Pamela Anderson, Paris Hilton, Xuxa e Cicarelli

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Nem todo mundo no mundo é rápido para perceber as mudanças na sociedade. Há aqueles que são naturalmente “mais lentos” que os outros e há também aqueles que insistem em se apegar ao passado que não volta em busca da segurança que acreditar que as coisas não mudam pode trazer.

Para os primeiros, recomendo que se esforcem mais.

Para os últimos, recomendo que desistam.

As coisas mudam e pronto. A vida é assim.

Gênios e garrafas

O e-mail acabou com as cartas, ignorando solenemente os correios.

As geladeiras reduziram a um nicho minúsculo o negócio dos fabricantes de gelo.

MP3 e redes P2P estão fazendo rombos cada dia maiores no modelo de negócio de gravadoras, redes de TV e estúdios de cinema, para desespero de todos que ganham rios de dinheiro com o talento alheio.

PCs com Linux espremeram o mercado de workstations Unix, para desgraça da HP, da Sun e da Silicon Graphics (e dos colecionadores de computadores interessantes, como eu).

O motor de combustão interna acabou com as carruagens, para desespero dos fabricantes de ração, dos fabricantes de carruagens e dos criadores de cavalos.

E sites como o Google Videos e o YouTube permitem que qualquer um poste um vídeo para que ele seja visto pelo maior número de pessoas. Milhares de vídeos novos por dia. Palestras, conceitos interessantes, excelentes documentários, comerciais engraçados, bons videoclipes, momentos constrangedores e, claro sexo na praia.

Não adianta chorar, nem espernear. Tudo muda. Todas as coisas acabam. Não importa muito se doces ou não, se lucrativas ou não (embora os moribundos sempre se debatam muito pelas lucrativas), elas têm seus dias contados.

Privacidade e auto-promoção

É interessante a celeuma em torno da filmagem e inevitável divulgação dos momentos de intimidade, que, no Brasil, receberiam o nome de atentado violento ao pudor, entre Daniela Cicarelli e seu anexo em uma praia, durante o dia, diante de várias centenas de pessoas.

Mais interessante ainda é o Estado defendendo o direito deles a fazer sumir as provas materiais do fato, espalhadas, a essa altura, por todo o planeta.

Qualquer um com mais de dois neurônios sabe que, por assim dizer, “afogar o ganso” no mar, à luz do dia, diante de centenas de pessoas, é pedir para ser notado. Fazer isso quando se é suficientemente famoso, é pedir para ser fotografado e filmado. Reclamar disso é infantil. Usar o Estado para se tentar escapar do ridículo é, por si, um ridículo ainda maior. Aqui na minha casa, os únicos que não têm o discernimento de não fazer sexo em público são peludos e andam em quatro patas.

Ser acompanhado por um exército de fotógrafos, embora incômodo, é parte do trabalho de “celebridade”. É um fato da vida. Vem no pacote com o salário desproporcional, com os pedidos de autógrafos e com os convites para as boas baladas.

Mas é preciso encarar também as consequências disso com alguma dignidade. Cicarelli foi gravada… erm… “cavalgando o torpedo” do namorado e não ficou feliz. Muita gente, que podia – mesmo – usar melhor o tempo, se interessou pelo vídeo, assistiu e ficou feliz. Paciência. Bem-vindos ao clube de Pamela Anderson e Paris Hilton. Não fez nenhum mal pra elas – ao contrário, até. Ninguém aí tinha muito filme pra queimar.

Se servir para confortá-los, eu vi o vídeo uma única vez, no micro de um colega. Como pornografia achei péssimo – só estimularia um pervertido. De resto, dei a devida importância: nenhuma. Como a maioria, nunca copiei, baixei ou subi de novo.

Força letal e realismo

O problema maior é que o apego ao passado que não volta insiste em mostrar seus dentes. E tem sempre alguém que simplesmente não entende.

É incômodo que exista um juiz que acha que é realmente razoável pedir ao YouTube que remova todos os vídeos da bimbosa dupla mais depressa do que eles são recolocados lá. A menos que todos os devotos do casal sejam profundamente ineptos e falhem em tomar providências básicas, é praticamente impossível verificar todos os vídeos adequadamente. Mesmo que se opte pela solução menos impossível, de bloquear o range de IPs do YouTube em roteadores estratégicos, é necessário antes pesar o valor da felicidade desse casal de aprendizes de Esther Williams contra a conveniência do resto da população. Eu, certamente, acho a conveniência do YouTube muito mais importante do que a felicidade deles. O interesse pela dupla aquática vai desaparecer com o tempo. Eu, por exemplo, ainda lembro o nome dela e não lembro o do rapaz. Em 10 anos, não lembrarei de nenhum dos dois. Em 50, nem mesmo eles lembrarão.

