O mainframe está saudável e conversa bem

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Roberto Rebouças

Depois de muito se discutir sobre a continuidade ou não dos mainframes, eles prometem ainda sobreviver por muito tempo. Ao contrário do que já se pregou, essas máquinas já não mais representam um enorme obstáculo para o rápido desenvolvimento de aplicativos web exigidos pela economia globalizada.

E já se sabe que o downsizing não é a única maneira de se modernizar uma empresa – principalmente quando os usuários são organizações que precisam mais do que nunca de “segurança”, como os bancos. Tudo isso, sem considerar que sistemas legados respondem hoje por mais de 70% dos dados corporativos.

O fato é que o mainframe não morreu. E não foi por acaso. Existem diversas razões para a durabilidade das máquinas “heavy metal”. Características como o custo mais baixo de administração dos usuários, alta performance, confiabilidade, alta disponibilidade, forte apelo à segurança e excelente controle de acesso, além da incomparável escalabilidade têm contribuído para o crescimento constante nas vendas dessa máquina, que hoje já tem o tamanho de um freezer e ainda mais poder de processamento.

Mas, talvez a maior vantagem dos aplicativos e dados baseados em mainframe é o fato de eles existirem. A maioria das empresas investiu grandes somas de dinheiro nesses sistemas e a tentativa de duplicar a funcionalidade e confiabilidade fornecida por esses sistemas provará ser tecnicamente impossível e monetariamente sem atrativos.

Mais importante, porém, é o fato de que muitíssimos processos de negócios das companhias foram encapsulados em lógicas de aplicação de mainframes; sendo eles, o repositório, de fato, do grosso da experiência e do conhecimento das corporações.

Só que a dificuldade de se integrar esses dados com outras aplicações motivou incontáveis tentativas para “estender” ou “revisitar” as aplicações de mainframe, por meio do seu uso como matriz de dados ou transações e lógicas de negócios.

Porém, o mundo evoluiu e essa dificuldade foi reduzida. Um dos mais bem sucedidos métodos de extensão das aplicações de mainframe é o “screen–scraping”, também conhecido como navegação baseada em tela, ou captura de dados, que consiste em se ler o fluxo de dados enviado para o que seria um terminal de mainframe e transformar isto numa apresentação gráfica, mais parecida com o que o usuário espera de uma aplicação de desktop ou de web.

O acesso baseado em telas possui uma série de vantagens que o fazem uma poderosa ferramenta para melhorar e estender a utilidade das aplicações legadas. Entre elas, podemos destacar itens como a habilidade de prover dados críticos para os usuários em real time; rápido desenvolvimento sem mudanças no host; baixo custo e redução nos custos de treinamento e help–desk. Essencialmente, o acesso baseado em tela de hoje é muito diferente de um simples “screen scraping” de ontem – e estas diferenças não são apenas cosméticas.

Além disso, temos ainda o surgimento dos web services, uma tecnologia que promete ser um marco na história de TI. Com ela, entre outros benefícios, teremos uma capacidade ilimitada de uso dos dados do legado. E, ao contrário do que possa parecer, isto não se trata de nenhuma novidade. Os web services são apenas um “novo sabor” de software. Só que totalmente baseados em padrões. Assim, permitem ao programador combinar sistemas existentes de novas maneiras e recombiná–los de formas diferentes para compatibilizá–los com as necessidades dos negócios e ainda mantê–los facilmente. Eles fazem nada mais, nada menos do que o que poderiam ter feito antes, mas agora de uma maneira padrão, segura, fácil de entender e reutilizável.

Por meio de web services, hoje já é possível integrar dados do legado quer seja pelo uso de screen scrapping, quer seja pelo acesso às transações no host ou até mesmo acessando os dados na base de dados diretamente. E tudo isso, sem a necessidade de programação, tudo sendo desenvolvido em ambientes do tipo arrastar–e–soltar.

Ou seja, se considerarmos este cenário que combina aumento constante nas vendas de mainframes com tecnologias cada vez mais eficientes para acesso a sistemas legados, o mainframe não vai se tornar parte do passado, pelo nos próximos dez anos. [Webinsider]

Artigos de autores diversos.

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