Pay wall, um duro golpe no jornalismo Ctrl+C – Ctrl+V

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O modelo de cobrança Pay Wall propõe um investimento por parte do leitor para acessar os conteúdos dos jornais online. Qual é a sua opinião?

Os defensores de que o conteúdo jornalístico circulante na rede deve ser gratuito, levaram um pesado golpe na última terça-feira (19/06), com a adesão da Folha de S. Paulo ao pay wall. A partir de agora, o jornal passa a cobrar pelo seu conteúdo digital, adotando o bem sucedido modelo de cobrança criado pelo New York Times, em março de 2011.

Nada mais do que justo, pois como já bem disse o diretor executivo do NYT e responsável pela criação do pay wall ou muro de pagamento poroso, Bill Keller, a informação jornalística gratuita não passa de um mito, pois a produção de uma notícia tem um custo elevadíssimo e isso deve ser repassado aos leitores de alguma forma.

Segundo ele, não há como não cobrar pelo jornalismo investigativo que demanda tempo e recursos. Não é possível disponibilizar gratuitamente matérias feitas por correspondentes que precisam ir a lugares longínquos e perigosos. Ou mesmo o jornalismo local, que trata do que acontece em nossa cidade, não é possível fazê-lo de graça.

Faz muito sentido, pois quem já trabalhou em um jornal, por menor e mais simples que seja, sabe que produzir informação e depois disponibilizá-la de graça é impossível. Assim, encontrar uma forma de cobrar pelo conteúdo é uma tendência mundial e cabe aos leitores aceitar isso como um processo inevitável, tal qual, a hoje já banalizada e aceita cobrança pelas músicas online.

Segundo o diretor de Redação da Folha de S. Paulo, Otavio Frias Filho, os visitantes do site poderão ler até 20 textos por mês gratuitamente. A partir disso, será pedido o preenchimento de um breve cadastro, que dará acesso a mais 20 notícias ou colunas gratuitamente. Do 41º texto em diante, o visitante será convidado a fazer uma assinatura paga.

Os assinantes do jornal impresso continuarão tendo acesso irrestrito a todos os formatos do jornal na internet, em tablets e em celulares. Quem assina o pacote digital também pode ler o jornal em qualquer tela. Assinantes do UOL, empresa do Grupo Folha, continuam com acesso aos textos do site, mas não à edição do jornal.

A medida passa a vigorar partir desta quinta-feira (21/06), sendo que o preço promocional da assinatura será, de R$ 1,90 no primeiro mês e R$ 29,90 nos meses seguintes. Otávio Frias conta que a Folha é o primeiro veículo a adotar no país o pay wall e a utilizá-lo também em seu site. Ele acredita que isso é um caminho sem volta e outros jornais brasileiros estudam formas de adotar um modelo de negócios semelhante.

Acredito que medidas como o pay wall são válidas, justas e colocam por terra a ilusória ideia, defendida por muitos sonhadores virtuais e irresponsáveis crônicos, de que o conteúdo jornalístico na web tem a obrigação de ser gratuito. Muitas vezes essa mensagem, mascarada de boas intenções, valida uma prática pouco ética e criminosa, a pirataria.

É lugar comum sites, blogs, mídias e redes sociais produzirem informação jornalística pela prática do Control C / Control V. Dessa forma, os jornais, a exemplo da Folha e do NYT, estão apenas defendendo um direito óbvio: cobrir os custos pela prestação de seus serviços. Além do que, a ética e o bom jornalismo saem fortalecidos com tais medidas. [Webinsider]

 

Marcelo Rebelo (@mrebelo71) é jornalista, relações públicas e pós-graduado em e-commerce. Integra a equipe da Viroze web/conteúdo.

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9 respostas

  1. Quem é burro não vai pagar pra ler jornal, e quem é inteligente sabe que existe 1 milhão de alternativas pra burlar paywalls. E quem em sã consciência pagaria pra ler Folha de Sao paulo, jornal sem conteúdo e enviesado.

  2. Não acho que “o conteúdo jornalístico na web tem a obrigação de ser gratuito”, mas concordo que os custos da produção jornalísticas precisam ser cobertos. Sei que o Pay Wall do NYT está dando resultado, apesar de não ter batido o volume de audiência de antes desse procedimento ser implementado.
    Na verdade, acho que os jornais ainda não resolveram a questão da mídia na internet. Como fazer dinheiro mesmo… Além do mais, como o Pay Wall vai impedir o tal jornalismo Control C / Control V?

  3. Se não tiver nenhum tipo de propaganda, é válido cobrar. Mas com tanta propaganda que exite na Folha nós deveriamos receber por este jornal.

    Disponibilizar e-mail para as pessoas também não é de graça, mas eu não pago nada ao Google pelo g-mail, a publicidade faz isso!

  4. A publicidade não consegue mais bancar o conteúdo? Não sabe se inovar?
    Ou seria os modelos retrógrados do IAB que já deu?

  5. Tendência mundial? Sonhadores virtuais? Irresponsabilidade crônica?

    Tá, pelo menos vi alguém defendendo essa coisa.

    Duvido que vingue.

  6. Mas e o lucro com a publicidade? Empresas pagam para que seus anúncios sejam vistos por nós, leitores. Logo, acredito que o conteúdo deveria, sim, ser gratuito. E olha que sou assinante da Folha. Ou não há publicidade em dispositivos móveis?

  7. O Pay wall será um tiro no pé das empresas jornalísticas brasileiras. Essa “estratégia” é uma medida preguiçosa, que tenta substituir uma outra: o estudo e experimentação de novos modelos de negócio. O Pay wall nada mais é que uma adaptação do modelo mensal de assinatura do jornal impresso para o ambiente online – onde a cultura digital apresenta formas bastante diferentes de consumo de mídia. Tal medida atende ao imediatismo das empresas, que querem agregar receita a qualquer custo. São raras as empresas que se empenham de verdade no estudo do Pay wall. Nem a análise das métricas de seus produtos é feito de forma séria e relevante. Caso isso fosse feito, seria fácil identificar o quanto é baixo a fidelização (engajamento) dos leitores ao ponto de eles serem convencidos a pagar por uma assinatura online. A audiência dos jornais online, muitas vezes, é pulverizada – o que indica que, são poucos os leitores que leem muitas páginas dos sites mensalmente. Enfim, é de lamentar que as empresas brasileiras apenas reproduzem os modelos internacionais, sem apostar em estratégias que fazem mais sentido para o cenário da indústria de informação aqui do Brasil. Agora, é aguardar pra ver.

  8. Se não me engano, logo que eles (NYT) começaram a fazer isso, as pessoas se cadastravam e copiavam a noticia na integra em outro site e distribuíam o link via twitter.

    Claro que uma hora vai faltar pessoas pra tantas noticias, mas os cadastros podem ser burlados, né?

    A não ser que TODOS os sites façam o mesmo, as pessoas vão procurar primeiro pela gratuidade da notícia para só depois pensarem na qualidade.

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