A vida pode ser miserável quando um juiz determina que você vai pagar uma monumental multa diária enquanto não conseguir dançar no teto ou assobiar enquanto chupa cana. É particularmente miserável porque eles contam com um poder quase absoluto: eles determinam que algo que eles querem é possível e, a partir daí, passa a ser sua obrigação violar leis da física para fazê-lo.

Também é risível, de verdade, essa insistência de juízes brasileiros em tentar fazer valer as leis daqui em outros lugares que estão, clara e evidentemente, fora da sua jurisdição.

É um mundo grande e os bracinhos do judiciário brasileiro não saem de nossas fronteiras.

O único jeito de estender a lei de um país para além de suas fronteiras implica em tanques, bombas e soldados – coisa que nunca acaba bem – e, felizmente, nossas forças armadas são dotadas tanto de bom-senso suficiente quando de dinheiro insuficiente para se perder em aventuras fúteis.

Direito de imagem e fluxo de informações

Até alguns anos atrás, era razoável pensar, ao menos para os menos famosos, que a dificuldade do fluxo de informações garantiria a privacidade. Funcionava assim: se os fatídicos eventos da praia espanhola acontecessem nos tempos do Betamax, o cinegrafista teria que filmar em vídeo (uma fita magnética bem grande), tirar algumas cópias e vender para emissoras de TV que poderiam, ou não, divulgar. Se fosse divulgado ao menos uma vez, mais pessoas gravariam e, eventualmente, conseguiriam passar uma ou duas cópias a amigos – numa época em que a cópia da cópia já era muito pior que o original. Mesmo que não fosse divulgado, as pessoas pelas mãos de quem a fita passou poderiam fazer cópias e dar para os amigos.

E pararia por aí.

No fim, as coisas ficavam discretas porque era muito difícil disseminar a informação.

Anos atrás, Xuxa comprou os direitos e um zilhão de cópias de um filme muito ruim em que ela fazia o papel de uma prostituta que, em dado momento, fazia sexo com um garoto de uns 14 anos (acho). Adiantou? Por algum tempo, sim. Hoje em dia, todo mundo que quis, já viu o filme. Quem ainda quiser, é simples encontrar nas redes P2P. Mas vale um aviso: o filme é muito, muito, muito ruim. O ritmo é geologicamente letárgico, a trilha sonora provoca hemorragias no ouvido interno e o roteiro pode atrofiar o cérebro de quem prestar atenção demais. Xuxa era bonitinha mas seus dotes de atriz eram – e são – muito limitados.

Hoje, mesmo o sucesso limitado que Xuxa alcançou é impossível.

A informação flui com muito mais facilidade. Com a internet somos capazes de nos comunicar melhor, de nos organizar melhor. Com ela abusos se tornam públicos além da capacidade de qualquer governo de censurá-los. É por ela que blogueiros iranianos driblam a censura religiosa. A foto de agora é o flickr daqui a 5 minutos. É da net que governos totalitários têm medo. Porque ela e as informações que trafegam por ela são um retrato absolutamente fiel e impossível de censurar de nós mesmos. Pedófilos e neonazistas, Cicarellis e poetas, estão todos lá porque todos eles são parte do que nós somos. E, ao não poder ser censurado, somos obrigados a lidar com o que somos de fato e não com uma pudica fantasia de como gostaríamos de ser.

Isso é bom.

Eu topo pagar o preço de ver uma mancada minha ser repetida milhões de vezes. De verdade. A maioria de nós topa. Eu escrevo aqui sem muito medo. Mais dia, menos dia, alguém vai apontar o dedo na minha cara e dizer que “você falou aquilo”. Falei mesmo. Melhor – escrevi e publiquei.

E pago até porque não há alternativa. O mundo mudou e é desse jeito que ele ficou.

E não há juiz ou lei no mundo capaz de colocar um gênio de volta em sua garrafa depois dele ter saído.

Vivam com isso. [Webinsider]

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Ricardo Bánffy (ricardo@dieblinkenlights.com) é engenheiro, desenvolvedor, palestrante e consultor.

