Não somos inovadores. Somos comodistas e previsíveis

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Quem acompanhou a ascensão da internet sabe a luta que o marketing digital travou e ainda trava para conquistar espaço de respeito como plataforma de comunicação e publicidade. Todo movimento enfrenta uma força de atrito e, nesse caso, a resistência de muitos profissionais foi superada e hoje a internet é um espaço não apenas reconhecido, mas desejado como meio de comunicação e divulgação.

Grande conquista para o Marketing, que soube evoluir juntamente com as novas tecnologias. Mas pera aí?! Será que as coisas mudaram tanto assim?

Nosso vício em números

Gestores adoram números. É o jeito mais fácil de mensurar o famoso Retorno sobre Investimento. Investi X, atingi Y pessoas, e meus ganhos elevaram-se em Z%.

Para conquistar seu espaço, a publicidade digital logo entendeu que não poderia mudar esse paradigma. Surgem então as mais tradicionais métricas dessa nossa profissão:

  • Acessos;
  • Visualizações;
  • Custo por Clique, entre outras.

Até aí tudo bem, não fosse a web 2.0 aparecer para bagunçar o meio de campo. Engajamento, relacionamento, interação. A socialização da publicidade transformou não apenas o marketing digital, mas o tradicional também. De receptor, o público passou a ter um papel ativo na forma como as marcas se colocam no mercado e como divulgam a si e a seus produtos.

E aí, como mensurar em números o relacionamento que temos com as pessoas? Likes, Shares, RTs. Mais números e números. Avaliar a qualidade da interação entre marcas e pessoas ainda é um trabalho em desenvolvimento.

Mas enquanto tem gente realmente preocupada em desvendar as novas possibilidades que o Marketing Digital nos traz, existe a força de atrito, querendo colocar o público como receptor passivo, como há décadas atrás.

Te conto se me der um pageview

A motivação deste artigo me veio quando me deparei com a página Tô sabendo já valeu cara, que tem o único e genial propósito de estragar a surpresa dos portais de notícias que postam manchetes chantagistas no Facebook:

cozinha

pelada

É triste ver que os portais de notícia, em especial os de entretenimento, estejam tão arraigados ao modelo de negócio que conhecem que deturpam completamente a natureza das redes sociais e subutilizam seus recursos e possibilidades. A necessidade de acessos e views para atrair anunciantes é a força de atrito que emperra o progresso de um marketing social e inteligente. Atitude nada inovadora vinda de profissionais digitais.

Acredito inclusive que esta é uma das razões pelas quais estamos observando a saída dos jovens das grandes redes para plataformas mais restritas. O que naturalmente é um espaço para interação e construção do conhecimento coletivo torna-se cada vez mais uma plataforma comercial tradicional. O próprio Facebook, diante do desafio de gerar receita e fazer jus ao seu valor, está abraçando essa visão, mas isso já é assunto para outro dia.

O ceticismo como motivador real de inovação

É por essas e outras que na minha visão passamos do momento de compreender que não, não somos assim tão inovadores. Talvez por instinto, nós seres humanos estamos sempre em busca de estabilidade. Em algum momento das nossas vidas nos satisfazemos com o conhecimento que construímos e, então, buscamos um ambiente estável em que ele poderá assegurar nossa subsistência. Qualquer mudança no nosso status quo é mal recebida, encarada como uma “perturbação na força”.

Por isso acredito que ter uma visão cética sobre nossa capacidade de transformação é a chave para realmente observarmos a realidade daquilo que fazemos e, a partir disso, desvendarmos as reais necessidades de mudança que demandam nossa atenção.

Inovação é menos falatório e mais mãos à obra. Menos propaganda e mais prática. A internet é muito jovem para vivermos com um marketing digital tiozão. [Webinsider]

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Fred Palladino é Gerente de Planejamento na Zero Glosa Tecnologia, em Goiânia. No Twitter é @fredpalladino e no Facebook facebook/fredpalladino.

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