A economia e as perspectivas para 2013

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O Brasil atravessou o turbulento ano de 2012 relativamente bem, diante do grave panorama mundial: temos uma longa crise em andamento na União Europeia, os EUA seguem em lenta recuperação da última grande crise e a China está desacelerando seu crescimento.

A política econômica implementada pelo presidente FHC e mantida pelos governos Lula e Dilma está por trás do êxito do Brasil em atravessar essa fase difícil, da economia global, em condições de segurança.

Inclusive o Banco Central tem uma reserva gigantesca de dólares para aguentar eventuais crises cambiais, como as do passado recente (no governo FHC).

Neste ano de 2012, o governo Dilma saiu um pouco das linhas gerais da política econômica (mencionada acima) com o objetivo de responder aos desafios que a conjuntura mundial apresenta.

Assim, a taxa básica de juros foi reduzida substancialmente, houve um direcionamento na taxa cambial e foram feitas intervenções pontuais e corajosas como a redução das taxas de empréstimos bancários, redução de impostos em setores específicos, redução no preço da energia elétrica e represamento dos preços dos combustíveis, dentre outros.

Todas essas ações vão repercutir fortemente na Economia no médio prazo. Vejamos alguns indicadores brasileiros importantes.

Desemprego

As estatísticas de desemprego se mantém num nível relativamente baixo. Mas é bom lembrar que, nessas estatísticas, quem está sem emprego e desistiu de procurar serviço não conta como desempregado.

Nessa questão, o setor de serviços é o que tem mantido o nível de emprego alto – em economias avançadas, é por aí mesmo, esse setor acaba sendo o que emprega mais gente.

Taxa de juros

Finalmente a taxa básica de juros se aproxima de valores civilizados – isso torna mais barato o crédito e ajuda na gestão da dívida pública.

Crédito

Com o incentivo e barateamento do crédito, o consumo de bens duráveis das famílias tem aumentado. Isso contribui para seu bem-estar e ajuda a manter o bom nível de emprego. Porém é importante ficarmos atentos para evitar o endividamento em excesso – o que pode gerar inadimplência alta.

O bom nível de consumo e o bom nível de emprego contribuem bastante para a autoestima dos brasileiros: estar trabalhando e adquirindo produtos e serviços sem dúvida nos faz sentir bem.

Dívida pública interna

Foi beneficiada pela redução da taxa básica de juros, além de uma crescente arrecadação de impostos e taxas. Por outro lado, o constante aumento de gastos correntes do governo central tem reduzido a margem para um nível maior de investimentos governamentais, além de impedir uma redução significativa da dívida pública interna.

Indústria

A indústria tem perdido competitividade (tanto no mercado interno como no externo) basicamente por causa do câmbio defasado e do custo Brasil (altos impostos, grande burocracia e infraestrutura deficiente elevam o custo dos produtos e serviços). E a concorrência externa é duríssima, sendo, às vezes, desleal: dumping e trabalho semi-escravos são comuns, em especial em países asiáticos.

Investimentos

As incertezas quanto ao futuro próximo estão inibindo as decisões de investimento das empresas. Ninguém sabe, por exemplo, para onde vai o dólar, se a inflação vai subir, como a economia americana irá se comportar, se a União Europeia conseguirá se manter com as falências de alguns de seus países-membros e em qual ritmo de crescimento a China irá se manter.

No nível das pessoas, as dúvidas também são muitas: investir em renda fixa, mesmo com juros baixos? O dólar vai subir? E os imóveis, vão continuar valorizando ou estamos diante de uma bolha imobiliária?

E o Exterior, como fica?

Nossos palpites: a China vai continuar crescendo, só que de uma forma mais sustentável economicamente falando – e, espera-se, de uma forma ecologicamente sustentável também.

A economia americana deve seguir seu ritmo de recuperação lenta, mas consistente – lembremos de que ainda se trata da maior economia do mundo!

Já para a União Europeia é mais difícil uma previsão: de um começo eufórico com a moeda única – o Euro – hoje convivemos com países em situação de “falência” não declarada e um risco sério de alguns desses países não suportarem as medidas de austeridade e saírem do Euro, com consequências catastróficas para a União como um todo.

Podemos melhorar…

Além da melhoria da infraestrutura (portos, estradas e aeroportos, por exemplo), o Brasil precisa de uma reforma tributária de verdade: carga tributaria menor, impostos mais simples, em menor número e menos burocracia.

Com uma carga tributária menor, tanto as pessoas como as empresas têm mais dinheiro na mão, seja para consumir, seja para investir.

Uma melhoria na gestão do serviço público também é necessária – assim, quando tivermos serviços públicos de mais qualidade, como saúde, educação e segurança, por exemplo, poderemos usar esses serviços gratuitos e realocar o dinheiro (gasto nesses serviços privados) para consumo e investimento.

O dinheiro circula e a economia agradece!

Finalizando…

O Brasil é uma das maiores democracias do planeta. E mudanças significativas na economia são lentas, dependendo de conscientização e negociação política entre os diversos atores da sociedade. Mas essa lentidão é típica das democracias.

Mas, melhor assim! Em regimes autoritários, ao contrário, mudanças são rápidas, feitas por decreto.
Podem até ser rápidas, mas podem ser para pior… Um feliz 2013 para nós todos!

Obs: Este artigo foi propositalmente qualitativo, sem taxas, índices etc, para deixar o texto mais leve (afinal, é época de festas!). O leitor pode encontrar os dados que quiser nos sites do IBGE, BC, Ministério da Fazenda, do Planejamento, dentre outros. [Webinsider]

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Pedro Paulo Bramont (pp@mktpeople.net) é doutor em avaliação de projetos pela UFSC (1996) e tem um livro publicado pela Editora FURB sobre o mesmo tema. Atualmente gerencia projetos especiais. Nascido no Rio, reside em Floripa há bastante tempo e traz as duas cidades no coração. Mantém o site MKT People.

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