O profissional da informação diante da colaboração

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O homem é um ser social. Ponto! Isso significa que depende 100% da comunicação, da interação, com outros seres de sua espécie, para garantir sua sobrevivência e sanidade mental. Do primeiro choro, ao nascer, até o tuitar, o ser humano está se comunicando, interagindo e… produzindo documentos: sonoros, textuais, audiovisuais, hipermídia!

Toda comunicação estabelecida entre nós é passível de ser documentada e compartilhada. Produzimos dados. Dados analisados geram informação, que gera documentos, que geram novos conhecimentos, que geram novos dados. Este ciclo informacional literalmente move o mundo habitado por seres humanos, que o retro-alimentam, pois dele dependem.

Produzimos, e armazenamos, em unidades de informação, documentos nos mais variados formatos/gêneros [texto, áudio, vídeo…] e suportes [papel/analógico, ótico, digital, on-line…].

Estes documentos são tratados pelos profissionais da informação para atenderem às infinitas necessidades informacionais de todos os setores de nossa vida.

A maneira como o homem registra, escreve e documenta a informação de sua época, bem como o(s) suporte(s) e formato(s) que utiliza revela(m) a época. Historicamente passamos da pictografia [25 mil anos a.C] para a escrita [4 mil a.C], da escrita para a imprensa/Gutenberg [séc. XV] e da imprensa para a internet [séc. XX].

A história também nos mostra que a informação [conteúdo] evoluiu no mesmo ritmo da comunicação [veículo, meio]. As TICs [tecnologias de informação e comunicação] impactaram o sistema informacional de tal forma, nestas duas últimas décadas, pela quantidade, formato, suporte e velocidade, que geraram uma ruptura nesse sistema. Essa ruptura tem sido chamada de 2.0.

Ocorre que, em tempos de web 2.0, o sistema informacional reverteu sua posição de verticalizado para horizontalizado. A horizontalização da informação, ao ser produzida e compartilhada/distribuída por qualquer um de nós é a questão central a ser colocada na mesa de discussão, especialmente pelos profissionais da informação.

A formação profissional tradicional está focada no sistema informacional vertical, ou seja, os produtores são poucos e detém o poder da veiculação da informação.

As regras do jogo mudam no sistema informacional horizontalizado. Os produtores são muitos, que distribuem para muitos, sem intermediários e sem custo, na maioria das vezes. A informação está sendo produzida e distribuída de forma desterritorializada e atemporal. Ela é híbrida, líquida, ubíqua, customizável, interoperável e hipertextual. Os canais de distribuição são móveis, sem fio e táteis.

Como o profissional da informação deverá encarar esse novo paradigma? Onde armazenar e como recuperar a informação nesse ambiente? Quando e quais ferramentas 2.0 deverá utilizar, e para quais serviços? Como ser um profissional da informação 2.0? Em quais situações está sendo exigido do profissional um comportamento 2.0? Por outro lado, quais barreiras institucionais poderão existir? Como deverão ser enfrentadas? Quantos de nós estamos realmente preparados para vivermos em um ambiente informacional horizontalizado? A tecnologia está pronta mas … a quantas anda a interoperabilidade humana necessária para que esse momento de ruptura 2.0, que estamos vivenciando atualmente, seja resolvido?

É senso comum a necessidade da educação continuada para profissionais da informação para que entendam e possam atender às demandas geradas por este momento de ruptura 2.0. Os modelos comunicacionais e de gestão da informação verticalizada já não são mais adequados. O cidadão comum registra e compartilha notícias antes de qualquer rede de TV, a partir de qualquer lugar do planeta. Há uma mudança urgente a ser feita.

Mas onde? Como? Qual a melhor direção a tomar para meu tipo de negócio, minha empresa, minha instituição? Novos produtos e serviços são possíveis, mas quais deles são factíveis a curto, médio e longo prazos?

A capacitação dos usuários finais dos novos produtos e serviços também faz parte desse cenário construído pela ruptura 2.0. Especialmente no nosso país, que carece de alfabetização digital. Estamos à procura de novos caminhos 2.0. E ao caminhante na nuvem só resta uma opção: caminhar!

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Nota da redação: a autora apresenta em agosto o curso Unidades de informação na Web 2.0: Conceitos, estratégias e práticas.

[Webinsider]
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Suely de Brito Clemente Soares é Msc. em Educação, Ciência e Tecnologia, FE-UNICAMP, Cibertecária, Profa. de Ead, Consultora e Palestrante.

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9 respostas

  1. Parabéns Suely, sou empreendedor digital, bibliotecário e venho acompanhando seu trabalho. Você é uma das minhas fontes de inspiração atualmente. Atuo em uma consultoria na área de Informação Audiovisual, estou lançando em setembro de 2011 dois inéditos livros na área e estou desenvolvendo oficinas na área de Planejamento de Carreira e de Uso de Buscadores por Bibliotecários e Profissionais da Informação. Obrigado e espero que possamos em breve dialogar pessoalmente. Abraço.

  2. Estamos implantando um programa de gestão do conhecimento no Sistema de Bibliotecas da UFPR. São 15 unidades dispersas geograficamente. Fazemos uso de TICs (portal corporativo, mapa do conhecimento, conferências on-line, e-agenda, e-boletim, gestão da produção científica e de documentos administrativos, práticas e outras). Tivemos, no final de julho, um seminário de integração profissional onde discutimos a implantação desse programa. Seu texto nos mostra que já estamos caminhando e no caminho certo. Obrigada.

  3. Postmidia grata pela divulgação!

    À Patricia de BH eu diria que seu comentário me fez lembrar do radical “trans”… mais do que nunca, penso eu, precisamos exercitar a transdisciplinaridade… a transversalidade… estarmos abertos a sermos “transgênicos 2.0”, reformatados, reconstruídos, independentemente de nossa idade cronológica…

    À Iris eu diria: é muito bom quando podemos refletir!!! fico feliz que tenha despertado essa reação em vc!

    []s e grata pelos comentários!

  4. Suely, gostei muito do seu texto. Os profissionais de hoje devem estar abertos a questão da produção de conteúdo ampla, horizontal como vc cita. Um bom profissional acredito é aquele que consegue navegar por vários conhecimento e não ficar preso a um único saber. Há necessidade de se fazer valer essas habilidades e atitudes e o uso de ferramenta são técnicas a ser aprendidas. Sem dúvida há muito a caminhar, questões que serão demoradas a ser respondidas.

  5. Pingback: POSTMIDIA

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