Ciclo de vida integrado, um modelo de gestão

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Nos artigos anteriores (“Automação de Processos de Governança de TI” e “Modelo de Gestão Integrada para Governança de TI”) apresentamos a evolução histórica da Gestão Organizacional até o momento atual, onde uma Governança efetiva deve consolidar, como um “guarda-chuva”, os modelos de gestão (ou gerenciamento) mais indicados para uma determinada organização de TI.

Lembrando a Figura 1 do segundo artigo, o objetivo de usar um “Escritório de TI” é permitir a integração de práticas convergentes através de Metodologia, Ferramentas e Pessoas. Esta é uma ação que requer uma mudança no Organograma de TI incorporando profissionais dedicados ao estudo, escolha, adoção e adaptação de práticas, como forma de ampliar a capacitação de todo o time, aumentar a produtividade e eficiências nas atividades realizadas e garantir a eficácia nos resultados alcance nossas metas.

Figura 1 – O “Escritório de TI”
Figura 1 – O “Escritório de TI”

Deste modo, por meio do Gerenciamento de Processos com práticas de BPM, os Micros-processos dos frameworks adotados, foram sobrepostos criando uma Metodologia baseada num Ciclo de Vida Integrado operando em sintonia e não gerando “burocracias”.

O propósito do Ciclo de Vida Integrado para processos, serviços e projetos de TI é promover a geração dos resultados desejados pelos negócios, através de mecanismos de controles que objetivem:

  • Redução de custos da TI e riscos para os negócios
  • Aumento de qualidade e produtividade com a uniformidade das atividades
  • Eliminação de documentos redundantes e simplificação do escopo de gestões diversas
  • Maior percepção do negócio pelo valor agregado das soluções,
  • Orientação para o Foco da Governança de TI (Figura 2) com: alinhamento estratégico, entrega de valor, gestão de riscos, gestão de recursos e mensuração e desempenho.
Figura 2 – fonte ITGI, As Áreas Foco da Governança de TI
Figura 2 – fonte ITGI, As Áreas Foco da Governança de TI

Alinhamento estratégico – foca em garantir a ligação entre os planos de negócio e de TI, definindo, mantendo e validando a proposta de valor de TI, alinhando as operações de TI com as operações da Organização.

Entrega de valor – é a execução de proposta de valor de TI através do ciclo de entrega, garantindo os benefícios previstos na estratégia, concentrando-se em otimizar custos e promovendo valor intrínseco de TI.

Gestão de recursos – é a melhor utilização dos investimentos e o apropriado gerenciamento dos recursos críticos de TI: aplicativos, informações, infraestruturas e pessoas.

Gestão de risco – requer a preocupação com os riscos pelos funcionários mais experientes da corporação, um entendimento claro do apetite de risco da empresa e dos requerimentos de conformidade, transparência sobre os riscos significantes e inserção do gerenciamento de riscos.

Mensuração do desempenho – acompanha e monitora a implementação da estratégia, término do projeto, uso dos recursos, processo de performance e entrega dos serviços, usando, por exemplo, balanced scorecards que traduzem as estratégias em ações para atingir objetivos, medidos através de processos contábeis convencionais.

Governança X Gerenciamento

Antes de seguir com a abordagem do Ciclo de Vida, é importante observar a diferença entre Governança de TI e Gerenciamento de TI e também o quanto são dependentes de ferramentas comuns da administração.

A Governança determina direção e controle para TI, com base nos objetivos estratégicos e da governança corporativa, sejam estes para desempenho ou para conformidade da organização, logo “olha” para fora de TI (negócio), antes de passar diretrizes gerenciais para dentro de TI com: “o QUE realizar, controlar”.

De forma complementar, o gerenciamento define “COMO realizar, controlar”, o que vai desde atividades táticas até as operacionais, daí novamente a oportunidade de integração das abordagens.

Os ciclos de vida

Uma definição de ciclo de vida encontrada nos livros de ITIL da Ivanka Menken é: “um processo natural de estágios que um organismo ou um objeto inanimado passa à medida que amadurece. Por exemplo: estágios humanos são nascimento, criança, pré-adolescente, adolescente, adulto jovem, adultos, idosos e morte”.

