Tecnologia adiante do tempo: o estado da arte

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Você já parou para pensar como a tecnologia nos é entregue?

Podemos dizer que ela é entregue dentro de uma estratégia mercadológica onde os departamentos comerciais e de marketing cada vez mais se esmeram o quanto podem para nos seduzir, seja em qualquer nicho de mercado, lançando uma gama de produtos e subprodutos.

Vamos nos ater à indústria de computadores, software e hardware que a tudo permeia no nosso dia a dia.

No meio dos anos 90 eu trabalhava em uma grande empresa varejista com cobertura em todo o território nacional, cujo budget anual de TI se aproximava dos R$ 40 milhões. Era, dentre outras coisas, administrador de redes e já possuía contato muito próximo com todos os grandes players do mercado.

À época possuíamos a maior base instalada de Lotus Notes na América Latina com mais de 100 servidores espalhados pelo Brasil interligados via modem e depois via satélite. Da mesma forma que o parque de máquinas possuía um vasto leque de servidores e desktops Compaq, Unisys e IBM.

O mercado estremeceu quando em uma demonstração de cobiça e poder a Compaq compra a DEC (Digital Equipment Corporation) por alguns bilhões de dólares. O interesse estava tão somente na plataforma Alpha que possuía àquela época máquinas com clock já rodando a 1 GHz em barramento de 64 bits. E em laboratório já estavam preparadas para rodarem a 3 GHz.

Notem que estou falando lá dos idos de 1998 quando se deu toda a transação comercial entre as duas mega empresas. As máquinas Alpha já estavam em linha desde 1992 e eram a menina dos olhos da Digital, assim como os mainframes VAX já o tinham sido nas décadas passadas.

Entrar em uma concorrência competindo com os Alpha era certeza de tempo perdido para vendedores de outras empresas. Pois bem, passaram-se mais quatro anos e em 2002 foi a vez da HP comprar a Compaq e incorporar a marca como linha de produtos de servidores.

Os Alpha ficaram em venda até 2007 quando começaram a dar vez aos Blades e aos virtual servers. Mais de 1.000.000 de processadoras Alpha foram vendidos, e muitos ainda estão rodando na ativa por aí, gerando receita à HP através de contratos de serviço e suporte.

Da mesma forma, e também lá no meio dos anos 90, foi a vez da IBM comprar a Lotus, principalmente para botar as mãos na plataforma de software chamada Notes / Domino. O Lotus Notes é realidade até hoje, sendo campeão de vendas em produtos de colaboração, e-mail e desenvolvimento de aplicações.

Estes dois movimentos que cito acima servem apenas para exemplificar que a tecnologia que hoje usamos já está obsoleta. O problema é que não dá tempo para os fabricantes lançarem todos os avanços que eles mesmos desenvolvem. Comercialmente não seria interessante a eles.

Veja a CES 2012 que terminou semana passada, onde as SmartTVs ligadas à internet e os Ultrabooks foram as estrelas.

Vejam o caso dos chips de múltiplos núcleos. É uma febre que somente teve a sua temperatura um pouco arrefecida pela crise mundial que bateu a porta desde setembro de 2008. Quem não quer ter um PC com chip de 2, 4 ou até mesmo 8 núcleos? Imaginem então um processador com 240 núcleos na sua mesa! Ou até mesmo na sua mochila!

Contrariando todo o mercado, a Nvidia lançou o desktop “Tesla” com todo este poder de fogo ao preço de 4.000 libras na Inglaterra. Decidiu enfrentar a adversidade com ousadia e informa que esta plataforma é capaz de realizar cálculos geológicos para perfuração de poços de petróleo, gás, aplicações CAD/CAM, dinâmica de fluidos, ciências biológicas, etc. Aliás, seu nome comercial é “Tesla Supercomputer”.

Quem já viu uma máquina com chip Intel ou AMD quadcore rodando ficou com vontade de comprar. O que dizer então desta de nome Tesla, que faz lembrar o grande cientista Nikola Tesla?

Em 2007 a Intel prometeu para 2012 um chip com 80 núcleos, do tamanho de uma unha, que fará mais de um bilhão de operações por segundo e que consome 60 watts tal qual uma lâmpada elétrica. Possui 100 milhões de transistores em 275 mm quadrados. Quem sabe já venha baseado no revolucionário grafeno.

Também em 2007 a IBM anunciou ter desenvolvido um chip que possui a capacidade de transmitir 160 gigabits por segundo. É como se um filme em HD fosse todo projetado em 1 segundo.

Então o que se percebe, não é de hoje, é que existe tecnologia disponível e guardada muito à frente do nosso tempo, que por questões comerciais é liberada aos poucos no mercado. Foi também o caso da tecnologia bluetooth, desenvolvida em 1994 e somente comercializada de uns anos para cá quando o mundo estava pronto para recebê-la.

Será que estamos prontos para um desktop com 240 kernels?

As máquinas Alpha estavam mais ou menos uns 10 anos à frente do seu tempo. Curiosamente o que se dizia à época é que a Digital não era tão boa de marketing quanto era de desenvolvimento tecnológico.

É assim então que estamos chegando ao fim da era do chip de silício, onde uma barreira física será transposta. A lei de Moore, que diz que a capacidade de processamento dobra a cada 18 meses, será literalmente revogada.

O salto que a informática dará daqui uns poucos anos será quântico (e bem maior do que o representado pelo desenvolvimento da medicina nos últimos 60 anos) quando chegarem os chips de grafeno, cuja tecnologia fabricará circuitos orgânicos baseados em tamanhos moleculares. Verdadeiros chips de carbono que poderão ser do tamanho de um neurônio com múltiplos núcleos.

Hoje já existem memórias flash para telefones celulares que armazenam 2 terabytes (500.000 músicas) de dados. O que um chip molecular poderá processar e guardar?

Já está produzido em escala molecular no Instituto Renssealer nos EUA um nano chip de grafeno (carbono) que mede apenas um átomo de espessura e que possui desempenho 10 vezes maior do que um feito com silício. Outro fator a favor é que estes chips não aquecem como um feito de silício e contam com a abundância do carbono na natureza.

Será que estamos preparados para os neuro chips? Imagine então o que pode ser liberado amanhã. Imagine também o que ainda não pode. [Webinsider]

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Leonardo Cardoso de Moraes (leonardo@cardosodemoraes.com.br) é diretor comercial da TI Safe e perito forense.

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