Você pode me dizer revoltadíssimo: “Mas a tecnologia anda rápido e hoje o iPod e “rodar a roda” quase todos os mp(zilhões) tem!”. Sim, tem. Hoje a maioria destes aparelhos “rodam a roda” e são hiper minimalistas e basta usar a primeira vez para se tornarem adaptados a este formato… Mas ainda vai ter a moça que trabalha na contabilidade que nunca viu “setinha clean” para ir e voltar. Isto também se aplica à web. Vai ter sempre alguém que não tem habito de navegar na web fora do horário comercial e sente dificuldade em seu cotidiano de trabalho pois os sistemas ou websites estão fora do padrão intuitivo deles.

O que quero dizer é que ao criar uma tela para navegação para um volume grande de pessoas com perfis “sócio/econômico/internet” muito diferentes temos sempre que pensar no todo, na experiência comum, olhar com muito cuidado os testes de usabilidade, as entrevistas, buscar colher informações que montem um quadro de ação eficiente quando for a hora de “arquitetar” da informação. Não adianta ousar sem primeiro embasar. Esta é a diferença marcante para o sucesso do projeto.

O bacana disso tudo é que o campo é vasto, a tecnologia a todo tempo cria novas formas de facilitar a interação com o usuário e novas interfaces acabam sendo velhas conhecidas em pouco tempo, mas ainda sim é importante ter a delicadeza (sim delicadeza) de organizar as informações, no momento da concepção das telas, de forma a não deixar perdido nenhum componente do grupo/empresa que está solicitando este site ou sistema e principalmente deixar claro para o cliente a importância de certos agrupamentos.

Não adianta inovar para a metade dos usuários. Ainda que o processo de cultura internet corra na velocidade da luz sempre vai haver um hiato entre as “novidades para mim” e as “novidades para ele”.

Globalizar a experiência do usuário no sistema que estamos desenhando é fundamental para o bom resultado do projeto. Por isto antes de inovar, reflita sobre todos os grupos. Com certeza essa visão ampliada será um grande aliado para o sucesso do seu produto final. [Webinsider]

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Íris Ferrera (iris.ferrera@gmail.com) escritora, estudante, arquiteta de informação e consultora de user experience nas horas vagas. Twitter @irisferrera.

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