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41 respostas

  1. Bom, se fosse uma menininha do interior, seria uma rameirazinha. Como tem nome e uma gorda conta bancária, se vê no direito de justificar seu crime jogando a culpa num jornalista esperto. Deu mole, caiu na NET. O problema é que essa lesma lerda é contagiosa. Os caras do PT em Brasília chegaram num estágio de achar que é errado criticar, quando a alguns anos estávamos do mesmo lado…
    A Xuxa foi fabricada como símbolo infantil. Sei que ela tem talento, e que um dos talentos foi usar a imagem de quem andou por ali para se beneficiar. São diferentes de nós? Nem um pouco. A sociedade nos impele a conquistar nosso espaço, sejam quais forem as consequências… Bom, o artigo: Cara, você escreve bem demais, e me identifiquei com sua visão de novo mundo.
    Quanto as moças: Continuam sendo rameirazinhas.

  2. Aqui na minha casa, os únicos que não têm o discernimento de não fazer sexo em público são peludos e andam em quatro patas.

    Ai…cruel. :p

  3. Muito bom, só acho que pensar ser mais importante a conveniência de muitos que a felicidade de alguns ainda é, no mínimo, polêmico. No entanto, impossível ser diferente quando tal pensamento subsidia um desabafo, que como já é percebido, vem compartilhado por muitos. Parabéns.

  4. Na minha opinião, essa história toda, desde o vídeo até essa ação, foi tudo planejado pela Dna. Cicarelli e seus empresários.

    Pode até ter saído o tiro pela culatra, mas que está na cara que tudo foi promoção, isso está.

    A Cicarelli fez sexo por que sabia que seria filmada. Deu certo, todo o mundo que ainda não sabia quem era a ex-ronaldinho, ficou sabendo. E depois, como tudo, a coisa esfriou.

    Então eles decidiram fazer essa bagunça da ação contra o YouTube e novamente quem não conhecia a Dna., conheceu.

    Como disse, pode até ter dado errado, mas que foi planejado foi.

    Hoje em dia, infelizmente, vale de tudo para se promover e para ter dinheiro. E o pior é que funciona. A sociedade, hipócrita, adora esse tipo de sacanagem. Basta ver os exemplos de vendagem de livros da Bruna Surfistinha, uma pessoa que não vale o sal que come, acessos ao vídeo da Cicarelli, etc. Quanto mais sacanagem, mais dinheiro se ganha. Enquanto isso, nossos filhos são criados nesse mundo sem valores morais, imundo e distorcido.

    Salve-se quem puder.

    Abraços,

    Marcelo

  5. A justiça está indo contra si mesma defendendo um ato de atentado ao pudor.. aliás, já não gostava daquela boca imensa de traveco da Cicarelli, agora gosto menos ainda… nao pelo fato deles terer transado na praia… mas pq eles QUASEEEE tiraram meu site lindo e favorito do ar… Sem YouTUBE non sou NADINHAAAAAAA DE NADAAA!! enfim… mas a matéria tá muito boa… prestigio muito teus textso Ricardinhoo.. abraços!!!

  6. Que tal entrar com um processo contra a Xicarele por atentado violento ao pudor e pedir uma indenização para ela?

    Afinal, ELA cometeu um crime e não o YouTube e muito menos o POVO brasileiro…

  7. ótimo artigo!!! concordo plenamente!!!!!!
    naõ é justo tirar o direito de milhares de pessoas para atender ao direito de um casal que ficou se expondo em uma praia e agora se arrependeu…. é ridículo!!!!

  8. Nota jurídica: bimbadas em público não constituem atentado violento ao pudor, nem aqui nem na Espanha!

    Atentado violento ao pudor é Constranger alguém, dediante violencia ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato lidibinoso diverso da conjunção carnal (de http://pt.wikipedia.org/wiki/Atentado_violento_ao_pudor – ok, ok, o artigo é mal escrito pra berinjela, mas este ponto é verídico).

    Podem xingar, mas não exagerem 😉

  9. Não tenho medo de pessoas que sabem mais, mas de pessoas ignorantes que sabe-se lá como conseguem diplomas, poder, e alguns ainda ganhar dinheiro e serem até grandes empresários direcionando o futuro do planeta …

    Independente do conteúdo, o bloqueio é um precedente perigoso que deve servir de alerta a todas as pessoas honestas (ou seja, prezam democracia efetiva e liberdade de opinião).

    Quem consegue ligar informações técnicas com outras de implicações éticas, já percebeu que Software Livre (GPL: É meu, seu e de todos que respeitem isto) é a única garantia real que a internet não venha a ser controlada por poucos no futuro.

    Veja em http://www.eff.org as atuais tentativas absurdas de controle …

  10. Perfeito o texto. Ele nos remete a um segundo fator altamente problemático: O elemento que cometeu uma ação incorreta, impondo uma pena à sociedade.