Conforme alusão ao Ciclo da Melhoria Contínua ou PDCA, o Ciclo de Vida dos Frameworks normalmente organiza suas atividades em fases para alcançar seus objetivos: “Nascendo” (Plan), “Crescendo” (Do), “Reproduzindo” (Check) e “Envelhecendo” (Act), buscando a “morte e renascimento” de seus Produtos, Serviços, Processos, Projetos, Software, Sistemas, Ativos, ou qualquer entidade que tenha um ciclo desde sua criação por inovação ou renovação até a sua retirada de circulação por substituição ou evolução, alimentando uma base de conhecimento com lições aprendidas da organização.

Usando a relação original do PMBOK na Figura 3, adaptada com Ciclo de Processos, é visível perceber que um Ciclo de Vida de Produtos/Serviços engloba Ciclos de Vida de Projetos. Também é possível perceber que, ao final dos projetos, entregamos serviços para nossos clientes, logo se presume que ciclos de vida de modelos distintos têm na verdade uma correlação direta de objetivos, alguns entregáveis similares e atividades comuns, que ao serem integradas, podem gerar sinergia e agregar mais valor aos negócios.

Figura 3 – PMBOK 2004, adaptado
Figura 3 – PMBOK 2004, adaptado

Como os Processos de Projetos e de Serviços passam por melhorias contínuas, a adaptação na Figura 3 sugere que Ciclos de Processos (BPM C-BOK, por exemplo) englobem Ciclos de Serviços de TI (ITIL V3, por exemplo), que dependem de Ciclos de Vida de Projetos (PMBOK, por exemplo).

A escolha dos frameworks

O diferencial do case, apresentado desde o primeiro artigo, foram os processos de boas práticas complementares dos frameworks escolhidos, desde os mais generalistas para o nível estratégico até os mais especialistas para o nível operacional, como os da Figura 4:

Figura 4 – frameworks complementares e a pirâmide invertida com a  visão de desmembramento de processos entre eles.
Figura 4 – frameworks complementares e a pirâmide invertida com a visão de desmembramento de processos entre eles.

Estas boas práticas, para cumprirem com os objetivos do propósito do ciclo de vida unificado, deveriam garantir controles mínimos de uma “cadeia de valor de TI”, que transformaria projetos em serviços, graficamente representada na Figura 5.

Figura 5 – uma sequência de macro-processos finalísticos para gerar serviços, de forma análoga à Cadeia de Valor de Porter.
Figura 5 – uma sequência de macro-processos finalísticos para gerar serviços, de forma análoga à Cadeia de Valor de Porter.

O ciclo integrado de TI

Assim o Ciclo de Vida Integrado de TI, com foco nos pilares de TI: Projetos, Processos e Serviços, integrou entradas, ferramentas e saídas dos processos adotados dos frameworks escolhidos: COBIT, BPM, ITIL, PMBOK, CMMI, RUP, conforme Figura 6.

Figura 6 – O Ciclo Integrado com práticas de ITIL V3 & PMBOK/CMMi/RUP & COBIT4.1 & CBOK
Figura 6 – O Ciclo Integrado com práticas de ITIL V3 & PMBOK/CMMi/RUP & COBIT4.1 & CBOK

O desafio foi criar uma Metodologia para Gestão de TI com templates, entregáveis, controles e definição de papéis e responsabilidades claros, para que novas ferramentas fossem divulgadas e os profissionais de TI treinados para absorção e multiplicação do Modelo de Gestão Integrada, apresentado no segundo artigo, que de forma simplificada tem os seguintes estágios:

Necessidade –> Demanda / Projeto –> Solução –> Manutenção.

A escolha de um Projeto Piloto e de um Gerente de Projeto foi fundamental para o Ciclo “girar” pela primeira vez e depois, dentro de um típico PDCA, a metodologia criada ir melhorando gradativamente na medida em que todos usavam e contribuíam com críticas construtivas, aprimorando procedimentos, documentos e automatizando processos, conforme apresentado no primeiro artigo da série, gerando os resultados significativos relatados no segundo artigo.

Por falar em Metodologia, este assunto será de outro artigo.

Até breve! [Webinsider]

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Omar Mussi (omarmussi@alternex.com.br) é Professor do INFNET/ UCAM/TRAINNING de Governança e Gestão de TI e Consultor pedagógico do SENAC-RJ e de TIC na TO.

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10 respostas

  1. Omar, excelente trabalho. A série de artigos que você vem produzindo é uma verdadeira aula de implantação de melhores práticas para a área de TI.

  2. Caro Omar,

    Neste artigo você aborda aspectos que devem ser considerados neste tipo de projeto de uma forma clara, objetiva e didática, o que, sem dúvida, agrega valor ao leitor.

    Parabéns!

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