Mídias digitais são o novo meio convencional

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Começamos o artigo com uma pergunta básica: o que é convencional para você?

Hoje entendemos várias coisas como convencionais, mas consideremos as que entraram no senso comum, ou seja, foram digeridas pelo homem contemporâneo, incorporadas ao seu cotidiano.

Até pouco tempo atrás, mídia convencional era o impresso e pronto. Somente na década de 1960 as agências de publicidade começaram a entender que a TV estava de fato na vida das pessoas e começaram a criar peças especificamente para esta “nova mídia”. TV como nova mídia soa meio velho, mas ela já foi novidade um dia. Estamos longe demais da invenção da prensa de Gutemberg, mas até ela foi novidade um dia, acredite.

O cinema já tem mais de um século, mas exatamente quando ele nasceu, em 1895, as pessoas se acotovelaram em um quarto escuro em Paris para assistir o seguinte filme:

Considerado o marco inicial do cinema, o filme dos irmãos Lumiérè projetava apenas isso que vocês assistiram: a chegada de um trem à estação de Ciotat. Dizem que naquela época, algumas pessoas se abaixaram ao ver aquele monstro de ferro chegando tão perto. Ninguém tinha visto coisa semelhante, era simplesmente “a captura da realidade”.

Passado meio século, o homem viu a chegada da TV. Ao contrário do que se imagina, ninguém ficou muito entusiasmado com a novidade. Para falar a verdade, ninguém entendeu direito este cinema “piorado”.

O grande feito da TV foi ter entrado nos lares, aí sim entenderam seu sentido. Não precisavam mais chegar cedo ao cinema para assistir os cinejornais; espetáculos e filmes podiam ser vistos na comodidade da sua poltrona. Aos poucos, aquela caixa tomava o lugar cativo do rádio na sala de estar; tornava-se comum a expressão Televizinho, aquele cara que ficava espreitando o capítulo da novela escorado na janela da sua casa, ou mesmo dentro de sua sala.

Muito questionada, a TV foi a mídia do final do século XX. Mídia de massa por natureza, teve quem a chamasse de mediana, vulgar, popular demais, de mero espetáculo e entretenimento. Bom, nunca foi a função da TV educar e, de fato, ela busca a audiência do espectador – ou seja, a TV é um reflexo de quem a assiste.

Vejamos a seguir o vídeo que entrou em cadeia nacional à época da implantação da TV digital no Brasil:

Quem não se identificou com pelo menos um terço destas imagens?

Mas o fato é: a TV hoje não identifica mais como deveria. Faço outra pergunta: quem consegue ter tempo para chegar em casa, colocar os chinelos, jantar e ver o Jornal Nacional? O perfil do público mudou e a nova mídia, a internet, contribuiu muito para isso.

Como já foi dito, mídias não morrem, transformam-se.

A TV hoje está morrendo, mas na verdade o que morre mesmo é o seu perfil. Os canais abertos perdem espaço não para a TV a cabo como se imaginava anteriormente, mas para todos os periféricos que hoje são ligados nela: DVDs, Blue Rays, videocassetes (ainda), videogames, computadores, pen drivers e milhões de outros gadgets.

E sabem por que estes gadgets ganham a guerra da atenção? Pela palavrinha mágica on-demand.

Sejamos francos: ninguém de fato espera montar home theater para ver novela das oito. Ou seja, este papo de qualidade de imagem na TV digital é conversa. A interatividade não se resume a comprar coisas via controle remoto ou ver sinopse de filmes. O trunfo é a disponibilidade na hora que quiser, quando quiser, o que quiser.

O grande apelo do YouTube é exatamente essa possibilidade e vamos combinar que ninguém liga para aquela qualidade horrível, com pixels do tamanho de cubos de lego, certo? Portabilidade e mobilidade na sua hora de conveniência é o futuro de fato.

As TVs sabem disso, prova maior é o portal Globo.com, com praticamente todo o conteúdo disponível ao usuário que perdeu o programa. O capítulo estava bom e você perdeu? Lá tem os melhores momentos. Quer ver o conteúdo todo? Pague e verá. Não quer pagar, com certeza alguém sabe se lá por que ou como postou o mesmo conteúdo no YouTube.

E assim vamos escrevendo nosso futuro neste mundo audiovisual. [Webinsider]

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Marcelo La Carretta (@lacarreta) - Professor universitário, ilustrador, chargista, artista gráfico e videocompositor. Possui o site www.lacarreta.com.br.

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