  11. hahahahaha!! Disse tudo! Eu sempre disse que a internet é honesta e justa. Essa história vai passar, o YouTube vai voltar e vai sobrar só a cara de salame perdido das estrelas da vez.

    Muito bom artigo, Ricardo.

  12. Olá Ricardo, tudo bem?

    Excelente texto. Escrevi algumas coisas no meu blog sobre esse tema.
    Três coisas:
    1) O bloqueio foi efetuado. Estamos bem mais perto de 1964 do que nunca.
    2) O bloqueio é inútil para usuários um pouco mais avançados. Primeiro porque outros sites (como o Google Videos) também tem várias cópias desse vídeo (quero ver se eles tem panca de bloquear google.com). Segundo porque usando um proxy é possível acessar o Youtube. É mais lento e pode ser até perigoso se levarmos em conta a segurança. Mas é possível
    3) A empresa dona dessa moça (MTV) ganha muito com esse bloqueio, já que o Youtube é concorrente deles. Por causa deles esses decidiram parar de passar clipes. Aliás, em entrevista coletiva, explicitaram essa decisão e citaram nominalmente o Youtube. Logo depois criaram um clone do Youtube, um tal de Overdrive, cheio das tranqueiras deles e de várias coisas que podem ser achadas facilmente na Internet. Mesmo em redes P2P lentas como Kazaa e eMule.

    Abraços

  13. 1-) Queria saber porque a senhorita Cicarelli não é processada por atentado violento ao pudor (caracterizado por transar em público). Se a alegação da senhorita for ter feito isso fora da jurisdição brasileira:

    a-) A filmagem foi legal e;

    b-) A publicação também é legal;

    2-) Queria saber porque cargas-dágua esses juízes não utilizam o recurso do testemunho técnico, que é previsto na Constituição, e Código Cívil, Penal, do Processo Cívil e do Processo Penal, para entender se o fato de bloquear o YouTube não provocaria inconveientes e iria realmente permitir que o vídeo do senhorita em ato obceno não seria mais exibido.

    Com as duas respostas bem dadas, talvez comece a acreitar nessas coisas.

  14. E o pior de tudo… O casal e o Juiz não sabem com quem estão brincando… Estão se esforçando para virar motivo de chacota em toda internet através de montagens fotográficas, pichações em sites, edição de vídeos cover, e por aí vai… Tirar o Youtube do ar… Só pode ser brincadeia… A´té aonde vai a megalomania do estado brasileiro?

  15. Só uma pequena correção no trecho:

    É um mundo grande e os bracinhos do judiciário brasileiro não saem de nossas fronteiras.

    Os bracinhos do judiciário sequer chegam a certos lugares dentro de nossas fronteiras. Se formos falar da justiça no lugar do judiciário a coisa fica ainda pior.

  16. Caro Ricardo,

    Essa foi a mais fiel descrição da atual situação da sociedade, que se encontra num estado de transição onde alguns valores estão um tanto quanto distorcidos.
    Acho muito mais inadequado o juiz não prestar atenção no ato que ele quer censurar, pois assim ele está passando o aval da sociedade, como representante da mesma, de que o ocorrido é um ato normal.
    Principalmente em se tratando de uma figura pública

  17. Na verdade, se fosse uma anônima qualquer seria processada por atentado violento ao pudor, mas como é a Cicareli…
    Sr Juiz tranzar em público não é crime???
    Nesse país todos são iguais perante a lei, mas pena que uns são mais iguais que os outros.

  18. Helena,

    Os artigos que eu publico aqui estão todos licenciados pela Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 2.5 (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/) e podem ser reproduzidos dentro dos termos dela. Se você quiser publicá-los em um site comercial vai precisar que eu autorize você do mesmo jeito que eu autorizei o Webinsider.

    No caso do uso não ser comercial, o crédito deve ser dado deve ser acrescentado um link tanto para o site de publicação (no caso deste artigo, do Webinsider) e o site original (http://www.dieblinkenlights.com)

  19. Tenho acompanhado seus artigos e fico impressionada com a semelhança de pensares seus com os meus. Seus artigos, em forma e conteúdo, tem tudo a ver comigo. Gostaria de te pedir autorização de colá-los em uma pagina do meu site pessoal, onde, com certeza, preservarei os créditos. Seria uma página em meu site com o seu nome onde eu colocaria alguns artigos seus lá. Aguardo sua resposta. Se você nao autorizar farei assim mesmo. Sabe como é, caiu na rede, babou.

    Abraços
    Helena Lasso

    Aguardo sua resposta
    Obrigada

  20. Essas pessoas que transam na praia, fazem filmes pornográficos – e aqui eu pergunto: Se a pessoa está disposta a fazer um filme, por que essa pessoa não vai querer que outros assistam ao filme? – Enfim, pessoas que se portam de uma maneira que futuramente possam se arrepender, são no mínimo pessoas HIPÓCRITAS… Como o próprio colunista disse: (…)Reclamar disso é infantil. Usar o Estado para se tentar escapar do ridículo é, por si, um ridículo ainda maior. Aqui na minha casa, os únicos que não têm o discernimento de não fazer sexo em público são peludos e andam em quatro patas.

    É bem verdade que daqui uns anos ninguém vá se lembrar deste ou daquele fato… Eu mesmo lembro vagamente de uma modelo que desfilou na marques de Sapucaí, (não lembro o nome da modelo, nem o ano do carnaval ou qual escola ela desfilava). Só lembro que a referida foi desfilar com um vestido justo e curto, e que estava sem calcinha… Foi fotografada por inúmeros profissionais da imprensa… Ela ficou revoltada por ter sua foto publicada mostrando sua parte íntima… O absurdo da estória é que ela processou os fotógrafos, rs… Falo absurdo pois ela estava num lugar público, no carnaval (desfilando em uma escola de elite), e veio desprovida de calcinha e ainda por cima fica revoltada com a publicação da foto…

    Aliás, tal comportamento desse nosso convívio social não é pelo fato da pessoa teimar em não aceitar as novidades que o mundo nos trás, mas sim em saber se portar diante dos demais… Eu mesmo adoro aqueles telefones antigos da década de 40, 50. Gosto ainda de usar máquinas de escrever, apesar de estar aqui redigindo minha opinião na internet, e meu hobby são joguinhos do antigo Atari, e nem por isso vou lavar a roupa suja na internet, e nem por isso vou mostrar minha intimidade ao público, por mais que seja numa praia semi-deserta…

    Quanto ao setor jurídico, este é um setor onde encontramos profissionais obsoletos, infelizmente, mas eles não estão desacompanhados não… Veja os governantes, e não me refiro apenas aos governos totalitários… O atual presidente dos Estados Unidos por exemplo que se auto intitula de governo democrático, proibiu a mídia de mostrar opiniões de filósofos contrários à invasão norte-americana ao Iraque… Esse mesmo governo já proibiu jornais de mostrar cenas de soldados norte-americanos morrendo na guerra, temendo que a população revolta-se como ocorrera na época do Vietnã… Oras, se tal ocupação fosse legítima, o governo não faria a censura, e por tabela não temeria a opinião pública!!!

    Seja governo, seja artista fazendo de tudo pra se aparecer (lembro daquela frase: Falem bem ou falem mal, mas falem de mim, talvez seja por isso que os artistas não se preocupam em namorar na praia), e outros, seja advogado, gari ou seja lá quem for, tem que tomar consciência de regras em sociedade. A sociedade é dinâmica, não adianta procurar o responsável pela gravação de celular da execução de Sadan, devemos sim, ter uma postura correta, ou ninguém imaginava que a execução de Sadan não causaria repercussão? Voltamos ao cerne da questão: HIPOCRISIA…

  21. Celebridades descobriram um jeito fácil de ganhar dinheiro com indenizações. Sexo na praia, mini-saias sem calcinhas, e por aí vai. O pior é que as decisões dos juízes estimulam ainda mais a prática…

  22. tava faltando alguem fala isso.. eu to de saco cheio com essa historia da cicarelli.. aff.. fecha o you tube.. onde ja se viu.. daqui a poco vao fexa a ed2k, gnutella, torrent..
    parecela ignorante do povo brasilero que faz burrada e nao consegue lidar com as consequencias..

  23. Parabéns.
    Devemos observar a chegada dessa informação ultra-rápida sempre consciente de suas implicações e variações…

  24. Acho que o mais lesgal de tudo é que:

    1 – Pode-se bloquear o youtube do povo;
    2 – Fazer sexo na praia, com criancinhas do lado não é atentado ao pudor; e
    3 – O vídeo deixou de ser prova contra o crime do item 2.

    Tô começando a achar que a capital do Brasil é a Argentina mesmo… tsc-tsc.

    .faso

  25. Muito bacana o seu texto. O assunto virou piada mundial. Um juiz brasuca quer fechar o YouTube. Por favor, seu juiz, pare agora!!

  26. Mais interessante ainda é o Estado defendendo o direito deles a fazer sumir as provas materiais do fato, espalhadas, a essa altura, por todo o planeta.

    Based on the novel 1984 by George Orwell. ;D

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